Capítulo 45

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— Ficamos o tempo todo de olho em vocês, Srta. Stacy. E devo dizer que seu simbionte tem um comportamento estranho. Nunca vi igual — Ele disse enquanto caminhávamos pelos corredores.

— O que quer dizer?

— Nós da Fundação Vida ainda não temos uma definição para esse comportamento, mas eu gosto de dizer que ele é um "Alma livre".

— Um o quê?

— Srta. Stacy, seja sincera. Seu simbionte teve contato com outra pessoa, não teve?

— Uh, sim. Antes de se juntar a mim, Venom esteve com o Dr. Otto Octavius. Se teve outras pessoas, isso eu já não sei.

Doutor me olhava com um ar pensativo.

— Algum problema? — Indaguei.

— Não, nenhum.

Apesar de ter dito essas palavras, eu sabia que Alan não iria me contar nada a respeito de Venom. Havia algo errado com esse simbionte que ele não queria me dizer e mesmo estando curiosa, achei melhor não perguntar.

De repente, uma garotinha se aproximou de nós e Dr. Alan a pegou em seus braços, questionando o motivo de ela estar ali.

— Sabe que não pode entrar aqui. — Ele falou em um tom suave, porém sério com ela.

— Eu queria ver o cookie.

Cookie? Quem é cookie?

— Não, eu já disse. Onde está sua mãe?

— Lá embaixo.

— Uh... Dr. Alan? — Chamei sua atenção.

— Ah, me desculpe, Srta. Stacy. Esta é minha filha, Laura.

— Oi, Laura — Sorri docemente — Você disse que queria ver o Cookie. Pode me dizer quem é?

— Cookie é como ela chama um dos nossos simbiontes — Explicou Alan — Um dia eu estava analisando os simbiontes, algo bem rotineiro. E Laura estava comigo, já que a mãe dela estava ocupada. Estava tudo indo bem até uma das cápsulas abrir e um dos simbiontes se juntar a ela.

— Meu Deus...

— Você já deve imaginar o susto que eu tive. Depois de um certo tempo, eu percebi que o simbionte era... Inofensivo. Pelo menos, para ela.

— E como o tiraram dela?

— Não tiramos. Ele saiu por conta própria.

— Mas isso não faz sentido.

Dr. Alan colocou sua filha de volta no chão, mas ainda segurava sua mão. Ele começou a falar em um tom de voz baixo, limitando a conversa somente a nós dois.

— Esse simbionte é diferente de todos os outros, Srta. Stacy. Ele é como se fosse o "filho" deixado para trás do simbionte que se apoderou do corpo de Eddie Brock.

— Eddie Brock... O repórter famoso?

— Ele mesmo. Nunca se perguntou o porquê de ele ter se afastado das telas?

— Digamos que estava um pouquinho ocupada.

— Esse simbionte que ficou na minha filha por um tempo não tinha estado com nenhuma outra pessoa. Há uma chance de você entrar em simbiose com ele sem que ele te mate.

— Inspirador esse seu discurso — Sorri nervosa.

— Você ainda quer isso?

— Sim. Precisarei de toda a ajuda possível.

Dr. Alan apenas assentiu e colocou a palma de sua mão numa pequena tela, ao lado de uma porta enorme. A tela scanneou sua mão e após reconhecer sua identidade abriu a porta, revelando uma sala com um tipo de recipiente no meio dela. Havia um vidro que ia do teto ao chão, separando o recipiente do restante da sala. Dr. Alan pediu que eu entrasse na parte onde estava o cilindro e me sentindo bem nervosa, adentrei o local. A porta de vidro se fechou me deixando sozinha com aquele objeto.

— Eu vou abrir o cilindro, Srta. Stacy. Peço que fique parada e deixe o simbionte se aproximar de você — Ele disse pelo interfone.

— ... Ok.

Alan abriu o recipiente e deixou que aquela gosta cinzenta escura se aproximasse de mim. O simbionte entrou em mim e se escondeu por debaixo de minha pele, desaparecendo por completo.

— Deu certo? — Indaguei.

— Acho que sim. Ele ainda não tentou te matar.

— Cookie não é mau — Disse Laura parecendo chateada.

Depois mais alguns minutos de espera, Dr. Alan afirmou que havia dado certo. Alan e eu voltamos para sua sala, com Laura em seus braços. Ele me explicou que o fato de o simbionte ter tido contato apenas com uma criança deve ter facilitado a simbiose.

— Então, não corro nenhum risco em usar esse simbionte? — Perguntei.

— Ele nunca demonstrou qualquer sinal violento, mesmo estando naquele cilindro. O que é estranho, já que ele se originou do Venom de Eddie Brock. Mas, devo lhe avisar Srta. Stacy, simbiontes são imprevisíveis. Ele pode estar calmo agora, mas não há garantias de que continuará assim.

— Acho que dou conta...

— Você vai levar o Cookie embora? — Perguntou Laura com uma carinha triste.

Alan me olhou com uma expressão um tanto preocupada. Como é que uma criança se apega tão fácil a um simbionte desse jeito?

— Vou sim, Laurinha. Prometo que não vai acontecer nada com o Cookie.

Até porque é mais fácil alguma coisa acontecer comigo e não com ele.

Alan pediu que Laura o esperasse em sua sala, enquanto me acompanhava até a saída.

— Dr. Alan, por que a Laura chama esse simbionte de Cookie? É um nome bem fofo para um simbionte, não acha?

— Acredito que seja a comida que ele mais gosta.

— O que? É sério? Mas eu pensei que ele comesse cabeças.

— Apesar de serem de uma mesma raça, cada um tem suas próprias características. O Venom do Eddie gosta de batatinhas. O do Flash gosta de chocolate e o seu de Cookies.

— É bem melhor que cabeças.

Alan concordou.

— Eu tenho que ir agora. Obrigada por tudo, Dr. Alan.

— Até mais, Srta. Stacy.

Sim, eu sei que o Venom do Eddie é o mesmo que o do Flash, mas achei melhor que tivesse dois simbiontes porque quero tentar trazer Eddie para o livro.

A ideia de o simbionte da Gwen comer Cookies é mais uma referência a Ladybug❤

Quem dá o nome ao simbionte é seu hospedeiro, e como ele havia estado em uma garotinha antes de se juntar a Gwen, o nome dele ficou como Cookie. Em consideração a Laura, Gwen não vai mudar o nome.

Spider-Gwen: The new Spider - Livro VOnde histórias criam vida. Descubra agora