— Opa, opa, opa! — Gritou Ava ao me ver chegar na base aérea.
— O quê foi?
Ava se aproximou de mim a passos largos e me abraçou, me dando um beijo no rosto.
— Ava, o q-que isso?
— É a tradição. Olha pra cima.
Voltei minha atenção para o alto e vi um ramo de visco pendurado acima de nós. Segundo a tradição, a pessoa que está embaixo de um visco tem que beijar outra. Eu nunca liguei muito para isso e estava surpresa que Ava fosse a exceção. Ela sempre me pareceu tão... Indiferente.
— Isso foi estranho.
— Queria o Sean aqui?
— Não, não. Que isso...
Olhei em volta percebendo a decoração natalina da base aérea. No meu último natal aqui só havia uma árvore em poucas salas, mas esse ano eles se superaram.
— Nunca vi a base aérea tão iluminada, cheia de cor. Está tudo muito bonito. Até aqueles presentes embaixo daquela árvore — Apontei para a pequena árvore ao lado da porta da sala de treinamento.
— Ah, é. Ainda bem que você me lembrou!
— Do quê?
Ava foi até a árvore e pegou uma caixinha de veludo vermelha, entregando-me logo em seguida.
— Peter queria te dar isso, mas depois de tudo o que aconteceu com o Sean ele perdeu a vontade de entregar. Ele ficou bem chateado.
— Nem me lembre.
— Abre. 'Tô curiosa pra ver desde que ele o colocou debaixo da árvore.
Sorri fraco, abrindo a caixinha. Dentro havia uma pulseira prateada com vários pingentes diferentes: um era a cabeça do Mickey, o outro do Baymax e do BB-8. E claro, não podia faltar o Darth Vader.
— Peter é mesmo um nerd — Comentou Ava.
Em meio aos pingentes, havia que me chamou a atenção mais do que os outros. Era uma aranha em cima de uma teia, simbolo que mais representava nossa parceria do que qualquer outra coisa.
— Nesse aí ele se superou — Ava voltou a dizer.
— Concordo.
— Oi, gente — Sean disse chamando nossa atenção e se aproximando de nós.
— Não! Fique paradinho aí... — Ava fez um sinal com a mão para que Sean parasse e o mesmo assim fez, com uma expressão confusa — Não quer que ele te beije, quer?
— Ah, é. O visco. Valeu, Ava — Sorri em forma de agradecimento.
Passei por Sean sem olha-lo nos olhos. Eu ainda não estava livre do controle de Lilah e ficar perto dele era uma das últimas coisas que eu precisava fazer agora.
— Oi, Gwen! Parece que você vai... Me ignorar de novo — Sean falou com certo sarcasmo.
Me limitei a apenas continuar caminhando, como se nada tivesse acontecido.
Acabei não avisando Ava sobre Ultron, mas isso era uma coisa que em alguma hora ela ficaria sabendo. Já que a equipe original dos Vingadores estava separada com Hulk desaparecido, Thor viajando pelo universo e o Capitão América se escondendo do governo com os outros, achei que seria uma boa chamar um mercenário tagarela para a ação. Fui até o apartamento dele aqui mesmo no Queens e entrando pela janela, notei que ele ainda tinha o horrível hábito de deixar tudo desorganizado. Wade estava deitado no sofá com um saco de batatinhas em cima dele enquanto segurava um cigarro aceso em uma das mãos. Me aproximei silenciosamente e cutuquei seu ombro, fazendo-o olhar para mim.
— E aí, grandão? 'Tá afim de salvar o mundo de um super robô maligno?
— Eu tenho cara de quem quer salvar alguma porr*?
— Saí dessa, Wade. Olha só esse lugar! Você 'tá vivendo em um lixão.
— Se está incomodada, a porta é logo ali. Ah, é... Você prefere a janela.
Peguei uma das almofadas do sofá e joguei em cima dele com força, ouvindo seus resmungos.
— Vamos, Wade. Precisa continuar com sua vida, seguir adiante.
— Me deixa em paz, loira.
— Não. Anda, levanta. Vou te ajudar a arrumar esse lugar.
— Eu não quero arrumar porr* nenhuma!
— Wade Winston Wilson, levanta agora desse sofá!
Wade me lançou um olhar sério, antes de ficar sentado sobre o mesmo e colocar seus pés na mesinha de centro.
— Por que você 'tá aqui? — Perguntou ele.
— Não é óbvio? Tô preocupada com você.
Wade simplesmente ignorou minha resposta e enfiou um punhado de batatinhas na boca. Revirei os olhos. Crianção.
Me aproximei de Wade e em vez de me sentar ao seu lado sofá, eu empurrei seus pés para fora da mesinha e me sentei na mesma, de frente para ele. Ele continuava me ignorando.
— Eu não sei se a Vanessa foi a única a te dizer isso e eu realmente espero que não, mas... Eu amo você, Wade. De verdade. Você é meu melhor amigo, um irmão mais velho que nunca tive. Poxa, você esteve comigo em diversas situações e não vai ser agora que eu vou te deixar. Quer ficar aqui e se empanturrar de batatinhas? Ok, fique. Mas não vou te deixar sozinho. Vamos ficar aqui assistindo alguns filmes, comendo várias besteiras como nos velhos tempos, o que acha?
— É sério? — Ele perguntou com a boca cheia, o que me fez rir.
— Claro! Assim que limparmos esse lugar.
— Ah, não! — Resmungou ele.
— Anda, Wade — Eu disse segurando sua mão e o puxando para fora do sofá — Você me ajudava com o apartamento em Londres.
— Claro, você pagava o lugar.
Ignorando esse pequeno comentário, fui até a área de serviço e peguei a vassoura e o avental. Vesti o tecido que mais se assemelhava ao plástico e entreguei a vassoura a Wade, vendo o cruzar os braços.
— Você limpa o chão e eu lavo a louça. Vamos acabar rápido e assim teremos mais tempo para assistir os filmes.
— Você está mexendo com forças além de sua compreensão, mocinha.
— Engraçadinho. Vai logo.
Wade revirou os olhos e virou-se de costas para mim, começando a varrer o chão.
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Spider-Gwen: The new Spider - Livro V
Fiksi PenggemarGwen retornou a Nova Iorque com a difícil decisão de assinar o Tratado de Sokóvia como uma Super-Heroína independente e prestar seus serviços ao governo e a Fundação Vida. Enquanto espera por sua primeira missão, Gwen é encarregada de ajudar um nova...