As vantagens do teatro

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Norman andava de um lado para o outro impaciente. Depois de perder a aposta com Gavin, não imaginou que o amigo realmente o obrigaria a se inscrever no clube de teatro. Era totalmente ridículo.

Uma alta mulher de cabelos loiros e frisados, amarrados em uma trança, saiu de dentro de uma das salas dos camarins, com uma caixa cheia de perucas coloridas, caminhando em direção ao palco, que era onde Norman estava fazia dez minutos.

― Oh. ― Disse a mulher surpresa, ajeitando seus óculos redondos acima do nariz ao jogar a caixa no chão. ― Norman, o que faz aqui? ― Perguntou surpresa. As únicas vezes em que Norman havia pisado no clube de teatro era para implicar com alguns de seus alunos. Aquilo era realmente fora do estilo dele.

― Faço parte do clube agora. ― Disse sem muito animo, analisando os itens dentro da caixa. Ele se recusaria a usar qualquer coisa que o fizesse ficar ridículo. Como se o clube já não fizesse isso por ele.

― Você... No clube de teatro? ― Ela ergueu uma das suas sobrancelhas mal aparadas. ― Mas não foi você que ficou rindo da cara dos alunos no ano passado quando apresentamos Madame Bovary no Festival de Outono?

Norman revirou os olhos, e quase desistiu de tudo.

― Perdi uma aposta. ― Sorriu irônico. A professora sorriu ao ouvir aquilo, já era de se imaginar que Norman não faria teatro por vontade própria.

― Tudo bem então. ― A mulher aproximou-se dele. ― Veio aqui para pegar os horários?

― Aham. ― Norman assentiu. Ela se virou, e caminhou em direção a uma velha mesa no canto dos fundos do palco. Então virou o corpo, e seu sorriso aumentou quando viu Holly entrando pela porta. Norman estava ocupado demais brincando com os holofotes coloridos que giravam de um lado para o outro.

― Ora, ora... ― disse animada. ― Parece que o clube de teatro vai estar cheio esse ano. ― Norman então virou-se para ver do que a mulher falava. Seus olhos pousaram em Holly subindo as escadas do palco. Ela deu um fraco sorriso para ele, e então voltou sua atenção para a mulher.

― Vim pegar os horários das aulas de teatro. ― Disse a garota, tentando não dar muita importância para a presença de Norman. Mas a verdade era que seu coração estava batendo cinco vezes mais rápido do que o normal. Precisaria de um médico se ficasse lá por muito mais tempo.

― Tudo bem. ― A mulher voltou para a mesa para pegar outra cópia da grade de horários.

Holly não sabia se estava estranho demais o fato de ela não olhar para ele. Talvez ele achasse que ela estava com algum problema, ou chateada com algo, ou que ela estava o evitando. Na verdade Holly não possuía motivos nenhum para fazer qualquer uma dessas coisas. Menos é claro, o fato de seu peito se estufar toda vez que sentia o perfume tropical de Norman , que dava a ela uma leve sensação de estar nas praias do Caribe, tomando um banho de sol e bebendo um Dry Martini. Ela então virou-se rapidamente, só para não ser obvia demais. Seria um desastre se Norman soubesse o que causava nela. ― Um enorme desastre.

― Então você escolheu teatro... ― Norman se sentiu na obrigação de puxar assunto. Um assunto bem idiota na opinião dele, perguntar o óbvio não fazia muito seu estilo. Mas só de ouvir a voz da menina ele sentia-se relaxado.

― Sim. ― Holly disse simplista. ― E você... Teatro não parece muito o seu estilo.

― Perdi uma aposta. ― Se lamentou. ― Não estaria aqui se fosse por vontade própria.

Holly sorriu. ― Relaxa, não afetou sua masculinidade. ― Norman soltou uma risada.

― Diz isso agora, não achará a mesma coisa quando a professora me obrigar a usar collant e chapéus com penas.

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⏰ Last updated: Oct 14, 2018 ⏰

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