Gwen retornou a Nova Iorque com a difícil decisão de assinar o Tratado de Sokóvia como uma Super-Heroína independente e prestar seus serviços ao governo e a Fundação Vida. Enquanto espera por sua primeira missão, Gwen é encarregada de ajudar um nova...
Ficamos bem cansados depois de arrumar aquele apartamento e acabamos dormindo no sofá mesmo, sem ao menos ter assistido algum filme.
Acordamos no dia seguinte com meu celular tocando. Havia várias mensagens de Peter e algumas ligações, visto que ontem eu não voltei para casa.
— Ai, não... Isso é culpa sua, Wade!
— Minha? Mas por quê minha?
— Porque é.
Wade suspirou alto, enquanto eu olhava as mensagens do celular. "Cadê você?", "Tô preocupado", "Me liga assim que ver essa mensagem".
Liguei para Peter enquanto colocava minhas sapatilhas e arrumava o cabelo.
— Loira, sabe o que isso 'tá parecendo? — Perguntou Wade.
— Tenho medo de perguntar.
— Parece que você está fugindo de algo que tenha se arrependido de ter feito... Se é que me entende.
Ignorei esse comentário de Wade, percebendo que Peter havia me atendido.
— Oi Pete, desculpa! Não fica preocupado, estou bem.
— Onde você 'tá?
— Com o Wade no apartamento dele. Eu já estou indo pra casa.
— Vem pra base aérea, está todo mundo aqui.
— Ok. Até daqui a pouco — Falei encerrando a ligação — Se quiser me ajudar a parar o Ultron, vá até a base aérea. Ou fique aqui e se empanturre de batatinhas o dia todo, você que sabe.
— Fala como se não se importasse mais.
— Eu me importo. Mas não posso decidir por você.
Wade não respondeu. Aproveitei o momento para ativar novamente o 17B e pulei janela afora.
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Poucos minutos depois eu já estava na base aérea. Peter havia dito que "todo mundo" estava lá, mas até agora eu só tinha Ava e Ben. Dei uma olhada na sala de Reuniões, mas não havia ninguém lá, então decidi procurar na sala de treinamento. Estava na porta da mesma quando ouvi alguém me chamar.
Era Sean.
— Oi, cadê todo mundo? — Perguntei vendo-o se aproximar.
— Não sei, não.
— Estranho...
— 'Tá tudo bem?
— Você acha que um robô enorme de metal que acabou com uma cidade inteira no passado e que agora voltou para terminar o serviço é sinal de que está tudo bem?
— Ah, claro — Ele diz com um tom sarcástico — Eu vi os noticiários. É Ultron, não é?
— Ele mesmo — Cruzei os braços.
Sean dirigiu seu olhar de meu rosto para o meu pulso e perguntou sobre a pulseira que eu estava usando.
— Ah, isso? Foi um presente que ganhei.
— E o que são essas coisinhas? São personagens?
— Está a três meses na Terra e não conhece Star Wars, Operação Big Hero e Mickey Mouse?
— Talvez eu os conhecesse se não me mandassem treinar o tempo todo.
— Ops...
É verdade que desde que Sean chegou Fury me pediu para treiná-lo e era a única coisa que eu vinha fazendo até então.
— Bom, eu prometo que assim que determos o Ultron, eu o levarei para ver esses filmes.
— Engraçado... Você não costuma cumprir suas promessas. Especialmente quando é comigo.
— O q...
Sean se aproximou a passos curtos e eu acabei recuando, sentindo a porta sob minhas costas.
— Sean, eu... Eu não...
— Olha, eu sei que essa coisa toda de ser uma agente e viver uma vida dupla não é muito bom, mas você 'tá começando a misturar vida profissional com pessoal. Está mentindo para as pessoas erradas, Gwen. Você me prometeu que não mentiriamos e nem guardariámos segredos um para o outro, e sabe o que eu descubro? Você está sob o controle de Lilah.
— Não está feliz que eu goste mais de você agora?
Calei minha boca com a mão quando percebi o que tinha falado. Sean se afastou alguns passos desviando seu olhar do meu.
— Eu queria que fosse de verdade — Ele falou em um tom baixo.
— Desculpa, Sean. Eu preferi guardar isso de você ao invés de mentir e... Bom, acabei mentindo também. Eu só não queria machucar você ou o Peter.
— Acho que não importa mais. Já sabe como se livrar disso?
— Preciso da Wanda Maximoff, mas tenho que esperar uma resposta do Tony. Ele ficou de entrar em contato com ela.
— Que bom — Ele sorri fraco — Só mais uma pergunta... Você sabia que estamos bem embaixo de um visco?
Olhei meio que automaticamente para cima e vi o ramo de visco grudado na parte de cima da porta.
— E-então, você não sabe nada sobre personagens famosos... Mas sabe sobre tradições natalinas da Terra — Sorri nervosa.
— Admito, a Ava me contou.
— Você não vai me beijar... Vai?
Sean cruzou os braços com um sorriso no rosto. Aposto que estava se divertindo me vendo ficar nervosa. Eu sabia que era errado e por mais que eu tentasse não sentir, eu queria aquele beijo. E acabei demonstrando isso quando me aproximei de Sean.
Nossos rostos estava a centímetros um do outro e bastasse que um de nós para que finalmente acontecesse.
Mas a base aérea sacudiu violentamente antes que pudessemos fazer alguma coisa. Aquela sacudida nos pegou de surpresa e fez com que eu me desequilibrasse e acabasse caindo. E pior, em cima do Sean.
