Sam ataca mais uma vez

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Sam ataca mais uma vez
14h26min – Banheiro feminino

Sarah odiava educação física, assim como todas as garotas na sua idade. A maioria. Ela estava encostada sobre a pia, esperando Isis e Karin terminaram de tomar banho. Holly ainda estava na enfermaria, e provavelmente só sairia de lá no sinal da próxima aula.

Assim que as meninas saíram das cabines de mármore, se vestiram e ajeitaram suas coisas dentro dos armários do vestiário.

― Não vai tomar banho? ― Isis perguntou, enquanto prendia seu cabelo em um rabo de cavalo. Já estava quase arrumada para a aula de matemática, assim como Karin. Sarah apenas assentiu em resposta. ― Quer que te esperemos? ― Perguntou.

― Não. ― Sarah negou. ― Vão até a enfermaria ver a Stanford, eu encontro vocês na sala. ― Sugeriu. As meninas não contestaram, Sarah normalmente tomava banho sozinha depois de todas as outras. Assim que Sarah terminou seu banho, que não durou mais de 15 minutos. Vestiu o uniforme habitual do colégio, e amarrou seu cabelo em um coque. Guardou suas roupas de educação física dentro do armário e saiu do banheiro.

A quadra estava quase vazia, com exceção do professor e de alguns funcionários que guardavam as bolas espalhadas pelo chão. Sarah passou pelo corredor, e caminhou seguindo a direção da enfermaria, onde suas amigas provavelmente ainda estavam, porém ouviu um pigarro. A Harris olhou para trás e se deparou com Sam encostado na parede.

― Era só o que me faltava. ― Revirou os olhos verdes, virando-se em direção a Sam. Ela havia conseguido fugir dele nos últimos dois dias, na verdade o moreno quase não aparecia nas aulas, fosse qualquer uma delas. Seth e ele sempre fugiam assim que cruzavam os portões de CES, pedindo para algum idiota da turma responder a chamada para eles.

Nenhum portão segurava Sam Collins, o cara mais livre de Damont. ― Porque não admite que você só voltou com o objetivo de atazanar a minha vida Collins?

― Você se acha tão importante Sarah. ― Soltou uma risada rouca, tão sexy, Sarah tinha que admitir. ― O mundo não gira ao seu redor.

― É, mas você parece que sim. ― Sorriu sarcástica. ― Você não tem garotas para iludir não? Ou perdeu a manha?

― Eu? Perder a manha? ― Sam ergueu uma de suas sobrancelhas. ― Até parece que não me conhece Sarah.

― Conheço o bastante para querer ficar longe. ― Bufou sem paciência, ajeitando o blazer preto do uniforme e dando as costas para o moreno, que a seguiu.

― Por que está sozinha? ― Perguntou. Sarah se virou em sua direção, com o cenho franzido. "Não é da sua conta" ela quis responder, mas sabia que a grosseria não afetava em nada Sam Collins.

― Estava tomando banho, porque diferente de você eu não mato as aulas. ― Respondeu com um sorriso sarcástico nos lábios. Sam passou a ponta da língua no lábio inferior e sorriu, como um verdadeiro canalha.

― Parece bem incomodada com o fato de eu não fazer as aulas. ― Retrucou, fazendo-a suspirar incrédula.

― Por mim você saía do colégio, eu juro que te agradeceria eternamente.― Sam sorriu novamente com sua acidez. ― Agora pode fazer o favor de ficar longe de mim? ― Perguntou. Em resposta Sam empurrou seu corpo bruscamente contra a fileira de armários. Sarah soltou um grito, que foi abafado por uma das mãos de Sam em sua boca. ― O que está fazendo? ― Perguntou assustada, com os olhos arregalados. Por sorte não havia ninguém por perto para presenciar a cena.

― O que foi Sarah? Está com medo de o Norman nos ver? ― Sorriu de canto, tocando a base de seu queixo, fazendo-a olhar para cima.

― Você é desprezível Sam. ― Sarah rosnou, o empurrando para longe de si. ― O que acha que o Norman vai dizer quando ver você perseguindo a namorada dele?

― Amo quando você me chama pelo meu primeiro nome. ― O Collins ignorou completamente sua pergunta, fazendo-a bufar irritada.

― Olha, eu quero que fique bem claro que se você disser alguma coisa sobre o que aconteceu com a gente naquela noite para o Norman, eu juro que acabo com sua vida Collins, e você sabe que eu posso. ― Disse da maneira mais séria e rígida possível, porém Sam não se intimidou. Precisava de muito mais para isso.

― Como quiser. ― Um sorriso cafajeste surgiu em seus lábios. ― Eu não sou do tipo que joga a bomba, faço mais o estilo que senta e espera ela explodir sozinha. ― Sussurrou a última frase em seu ouvido, fazendo-a engolir a seco.

Sam lhe deu as costas, e caminhou em direção ao pátio para provavelmente fugir novamente. E Sarah sentiu como se um peso enorme fosse colocado em suas costas, cinquenta vezes mais pesado do que ela poderia aguentar. Quis chorar, sentar no chão e chorar até ficar desidratada. Mas ela se segurou, como costumava fazer sempre que se sentia triste ou perdida. Suspirou fundo, e a única coisa que quis fazer no momento foi encontrar Norman. Como sempre, ele era seu único Porto Seguro.

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