Friendzone

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Gavin dirigia devagar, tomando o máximo de cuidado para não acordar Sarah no banco do passageiro. A garota havia dormido quase que instantaneamente quando ele a colocou dentro do carro.

O ruivo sabia que não era de costume ela beber até cair, mas sempre que isso acontecia ou ela havia discutido com os pais, ou com Norman. O som da buzina do carro que seguia atrás deles ecoou alto na rua, fazendo a garota acordar assustada, enquanto analisava o local onde estava.

― O que aconteceu? ― Perguntou com a voz baixa, e o cenho franzido.

― Você bebeu demais e acabou desmaiando. ― Respondeu enfurecido. Sarah sabia o quanto odiava quando ela bebia demais, já que no final da noite sempre sobrava para que ele, porque Norman normalmente estava pior do que ela.

― E para onde estamos indo? ― Sarah tentou desviar da bronca que o amigo a daria mudando de assunto. Com as mãos na cabeça ela tentava amenizar a dor.

― Para a sua casa. ― Respondeu, com os olhos atentos a estrada.

― Não! ― Sarah esbravejou. ― Eu não quero que meus pais me vejam assim. ― Gavin parou o carro e olhou em direção a ela.

― E para onde quer ir? Para a casa da Isis? ― O ruivo perguntou, e Sarah balançou a cabeça negativamente.

― Não, eu fui má com ela. ― Suspirou, tombando a cabeça para trás.― Sabe que a Isis nunca ficaria brava com você, não é? Só precisa aprender a pedir desculpas. ― Sarah o olhou de relance.

― Arg! ― Revirou os olhos. ― Talvez amanhã. ― Deu de ombros.

― Então para onde? ― Gavin suspirou, já estava acostumado com todo o orgulho e teimosia da amiga.

― Pra sua casa. ― Ela concluiu, não via outra opção. Gavin a encarou com hesitação. Apesar de para Sarah aquilo ser algo completamente normal, e sem maldade alguma, Gavin não sabia se era o certo a se fazer, ou se Norman poderia ficar com raiva dele depois. ― Gavin, se meus pais me virem assim vão me deixar de castigo até meus trinta anos. ― Disse chorosa.

― Tá. ― Gavin se deu por vencido, colocando o carro em movimento novamente. Seu pai estava viajando e provavelmente já dormiria naquele momento. Quando Gavin atravessou os portões da sua casa, estacionou seu carro na garagem e ajudou Sarah a caminhar até a porta.

Olhou para todos os lados, e como previsto não havia ninguém por lá. Apoiou Sarah sobre si, e ajudou-a a subir até o andar de cima, caminhando em direção a um dos quartos de hóspedes. Gavin apenas a jogou sobre a cama, fazendo-a resmungar.

― Você não tem direito de reclamar de nada. ― Sentou-se ao seu lado. ― Ficou maluca bebendo daquele jeito?

― Eu só estava triste, porque o seu amigo. ― Fez ênfase no "seu". ― É um idiota. ― Esbravejou, virando-se de costas para Gavin.

― Sarah... ― O ruivo suspirou. ― Você e Norman são meus melhores amigos no mundo. ― Concluiu. ― Eu sei que ele é um idiota, mas você é um porre de vez em quando. ― A garota se virou em sua direção com o cenho franzido, fazendo-o rir. ― Amanhã vocês se resolvem. ― Ele se inclinou, e depositou um beijo em sua testa. ― Tenta dormir. ― Disse enquanto se levantava, porém antes que pudesse se distanciar, Sarah segurou seu pulso.

― Não me deixa aqui sozinha. ― Pediu manhosa. ― Fica até eu dormir. ― Gavin olhou confuso para ela, e não demorou para que ele percebesse que era efeito da bebida. Mas ele não negou, até porque nunca negava algo vindo dela. Então o ruivo sentou-se ao seu lado, do outro lado da cama, enquanto a mesma deitava sobre seu ombro. E permaneceu lá até que ela dormisse.

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