Capítulo 17

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Olívia

Um mês se passou em minha vida, um mês em que eu sai do fundo do poço e conquistei coisas por mérito meu. Eu consegui a vaga de gerente administrativo financeiro. Pode ter sido rápido, mas Salvatore me disse que não teve nada a ver com o meu salário ser tão alto, que todos recebem o mesmo em sua empresa, eu acreditei, pois apesar de tudo, eu venho trabalhando como nunca, faço até horas extras, desconfio também que a secretária vem deixando trabalho além do necessário para mim, mas eu não me importo, sei da minha posição e irei trabalhar.

Eu e João nos mudamos para um apartamento mais perto do nosso local de trabalho, inclusive também mais perto de onde Larissa mora.

Meus dias se passaram sendo os mesmos, havia vezes que eu acordava desanimada sem querer sair de casa, mas olhava tudo em volta e precisava daquilo, havia também, noites em que eu chorava sem parar até dormir, lembrando dos meus pais, de Agnelo, eu menti quando disse que não os amava, eu amava sim e ainda amo.

Eloíse vinha me visitar, eu ia até a casa dela, eu e João na verdade. Resolvi dar uma chance ao doutor Salvatore, na realidade minha decisão em dar um novo passo, foi depois que Agnelo conseguiu meu telefone e começou a me ligar, quando ouvi a voz dele eu comecei a chorar, senti calafrios por todo meu corpo, eu senti a falta dele, mesmo que foram poucos nossos momentos juntos, eu me apaixonei e ainda estava doendo tudo que ele disse para mim, doía ainda mais a realidade de saber que eu mesma me submeti a isso.

Meu namorado tem se mostrado um excelente homem, me respeita acima de tudo e depois do nosso amasso no escritório dele, nunca mais tivemos algo assim, ainda não me sinto confortável em fazer amor com outro homem, não sei o que deu em mim, mas depois que Agnelo tocou em minha pele, eu não tenho mais aquela vontade, aquele fogo. Salvatore me entende, porém não sabe sobre outro alguém que também mora em mim.

Ele é muito ciumento e obsessivo comigo, me liga várias vezes por dia e quer me ver sempre, eu até entendo o lado dele, porém as vezes sinto-me um tanto sufocada. Entretanto eu aprendi a desenvolver um carinho especial por ele e assim vou seguindo, construindo uma relação aos poucos, de afeto e companheirismo.

Hoje em meu horário de almoço, irei para casa comer alguma coisa, não gosto de estar comendo sempre em restaurantes, até porquê, ultimamente estou comendo bem pouco, já percebi algumas roupas folgadas em mim, percebo que estou criando uma barriguinha por estar sempre sentada a frente de uma mesa.

"Já está pronta para ir?" Salvatore pergunta-me olhando em meus olhos. Seu olhar é tão intenso que percebo claramente o quanto ele gosta de mim.

"Sim, hoje estou faminta!" Exclamo e sorrio.

Portanto saímos de mãos dadas pelas grandes portas do prédio gigante dele. Logo em seguida seu carro aparece, trazido por um de seus empregados, entramos nele e vamos em direção a minha casa.

Quando chegamos já tem comida pronta, eu havia feito na noite anterior e meu namorado nunca se importou em comer comida requentada por mim.

Meia hora depois, já estamos satisfeitos, vou ao banheiro escovar meus dentes e sinto novamente uma leve tontura, eu não contei isso para ninguém, mas há exatas duas semanas eu venho sentindo essas coisas, claro, muitas coisas se passaram por minha cabeça, mas não é possível que fosse o que eu estava pensando, eu havia tomado a pílula do dia seguinte após a minha última noite com Agnelo.

Paro um pouco e tento lembrar-me de como foi o dia seguinte a nossa última noite e... Merda, merda, merda! Eu não tomei a pílula, droga, foi exatamente o dia que eu fui embora de casa, com tanta coisa acontecendo eu acabei esquecendo.

AGNELO (Bônus De Julian - Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora