AGNELO (Bônus De Julian - Concluído)

Capítulo 10

Olívia 

Estremeço por inteira quando ouço a voz grossa de Agnelo. O que o amor faz com a gente não é mesmo? Uma simples troca de olhares, uma palavra, um gesto, um toque é capaz de fazer com que seu corpo vá ao céu e volte. É assim que me sinto quando Agnelo chega perto de mim. E também me odeio por isso.

"Eloíse, eu já vou!" Exclamo limpando minhas lágrimas e minha amiga entende bem o porquê.

"Se você quiser, pode ficar. Não deixe ele saber que te incomoda." Ela diz em tom suave.

"Ele não precisa nem saber que eu estou aqui, amanhã eu venho ver você novamente." Falo e me apresso em sair.

"Tudo bem então. Volta mesmo, você está bem sumida esses dias. Fica bem, te amo tá?"

"Também te amo." Falo e sorrio para ela. "Até mais bonequinha da tia Liv." Sussurro para Julie que dorme feito um anjinho.

Saio para fora do quarto e vejo Julian na porta do quarto ao lado falando baixo com alguém, Agnelo para ser mais exata. Com passos rápidos ando em direção às escadas, porém Julian esbarra em mim ao se virar para fechar a porta.

"Oh, Olá Olívia." Julian cumprimenta-me sorrindo.

"Olá, Julian. Como está?" Faço a pergunta retórica de sempre.

"Melhor impossível. E você?" Retribui de forma simpática.

"Levando..." Respondo e aceno com a mão. "Vou indo, até mais."

"Até, volte sempre." Assinto e ele entra no quarto da bebê onde Eloíse se encontra.

Ouço Julian falar algo sobre Agnelo para a esposa dentro do quarto mas ignoro, preciso sair daqui o mais rápido possível, não quero encontrar com Agnelo de novo. Sou capaz de matá-lo. Apressada em chegar logo até às escadas, vejo quando Agnelo abre a porta do quarto em que estava e agarra meu braço.

"Aí!" Exclamo e olho para a pessoa a minha frente.

"Você está aqui." Agnelo fala entre os dentes, aparentemente ele não está nada bem.

"Não! Imagina, quem está aqui é meu fantasma!" Respondo em tom ríspido e ele dá um sorriso sombrio.

"Gosto do seu jeito. Gosto muito." Ele rosna e leva os lábios até meu pescoço.

"Me larga..." Peço quase sucumbindo aos desejos do meu corpo quando ele segura minha cintura com força me colocando contra a parede.

"Eu preciso falar com você, é sério." Ele me olha nos olhos.

"Então fala rápido. Eu tenho um compromisso e preciso ir embora logo." Exijo.

"Que compromisso? A porra do Doutor Salvatore?" Sua voz soa embargada e alterada.

"Vai começar, droga?" Irrito-me e solto meu braço de seu agarre.

"Precisa ser em particular, vamos entrar no quarto." Sem perca de tempo abro a porta e o puxo para dentro, fechando a mesma atrás de mim.

"Agora, fala!" Peço cruzando os braços com impaciência.

"Fica comigo, apenas essa noite?" Agnelo olha-me com súplica, seus olhos estão cheios de um brilho estranho, o que faz prender meu olhar dentro deles.

Mas eu ainda estou muito magoada, ele foi horrível comigo mais cedo me magoando de forma que meu coração partiu-se em pedaços.

"Você já se esqueceu do que me disse hoje cedo? O que você acha que eu sou? Um brinquedo?" Protesto furiosa e profundamente magoada por suas palavras ditas de formas cruéis.

"Eu não quis dizer aquilo. Me desculpe, só imploro que durma comigo hoje. Não era isso que queria de mim? Transar, gozar e cair fora?" Eu engulo em seco quando uma onda de lágrimas quer transbordar dos meus olhos, porém eu não o darei o gostinho de me ver chorar. Suas palavras tem efeito dobrado em mim, inclusive quando ditas para me machucar fortemente.

"Você bebeu além da conta, mas você é um idiota! Você está se escutando? Eu odeio você Agnelo, eu odeio você!" Grito para ele não conseguindo mais segurar as lágrimas que me impedem de respirar.

"Você não me odeia, talvez possa odiar, mas é o meu pau que você quer dentro de você, não é?" Diz com olhar de quem quer mesmo machucar meu coração.

"Vá se foder!" Grito pegando minha bolsa que deixei no chão e virando as costas para ele.

Merda, não era para ser, mas está doendo. Suas palavras me machucaram mais do que deveria.

"Volta aqui, porra!" Ele exclama segurando meu braço.

"Me solta!" Ordeno puxando-o de volta.

Mas além de me soltar ele me puxa e choca nossos lábios, eu solto um gemido de dor e mordo sua boca com ódio.

"Não pense que pode me beijar quando quiser, eu não vou dormir com você, nunca mais!" Decreto e dou uma bofetada em seu rosto.

"Minha ferinha brava, gosta de me bater? Quero me me bata assim na cama." Cada palavra que ele fala me deixa com mais ódio dele, minha vontade é esganar esse filho da puta.

Ele está claramente fora de si!

Cansada de gastar saliva com algo que não vale a pena, que não resultará em nada, saio por essa porta batendo-a com força, no meio desse corredor meu coração dói dentro do peito, que merda eu fui fazer em me apaixonar por um idiota, por correr atrás de um desgraçado que não vale o chão que pisa.

"Porra! Volta aqui mulher!" Ouço Agnelo gritar abrindo a porta e andando atrás de mim. "Eu não consigo mais viver sem seu corpo, por favor..." A última parte sai como um sussurro, mas me faz parar.

Infelizmente suas palavras move algo em mim. Eu estaria sendo tola se voltasse para os braços de um homem que apenas me usou e me humilhou? E se no outro dia ele acordar e me expulsar como outro dia?

"Eu imploro..." Ele sussurra mas ainda assim eu não me viro. "Eu nunca implorei por nada na minha vida, você apareceu e mudou tudo dentro de mim, me fala que feitiço você usou em mim? Porra, uma transa de meses atrás e eu me lembro, só foi olhar novamente para você que eu não consegui evitar em te tomar em meus braços novamente, o dia em que levei você para minha casa, eu nunca irei me esquecer como seu corpo é perfeito em todos os aspectos. Faz uma semana depois disso, uma semana em que a única coisa que eu penso na vida é em você. Eu não presto, nunca prestei e não vai ser agora que eu vou prestar, não quero te enganar com promessas vãs, então eu vou ser sincero: seja minha por mais uma noite? A última." Mais sensível do que nunca, nos últimos dias, sinto as lágrimas quentes descerem.

Ele tem razão, claro que nada justifica seu ato hoje mais cedo, ainda estou muito triste com ele, porém ele está sendo sincero. Agnelo nunca me prometeu nada e muito menos fidelidade, talvez esse amor que eu penso sentir, seja coisa passageira, fruto de uma boa transa e o fato de ele ter me dado o primeiro orgasmo da minha vida. Isso que eu sinto pode ser admiração e tesão, um desejo ardente e mútuo, é só isso.

E para confirmar, para eu ter certeza, irei passar a última noite com Agnelo. Se ele é um cafajeste que só quer o meu corpo, porque eu não posso querer apenas o corpo dele também? Fazer sexo de forma inesquecível para que ele nunca mais em sua vida de luxúria após isso, encontre alguém que o faça delirar, assim como irei fazer hoje.

Daí em diante iremos seguir nossas vidas, apenas com as pequenas lembranças que uma pessoa sem amnésia é capaz de lembrar.

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Olá gente ❤️

Estou sentindo falta dos comentários de algumas leitoras :(

Podem tirar dúvidas, me perguntem o que quiserem, vamos interagir rsrs...

E vcs acreditam que já estamos na reta final?

Beijooos e até amanhã ❤️