Capítulo 20

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Olívia

Os meses seguintes voaram como um pássaro fugindo da chuva, passou tão rápido que as vezes me esqueço da barriga que carrego quando levanto-me de pressa e quase fico travada sem conseguir me mexer por alguns segundos. Com o passar do tempo eu aprendi a me acostumar com a idéia de que eu estava grávida, quem vacilou fui eu, meu bebê não tinha culpa de nada.

Eu, mãe. Nem em meus piores sonhos eu pensava nisso, agora cá estou eu carregando uma barriga de oito meses. Continuo trabalhando, meu objetivo é trabalhar até ele nascer. Ele, é um menino, pesquisei na internet vários nomes com a letra O, fiz questão de que seu nome fosse parecido com o meu, Olívio eu detestei, mas quando eu li: Otto, me apaixonei e decidi que esse seria o nome do meu pimpolho.

Em todas as minhas ultrassonografias, João e Eloíse estavam comigo, se emocionaram junto quando descobrimos que seria um garotinho, eu oro todos os dias para que ele seja a minha cara e não se pareça com Agnelo, por favor bebezinho...

Quando estou no escritório, Salvatore me ignora de forma incrível, ele passou a fingir literalmente que eu não existo, certo dia ele me viu e olhou para minha barriga, ela não está tão grande assim, afinal, mas ele olhou com tanto desdém que eu senti vontade de mandar ele para o inferno! O que o meu bebê tem a ver com a nossa bagunça? Nada.

Agora eu entendo as mães super protetoras, imagino que se no futuro alguém mexer com Otto, eu sou capaz de fazer alguma besteira para defende-lo. Durante a noite é quando ele fica mais animado, chuta tanto que eu chego a chorar de dor, porém o choro é misto de felicidade e amor, o amor é tão grande que não cabe no peito. Me emociono todos os dias quando me olho no espelho e noto como eu mudei, como essa criança mesmo sem saber de nada me transformou numa mulher forte e guerreira.

Meus dias de ficar trancada dentro de um quarto chorando por um amor não correspondido já passou. Isso não significa que não doa, dói e muito, ainda amo Agnelo, entretanto, eu preciso viver, a vida continua, ela não pode parar.

Já pensei que seria o fim do mundo por diversas vezes, já vivi, aliás, o fim do mundo várias vezes, e no dia seguinte estava tudo bem. Porque querendo ou não, fica tudo bem.

"Vamos, Liv. Deixa de preguiça." João implora nos pés do sofá que eu estou deitada.

"Ah não, João... Estou cansada, é domingo!" Resmungo.

Meu irmão deixou de dormir na casa de Larissa a meses, alega que não quer me deixar sozinha, não me deixa fazer nada, mas hoje, ele quer ir ao aniversário do sobrinho dela e está implorando para que eu vá, sendo assim a consciência dele não irá ficar perturbada por nenhum dos lados.

"Pode ir, é sério, eu vou ficar bem." Tento convence-lo mais uma vez.

"Não. Eu prefiro ficar com você aqui, se você não vai, eu também não vou. Tá maluca? Otto pode nascer a qualquer momento." Ele argumenta.

"Tudo bem, João, você me convenceu. Vou tomar um banho." Me levanto e vou para o banheiro.

Ele tem por diversas vezes deixado de sair e fazer várias coisas para ficar comigo, isso agravou-se quando passei de seis meses, de acordo com ele o bebê pode nascer a qualquer momento, sinto-me tão amada por ele que sou capaz de fazer qualquer coisa pelo meu irmão, tenho que mostrar minha gratidão indo com ele até essa festinha.

Duas horas depois, cá estou eu, em uma festa com várias crianças correndo de um lado para o outro, João sumiu com sua querida namorada e eu estou sentada contando piadas sem graça para umas crianças e comendo o quarto pedaço de bolo.

"Tia, qual é o seu nome mesmo?" Um menininho de pele escura pergunta.

"Olívia, mas pode me chamar de Liv." Respondo sorrindo.

AGNELO (Bônus De Julian - Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora