Capítulo 7

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Olívia 

Sempre falei para mim mesma e para várias pessoas em diversas situações da minha vida, que para quem sabe ler, um pingo é uma letra. Assim que Agnelo disse que eu não poderia ficar, livrei-me da humilhação e de ter que implorar, mesmo que fosse o que eu queria. Também não iria ficar de sorrisinhos e abraços para com ele. Entrei no carro sem olhar para trás e dirigi até em casa.

Quando chego em casa, João mais uma vez não está, parece que se mudou para o apartamento de sua namorada. No meu celular não existe chamadas ou mensagens de nenhuma das pessoas que eu conheço. Fecho meus olhos e tento dormir um pouco, se passar por vítima não faz meu tipo, sei que cada um tem seus compromissos e afazeres. O que me resta é dormir e aguardar até o outro dia para que eu corra atrás de uma faculdade, e um emprego, já que em breve ficarei sem a grana dos meus pais.

Com minha bexiga cheia, corro até o banheiro e sou castigada pela ardência, Agnelo acabou comigo hoje. Tomo mais um banho e volto para a cama, na qual eu passo o dia inteiro dormindo. Quando acordo novamente tento não pensar no homem idiota e gostoso que me pegou de jeito e me deixou com o corpo dolorido.

Uma semana se passa na minha vida, uma semana em que eu não tenho notícias de Agnelo, nem para trocar telefones servimos quando estávamos juntos, só pensamos em trepar o tempo inteiro. Espalhei currículos em várias empresas para o cargo de administração, tenho um breve curso nessa área, também me inscrevi numa faculdade perto do centro para cursar arquitetura. A minha sorte foi que guardei algum dinheiro, o suficiente para que eu pague uma boa faculdade.

Quando dou por mim já é sábado novamente, alguns dias dessa corrida semana eu visitei minha melhor amiga e minha sobrinha que mais parece uma pintura de tão bonita que a criaturinha é, idêntica ao pai ela tem apenas os cabelos ruivos da mãe, mas é a coisa mais preciosa do mundo. Fui ao salão, ao shopping, fui ao cinema sozinha, entre outras coisas que me fez evitar em pensar no homem que insiste em morar dentro da minha cabeça.

Acordo cedo e ouço alguns barulhos no andar de baixo, sinto-me curiosa para saber quem é, me olho no espelho e estou acabada. Visto um vestido simples, dou uma bagunçada a mais no cabelo, gosto assim, escovo os dentes e desço, não importa quem esteja lá, eu estou com fome e necessito encher minha barriga até não conseguir mais falar. Porém assim que coloco meus pés no último degrau da escada, me arrependo amargamente de ter descido, pois advinha quem está aqui? Isso mesmo, o Doutor Salvatore.

"Bom dia, Olívia." O mesmo vem em minha direção. Eu mal acabei de descer!

"Bom dia. Desculpe-me Doutor, mas estou de saída." Dou um sorriso forçado, se eu conseguir sair, terei de dar um jeito de ir para algum lugar.

"Para aonde a senhorita vai?" Ele indaga e pega a minha mão para beijar.

"Vou sair, vou comer fora." Falo e puxo minha mão de volta.

Assim que olho para encará-lo, vejo que o homem a minha frente não é tão mal assim, ele é bonito, mais velho que eu, claro, coisa que Agnelo também é. Mas contém um charme sedutor e misterioso, tirando a parte que ele é um louco que faz contrato para se casar com uma mulher, aliás pergunto-me o motivo disso, ele não é de se jogar fora, conseguiria uma mulher fácil fácil.

"Ótimo, eu vim justamente aqui, convidá-la para um almoço comigo." Ele fala sorrindo e eu não sei onde enfiar meu rosto. Me dei mal.

"Eu sinto muito, mas eu já marquei com minha amiga de almoçarmos juntas hoje." Falo tentando me livrar.

"Por favor, senhorita, aceite almoçar comigo. É apenas um almoço! Podemos conversar sobre coisas que serão conveniente para você." Ele fala baixinho e pisca para mim.

AGNELO (Bônus De Julian - Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora