Como podemos nos entender (...), se nas palavras que digo coloco o sentido e o valor das coisas como se encontram dentro de mim; enquanto quem as escuta inevitavelmente as assume com o sentido e o valor que têm para si, do mundo que tem dentro de si?
Luigi Pirandello
Carol
A vida de Carol era total e completamente vazia, porque pior do que perder a memória, Carol havia perdido sua mãe, e ela se culpava por isso e desde a sua morte, ela nunca mais disse uma palavra.
- Querida! – Chamou seu pai aparecendo na porta. – O jantar está pronto.
Carol acenou com a cabeça e saiu da cama, seguiu seu pai até a cozinha onde havia um delicioso prato a sua espera.
- Strogonof de carne, com purê de batata, hum... Seu prato favorito! – Falou e deu um largo sorriso.
Carol sorriu também e sentou-se, começou a degustar daquela refeição perfeita preparada por seu super herói predileto. Chamar o pai de super herói é coisa de criança, mas é assim que ela o via.
- Olha, querida eu terei que fazer uma viajem para Roma. – Quando ele falou isso Carol entristeceu o rosto. – Mas eu prometo estar de volta antes do ano novo.
Carol parou imediatamente de comer, ela queria protestar, mas apenas o encarava, seu sorriso simplesmente desapareceu.
"E o natal?" - Pensou.
- Eu sei o que está pensando, mas poderá passar o natal com seu tio Phillip e seu primo, já conversei com eles e eu soube que passaram o natal na casa de uma amiga de seu primo, será muito divertido.
Carol revirou os olhos e continuou a comer, pra variar agora ela teria que aguentar uma manada de pessoas querendo falar com ela, aff ninguém merece.
Depois do Jantar, ela foi para seu quarto e deitou-se em sua cama, era muito difícil para ela lidar com a saudade, ela poderia estar rodeada de pessoas, mas se sentia sozinha, era como se um buraco estivesse dentro dela, e nada era capaz de tapar.
[...]
No aeroporto já estava tudo pronto, malas e passagem. O formigueiro de pessoas passando de um lado para o outro, procurando isso ou aquilo, Carol já sentia o frio na barriga.
- Hei... querida vai ficar tudo bem, depois que eu terminar irei voando para Nova Orleans, literalmente. – Falou e sorriu.
Depois que conseguiram se achar naquela multidão de pessoas, acharam a porta de embarque, Leonardo depositou um beijo na testa de sua filha e se despediu. Carol adentrou o avião, procurou sua poltrona e assim que a encontrou colocou a mala no aéreo em cima de sua cabeça. Sentou-se e colocou os fones.
- Desculpe mocinha, mas não pode ligar o celular na decolagem. – Falou uma aeromoça com um sorriso largo, tão largo que chegava a ser assustador, por um instante Carol achou que ela estivesse dopada, tirou os fones e desligou o celular. Uma voz robótica saiu de pequenos auto falantes.
- Atenção! Aqui fala o piloto do avião, apertem os cintos, não andem durante a decolagem, e sigam as instruções dadas pelas aeromoças, o avião irá decolar agora, boa viagem e obrigada.
Carol apertou o cinto e começou a orar, embora não fosse de religião alguma. O avião começou a andar em direção a pista de decolagem, ao chegar virou-se para a pista e começou a acelerar. Carol arregalou os olhos e começou a gritar internamente.
"Ai meu Deus! Ai meu Deus! Ai meu Deus!"
O Avião decolou e Carol sentiu tudo balançar, era como se o chão fosse se abrir e ela cair em um abismo, ela fechou os olhos e sua respiração ficou pesada, de repente o avião se acalmou começou a andar suavemente.
- Já pode abrir os olhos. – Falou uma aeromoça, a mesma do sorriso assustador.
Carol abriu os olhos lentamente e olhou para a aeromoça que agora apontava para a janela, ela se virou e viu um mar de nuvens rosa, que resplandeciam a luz do sol que já estava se pondo, um sorriso brotou em seus lábios, e ela estava muito mais tranquila agora.
- Quer alguma coisa? – Perguntou a aeromoça, e Carol maneou a cabeça negativamente. – Quer sim, coma esse chocolate vai se sentir melhor.
Carol sorriu e pegou o chocolate, já estava se sentindo bem melhor, e agora tudo o que queria era descansar um pouco, inclinou a poltrona para traz e dormiu.
[...]
Acordou com o barulho do avião balançando, e deduziu que estavam pousando, já era noite e as estrelas brilhavam no céu de Nova Orleans. O avião pousou, Carol respirou fundo, tirou o cinto e pegou sua mala, ao sair se encontrou com a aeromoça sorridente que disse: "Volte sempre" – Sério! Carol iria sonhar com aquele sorriso macabro.
[...]
Carol desceu as escadas rolantes e avistou Philip segurando um cartaz escrito: CAROL DASTON.
Ela respirou fundo, e seguiu em direção ao cartaz.
- Oi, Carol – Cumprimentou Philip. – Lembra de Logan?
Logan acenou e falou oi, mas Carol apenas acenou.
Foram juntos até o carro, Logan colocou a bagagem no porta-malas, e entrou no carro.
- Foi boa a viajem? – Perguntou Logan Carol maneou a cabeça positivamente. - Ah! Que bom, não ficou com medo? – Carol mexeu a mão. – Mais ou menos? Eu teria morrido de medo, do jeito que tenho medo de altura.
Carol começou a estranhar, Logan não era de conversar muito e ele estava falando de mais para quem era quase mudo como ela. Philip estava bem arranjado com aqueles dois.
Oi leitores, leitoras, pessoas e seres humanos... cheguei chegando, estou de volta trazendo essa nova personagem, comentem o que estão achando e VOTEMMM, Votem pelo amor de Deus, 702 leituras e 92 votos?
Gente a história vai começar a dar uma balançada agora hem, não percam os próximos capítulos, e comentem o que vocês gostariam que acontecesse!!
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Memórias De Um Passado Real - Watts 2019
SpiritualNunca deixe o medo de errar impedir que você jogue. Logan desperta em um hospital aos seis anos de idade, a única coisa de que ele sabe é o seu nome e o que contaram a ele. "Um menino encontrado a beira da estrada e adotado por um dono de um restau...