A volta triunfal

2 0 0
                                    

Maxine ajeitou o blazer branco devidamente fechado. Olhou novamente impaciente para a secretária de enormes olhos azuis. ― Assustador. ― Max pensou, girando uma mecha de sua franja castanha em seu dedo indicador.

― Pode entrar senhorita. ― A mulher disse com um falso sorriso nos lábios. Max lhe devolveu um tão falso quanto. ― Tiana está te esperando.

― Obrigada Camille. ― Respondeu lendo o crachá da americana que trabalha lá a apenas cinco meses. Seu sotaque denunciava que era de alguma parte do Texas.

A morena a passos apressados e precisos caminhou em direção à porta de madeira escura. Quando a abriu deu de cara com Tiana sentada com a cabeça apoiada sobre a palma de uma das mãos. Fazia tanto tempo que Maxine não via Tiana, que havia até se esquecido de seu rosto. Mas não de seus enormes seios. Eles possuíam um tamanho muito anormal para serem esquecidos facilmente.

― Senhorita. ― Disse Tiana, com seu semblante sério e soberbo. Max se jogou em uma das poltronas de frente para a mesa da mulher, e sorriu largo.

― E aê? ― Tiana revirou os olhos e ajeitou os óculos acima do nariz.

― Pensei que passar o último ano na França te faria voltar uma dama. ― A mulher lamentou. ― Mas seus modos ainda são como os de um moleque. ― A mais nova soltou uma risada divertida.

― Eu sei que a senhora estava com saudades. ― Maxine sorriu. ― Lá é bem chato. ― Suspirou. ― Sabia que eles comem caramujo? Nojento. ― Fez uma careta. ― Prefiro aqui.

― Sua mãe me ligou hoje de manhã. ― A mulher se pronunciou. ― E pediu para que eu tomasse conta de você agora que ela não é mais responsável por você. ― Concluiu.

― Eu sei tomar conta de mim senhora Tiana, e é por isso que meus pais assinaram a emancipação. ― Disse convicta. ― Não criarei problemas, eu juro. ― Colocou as duas mãos a frente do corpo em sinal de promessa.

― Mas já criou. ― A mulher franziu o cenho. ― A senhorita sabe que o horário de entrada é às sete horas, não sabe? ― Ergueu uma das sobrancelhas. ― Já é uma hora.

― Pois é. ― Max sorriu amarelo. ― Sabe, eu meio que me esqueci de colocar o relógio para despertar, e o fuso horário não ajuda. ― Explicou.

― Sei. ― Tiana cerrou os olhos. ― Você sabe que aqui em Claremont não toleramos atrasado senhorita Maxine...

― Eu sei, eu sei. ― A morena a interrompeu. ― Foi só dessa vez, eu juro. ― Mordeu os lábios. ― Por favor, me deixe assistir as aulas hoje. ― Pediu.

Tiana soltou um suspirou, e arrebitou o nariz. ― Só permitirei porque os alunos já estão recebendo as matérias novas, e não quero que você fique para trás. ― Explicou, mantendo a pose autoritária. ― Mas se isso acontecer novamente, não poderá entrar. Estamos entendidas? ― Perguntou, e Max balançou a cabeça afirmando.

― Sim senhora. ― Estufou o peito.

― Agora vá. ― Tiana balançou as mãos, expulsando-a de sua sala. Maxine se levantou, e caminhou em direção a porta, porém antes de sair, se virou novamente em direção a senhora.

― Ah, o professor falou sobre o time de basquete? ― A menina questionou. ― Nós havíamos conversado antes, e ele me disse que eu poderia ficar encarregada de treinar o time masculino.

― Ah claro. ― Tiana olhou-a por cima dos óculos. ― Ele disse que você o ajudará a partir de agora. ― Concluiu a mulher. ― Mas para isso a senhorita precisa assinar um contrato. Ficará encarregada do time como se fosse um funcionário de CES.

Escola Where stories live. Discover now