Congelado
Acordo com o despertador tocando. Eu me lembrei de cada coisa daquela noite bizarra, sinceramente não ouve nada demais, só ficamos conversando. Achei muito, muito e muito estranho. Levanto da cama indo até o banheiro e faço minhas higienes. Sai do quarto e quando fui descer as escadas eu deslizo e caio escada a baixo. Que vergonha. Sinto uma dor forte no dedo.
--Aí! Menino que susto! -- Petra colocou a mão no peito -- Jesus garoto, se não fosse esses seus poderes bizarros você já estaria morto.
--Não aconteceu nada, só cai da escada.
--Menino! Seu dedo tá quebrado! --olhei, ele estava todo torto -- Aí Jesus vou desmaiar!
--Calma! -- pego o dedo torto e ponho no lugar, logo mexo ele de novo -- eu me curo rápido, relaxa mulher.
--Amém. Vem comer logo -- subi as escadas indo até o banheiro, ela sempre se desespera, mas sempre saiu ileso, se não fosse minha super cura, já estaria morto, tenho uma fama de destruição por onde passou, sou muito desastrado, ainda mais com poderes, fica mais perigoso.
Vou até a cozinha e pego uma maçã na geladeira. Fico confuso, olho o relógio e me desespero, hoje é segunda! Subo as escadas correndo. Entro no meu quarto e me visto. Pego minha mochila e corro para fora de casa.
--Ainda tem tempo -- suspiro, meu relógio é meio errado, sempre fico em pânico atoa.
Vou a pé para a escola, é um pouco perto então dá para ir. Chegando lá Theo me espera logo na porta.
--Iae cara! O que ouve na festa?
--Nada, só estava mal.
--Sei.
--Cadê o Lucas e o Henrique?
--Não sei.
Entrei junto com ele na escola. Entramos na nossa sala e por sorte o professor se atrasou. Sentei na cadeira do fundo e o Theo na minha frente.
--Eles vão se atrasar -- Theo disse se referindo ao Henrique e o Lucas.
O professor entrou na sala.
--Bom turma! Temos dois alunos novos -- o que? O garoto de olhos esmeraldas entra na sala, e a garota que peguei na festa! -- esses são o Gabriel e a Luana. Sente-se onde quiserem.
Luana sentou no meio e o Gabriel, bom veio até mim e se sentou ao meu lado.
--Oi tudo bom? -- perguntou sussurrando para mim e sorrindo de lado.
--Oi! Tô bem sim e você? -- digo com a voz fraca, estava esquentando não sei como.
--Bem também.
--Peguem o livro na página 80 de matemática -- Aí minhas estrelas, esqueci que era matemática, sou horrível! Bufo fazendo drama.
O sinal toca para o intervalo. Saio da sala com o Theo.
--Ei não era aquela garota que você pegou na festa ontem? -- sussurrou, assim que sentamos nas cadeiras da lanchonete. Pus meu lanche na mesa e comi.
--Era sim, só não sei o nome.
--Nossa cara, você é horrível.
Ela se levantou e veio até mim.
--Oi bebê! Por que saiu ceda da festa? E não voltou?
--Estava passado mal desculpa.
--Ata -- sorrio cinicamente -- esse é meu número -- me entregou um papel -- tchau -- beijou minha bochecha e saio.
--Nossa que sem noção.
--Pois é.
Depois das últimas aulas chatas o sino toca.
--Ei, eu vou passar na cafeteria, quer café?
--Não obrigado. Vou para a biblioteca.
--Ok.
Nos separamos. A escola já estava um pouco vazia. Entrei na biblioteca e sentei em um cadeira. Coloquei meus livros na mesa e retirei um que eu adorava. Mas ao longe avistei Gabriel entre as platileiras de livros, observado e arrumado alguns livros. Me levanto um pouco nervoso e vou até ele.
--Oi, o que tá fazendo?
--Oi -- disse baixo e nervoso -- sou voluntário daqui, estou arrumando livros que alguns alunos idiotas deixam jogados no chão.
--Sei bem como é -- desvio o olhar -- vai ter um trabalho em dupla, quer fazer comigo?
--Aquele de psicologia? Mas você não ia com seu amigo, aquele lá?
--É mas ele furou, traíra.
--Ok, vem na minha casa as 16 horas tá?
--Ok, vizinho.
--Não gosto quando me chamam assim -- o sorriso dele sumiu.
--Nossa, parei -- levantei as mãos em rendição -- me passa teu número -- fiquei com uma pontada de vergonha e medo, não sei o que era aquilo.
--Tá... -- estranhou -- Toma -- me deu um papel com o número.
--Obrigado. Vai fazer algumas coisas quando terminar?
--Não, e você?
--Irei no shopping, quer ir comigo?
--Tá -- Nossa, foi bem rápido.
--Ok, quando voltar a gente começa o trabalho. Te espero em casa depois quando terminar -- ele assentiu com um sorrisinho bobo na cara. Sai e fui até minha mesa, soltei o ar que prendia por tanto tempo, caramba! Comecei a soar, que isso?
Guardei meus livros e fui para casa espera-lo. Quando cheguei nem guardei minha mochila, só tirei a roupa e cai na minha piscina, a água me relaxou muito, um peso que desconhecia saio, lindo, livre, leve e solto. Subi a superfície para respirar, meu pai estava sentado em uma cadeira perto da borda.
--Oi, como vai a escola? -- Seu cansaço era evidente, ele estava horrível e tinha olheiras muito fundas.
--Vai bem, pai, melhor você ir dormir.
--Estou bem, amanhã tem tempo de sobra, vou receber folga.
--Que bom, quase não te vejo em casa.
--Cirurgia é pesado. Ainda quer ser médico?
--Sim.
--Que bom, tomara que passe. Então tá, vou comer algo e ir dormir. Tchau.
--Tchau.
Sozinho de novo. Enquanto meus pensamentos afundava naqueles olhos esmeralda, eu tentava tira-lo da minha mente mais não adiantava. Quando me dei conta eu tinha congelado a superfície da piscina toda, fiquei surpreso. Afundei na água e sentei no fundo da piscina. Meus pensamentos vagou, enquanto sentia um calor toda vez que lembrava dele.
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O Escolhido Da Lua (Romance Gay)
RomanceVamos sair um pouco do padrão de romance. Ficção e romance colocados em uma única história, real e fictício. Thomas Reis, 17 anos, nascido em uma fase da lua azul, nasceu com poderes de controlar a água. Sua mãe morreu para pagar o preço, ele vive...