Tempestade solar: DesastreSo ficamos alguns dias presos naquela floresta chata, alunos para todo lado iam e viam com suas coisas para o ônibus escolar. Partimos de lá e logo chegamos na nossa cidade, o ônibus parou na escola e alguns pais já estavam a espera de seus filhos, inclusive o meu. Gabriel foi até sua mãe que o esperava e Asher aproveitou e pegou carona com seu primo. Theo voltou comigo, meu pai deixou ele na sua casa e voltei a minha. Desci do carro e entrei em casa, Raven estava assistindo TV enquanto comia um salgadinho, Petra estava lavando louças. Subi para meu quarto, fechei a porta e coloquei minha bolsa ao lado da escrivaninha, ouvi um barulho e um vento frio vindo da janela, fui até ela e a fechei, senti alguém atrás da mim, uma sobra, abri minha garrafinha devaga a água subiu pela minha pele e se solidificou em pequenos espinhos de gelo, me virei rapidamente e lancei os espinhos a pessoa atrás de mim desviou deles que acertaram a parede e quebraram. Era Lucas e ele estava nervoso, relaxei um pouco o corpo.
--Preciso da sua ajuda -- embora eu estava bravo com ele o ouvir -- tenho um amigo que foi mordido por um lobisomem, aqui perto, daí me lembrei que você morava aqui, por favor, os vampiros estão nos caçando também.
--Por que quer minha ajuda?
--Por que você pode cura-lo. Por favor.
--Tá! -- o segui até a floresta perto da minha casa, adentramos e vi seu amigo deitado entre raízes e folhas secas, estava ferido com uma mordida na perna e estava suando muito, quando me aproximei ele logo tentou recuar seus olhos ficaram negros e suas presas de vampiro apareceram. Lucas tapou a boca dele e cochichou algo em seu ouvido que relaxou.
--Ajuda ele, você sabe que mordida de lobisomem é mortal para vampiros -- Sabia que foram atacados por estarem perto demais da minha casa, passei a minha mão na língua e pus em cima da ferida que cicatrizou em instantes. Seu amigo porém estava já inconsciente, Lucas suspirou em alívio.
--Quero falar com você sobre aquele bilhete que deu ao Gabriel -- comecei.
--Não foi eu, fui obrigado pelos originais. Estou sem lugar para ir, por favor me ajuda, e estou com muita fome, mas de comida não sangue -- suspirei.
--Seu amigo pode ficar comigo, mas não sei você... acho que o Theo pode te ajudar -- ele assentiu, me levantei -- Espera aqui -- Peguei seu amigo no colo e levei até minha casa, o colocando na cama do quarto de hóspedes, desci as escadas e fui até a cozinha, peguei algumas comidas e levei até Lucas que devorou em segundos, enquanto eu observava que nele também tinha presas de vampiro.
--Está escurecendo, mandei mensagem para o Theo e ele pode te ajudar -- digo me levantando do chão, Lucas se levantou e me abraçou. Quando nos degrudamos seguimos rumo a casa do Theo, bati na porta e ele veio atender. Deixei Lucas na casa dele sem muitas palavras e cerimônia, foi bondoso da parte dele aceitar um vampiro, logo ele que era lobisomem.
Voltei para minha casa e fui ao quarto de hóspedes, me encostei na porta quando o vi acordar, ele fitou meus olhos por um tempo.
--Qual é seu nome? -- perguntei me sentando na beira da cama.
--Halo, e você é o Thomas né? -- assenti -- estou com sede, pode me ajudar? -- O que eu faria? Não posso dar uma pessoa para ele beber, mas me lembrei que tem sangue no escritório do meu pai, do lado de seu quarto.
--Posso, espera aqui e não faça nada -- me levantei e fui até o escritório do meu pai, abri a porta devagar e entrei, abri a gaveta e tirei duas bolsas de sangue, voltei e fechei a porta lentamente evitando rangidos. Fechei e voltei ao quarto jogando as bolsas de sangue na cama e ele logo bebeu tudo.
--Durma, amanhã tem um grande dia - falei saindo do quarto e me deparei com Raven só de pijama de braços cruzados e me encarando com deboche -- o que?
--O que? Eu sei de tudo que acontece nessa casa, você acha que eu não vi? -- abri a boca para argumentar mas ela me interrompeu -- Olha, não me importa, só deixa ele longe do papai e de mim, você cuida dele -- Saiu batendo o pé com força no chão e batendo a porta do seu quarto, entrei no meu e me troquei, me joguei na cama feito pedra e cai no sono.
🌙
Acordei com Petra abrindo a janela deixando o sol bater na minha cara.
--Acorda! Você tem escola -- resmunguei me levantando e indo ao banheiro para fazer minhas higienes -- Irei fazer as compras -- disse arrumando minha cama -- Seu pai foi trabalhar e sua irmã... bom, saiu com os amigos, voltarei logo -- Saiu do meu quarto, sai do banheiro e me troquei tirando o pijama e pondo somente um short, desci para tomar café da manhã quando escutei batidas aceleradas na porta, foi rápido, fui até a porta e abri me deparando com Asher que chorava.
--O que foi? -- dei espaço e ele entrou se sentando no sofá.
--Eu... eletrocutei meu pai, sem... querer -- ele disse entre soluços.
--Sem querer? -- ele negou, suspirei fui até a cozinha pegar um chá da Petra, tomara que ela não note, e entreguei a ele, me sentei ao seu lado -- o que houve?
--Não sei ele surtou, não queria divórcio e ameaçou minha mãe, eu só defendi ela! -- olhei para qualquer lugar para tentar entender -- ele tá no hospital, com minha tia, minha mãe está na casa da minha vó.
Nessa hora Halo veio do quarto e os dois se olharam confusos. Me levantei e fui até ele.
--Precisa de um banho, tem toalha no banheiro vai lá -- ele ficou confuso e foi ao banheiro, voltei até o sofá -- Longa história, acredite não me pergunte -- ele assentiu -- Posso ver seu pai? -- ele assentiu e respirou fundo, nos levantamos e fomos no carro do meu pai até o hospital. Entrei e fui até a recepção e ele esperou no banco.
--Oi, posso visitar, Cyrus Angel? -- mexeu no computador.
--Você é o que dele?
--Vim com o filho dele, Asher Angel, somos amigos.
--Pode sim -- me entregou dois crachás de visita -- sala 5.
--Obrigado -- Peguei e voltei até a cadeira que Asher estava entreguei a ele mas rejeitou -- o que foi?
--Melhor só você ir.
--Ele nem me conhece, vamos -- ele respirou fundo e pegou o crachá, levantou e fomos até a sala 5, seu pai estava ligado à várias máquinas, ele nos viu -- Oi senhor Angel, como vai? -- sentir o ar ficar frio em volta de Asher e sua respiração estava pesada.
--Quem é você?
--Me chamo Thomas, sou amigo de seu filho -- ficamos conversando por um tempo, até que ele pegou no sono, Asher não deu um pio a conversa toda e seu pai não se importou, esperei ele dormir, lambi a mão e quando ia tocar na sua perna Asher segurou minha mão com força e senti uma queimação na região.
--Não -- sua voz vinha carregada de raiva e tristeza, recuei a mão e assenti, ele estava triste mas isso é demais, só que não discutir, entendia, ele queria que seu pai pagasse pelo que fez com sua mãe.
Sai com ele do hospital e entramos no carro, quando ele entrou acelerei até a casa dele, antes de sair eu tranquei a porta e o olhei sério.
--O que? -- perguntou me olhando e se fazendo de desentendido.
--Sério? Por que não quer que eu ajude? -- ele bufou olhando para frente e não para mim -- Olha para mim -- ele olhou para mim mas ainda estava com um olhar frio.
--Não consigo, não tenho a vida perfeita como você, seres humanos erram e aprendem com isso, você não sabe nem a vírgula pelo que passei, não entende.
--Me faça entender então, me conte.
--Outro dia tá -- ele destravou a porta -- quando eu estiver pronto, quando o sol bater na minha cara e eu me sentir completo, aí eu estarei pronto para contar, mas até la, aproveite sua vida boa, pode ser amanhã ou demore anos, mas o baixo da vida vira e esteja pronto -- fechou a porta e entrou em sua casa, percebi alguns vidros quebrados e a casa revirada com papéis no chão. Suspirei e voltei para casa, faltei a aula por causa disso e nem lembrava.
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O Escolhido Da Lua (Romance Gay)
Roman d'amourVamos sair um pouco do padrão de romance. Ficção e romance colocados em uma única história, real e fictício. Thomas Reis, 17 anos, nascido em uma fase da lua azul, nasceu com poderes de controlar a água. Sua mãe morreu para pagar o preço, ele vive...