Capítulo 14

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Já se passavam das 4h00 quando finalmente terminei o relatório. Sean ainda estava comigo na sala, mas acabou cochilando em sua cadeira. Eu até pensei em acordá-lo para ir para o quarto, mas confesso que não consegui; fiquei pensando no que Ava e Wade disseram. Eu não estava gostando dele.

Estava?

Eu não me sentia atraída por Sean, mas ainda assim queria ficar perto dele. Wade tinha razão em uma coisa: passo mais tempo com ele do que com Peter. Mas isso se deve ao fato de que Pete frequenta a faculdade no período da manhã e trabalha como fotógrafo no Clarim Diário a tarde. E Sean era minha missão.

De repente, me senti como se ainda estivesse em Londres e Peter aqui em Nova Iorque. Mas o que eu poderia fazer, afinal?

Depois de organizar meu relatório sobre Sean na prancheta, decidi dar uma volta pelo QG. Vi Ben sentado em uma das mesas da cafeteria com os pés em cima da mesa, apoiando-se nós pés traseiros de seu assento. Parecia alheio a tudo o que acontecia ao seu redor, mas pelo menos me deu um pequeno sorriso ao me ver sentar a sua frente.

— Não consegue dormir? — Perguntou se endireitando na cadora.

— Não. E nem posso, Fury quer ver o progresso de Sean daqui a algumas horas. Isso se ele não aparecer a qualquer momento. Mas e você?

— Eu também não consigo dormir.

— Por quê?

— Por causa de um pesadelo recorrente. Não é toda noite que eu tenho, mas quando ele aparece eu não consigo dormir.

— E que pesadelo é esse?

Ben negou com a cabeça indicando que não queria falar do assunto. E o Ben fechado voltou, pensei frustrada. Eu não gostava desse lado dele, mas entendia que certas coisas eu não precisava saber.

— Uh... Ben?

— Hm?

— Você acha que eu... Gosto... Do Sean? — Perguntei receosa.

— Tenho certeza.

— Sério?

— Gwen, você o olha da mesma maneira que olha para o Peter. E ontem, quando fui ver se precisava de ajuda com seu treinamento, vi os dois juntos. Conversando e rindo. E não pareciam ser simples amigos.

— Mas eu...

— E quer saber? Acho que o sentimento é recíproco.

— Quer dizer que... O Sean...

— Talvez esteja gostando de você também.

Ah.. Não. Isso tá errado! Não era pra acontecer...

— Olha só quem está em apuros agora — Ben me olhava com um sorriso de lado — Quer um conselho? Não fique tão próxima dele. Ligue para Peter algumas vezes, mande mensagens, sei lá. Só não pense no Sean.

— Mas ele é minha missão.

— Acho que não mais — Ele olha para um ponto específico atrás de mim e quando me viro para olhar também, me deparo com um Fury de aparência irritada se aproximando de mim.

Fiquei em pé, imediatamente, sem consegui conter meu nervosismo.

— Estou sem tempo e preciso avaliar a situação do garoto agora mesmo. Quero os dois na sala de treinamento — Disse em um tom firme.

Após dizer isso, Fury começou a se afastar de nós indo em direção aos corredores. Ah... Ótimo.

— Finalmente algo interessante vai acontecer — Diz Ben colocando o braço em volta de meu pescoço e me puxando para a sala de Fury.

— Finalmente algo interessante vai acontecer — Diz Ben colocando o braço em volta de meu pescoço e me puxando para a sala de Fury

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— Stacy — Chamou Fury em um tom alto de voz.

Me aproximei a passos curtos dele, deixando Ben no canto da sala. Sean estava no centro da sala de treinamento, bocejando e se espreguiçando.

— Sim, Fury?

— Por que o Sean ainda não superou o medo de altura?

Ah, então ele sabia.

— Bom, essas coisas levam tempo...

— Você teve dois meses e meio — Ele olha para a folha debaixo — E, aparentemente, não levou ele para as outras consultas.

— Ele não precisava.

Fury deixou de lado o relatório e pediu que Sean demonstrasse o que aprendeu. O problema era que não seria eu quem lutaria com ele, e sim, Ben. Fury e eu nos afastamos dos dois e observamos a luta, calados.

Era óbvio que Sean perderia para Ben e quando isso aconteceu, pude notar o olhar de reprovação de Fury.

— Eu te dei uma missão, Stacy. E você não foi capaz de cumprir.

— Eu preciso de mais tempo...

— Não. Daqui por diante, eu irei treiná-lo — Ele dirige seu olhar de Sean para mim — Algum problema?

— Não, senhor.

Saí da sala em silêncio, notando que Ben vinha atrás de mim. Parei no meio do corredor quando percebi que ele não ia parar.

— Que é, Ben?

— Sabe, talvez assim seja melhor. Fury é um ótimo treinador. Talvez o Sean...

— Finalmente aprenda alguma coisa...?

— Não foi o que eu quis dizer.

— Eu sei que não fui uma boa treinadora. Eu simplesmente não consigo ser severa e firme como o Fury. Quem sabe agora ele se torne um Aranha de verdade.

Ben se aproximou de mim e colocou sua mão em meu ombro, me dirigindo um meio sorriso.

— Você ensinou mais do que você pensa. Se hoje o Sean não sente tanto medo de altura, é graças a você. E ele sabe se defender, então, eu diria que você cumpriu sua missão. Você cuidou dele.

Soltei um suspiro fraco.

— Valeu, Ben.

— O que vai fazer agora?

— Vou dar um pulinho na cidade. Faz tempo que não faço uma ronda.

— Legal, eu vou com você.

Obs: No exterior, as aulas começam em Setembro e terminam em Maio/Junho do outro ano. A Gwen voltou de Londres em Setembro, um mês depois de suas aulas na facul terem acabado.

Spider-Gwen: The new Spider - Livro VOnde histórias criam vida. Descubra agora