Capítulo 25

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                 Hoje é festa

--Tem certeza que vai fazer isso? -- o lua me perguntou quando eu trouxe vários baldes de água em um carrinho perto da casa do Josh, o garoto que humilhou Gabriel no refeitório

--Claro, ninguém mexe nele daquele jeito, comigo perto não -- depois de colocar o último balde de água no chão, respirei fundo e sacudi os braços para dar mais um foco. Com um movimentos de braços, pernas como uma dança lenta a água dos baldes se ergueram como cobras naquela cesta. A água do primeiro balde congela as fechaduras da casa, outro balde alaga a sala e a cozinha, depois a água invade o quarto dele e congela algumas coisas. Sobrou um balde e utilizei para fazer uma estátua em sua homenagem.

Corri até minha casa e guardei os baldes, tirei aquela roupa que estava um pouco molhada e tomei um banho quente, depois cai igual pedra na cama.

Na manhã seguinte, a escola estava um reino de silêncio. Josh faltou hoje aposto que ele deve ter ficado preso dentro da própria casa e deve estar com um secador derretendo aquilo tudo. Nuvens grossas se formavam e tinha grande massas de ventos de vez em quando árvores caiam e eu sabia que tinha algo errado. Gabriel cada vez mais se fechava no seu mundo e eu queria entrar nessas portas e ver mais. Eu estava sentado na minha mesa quando alguém me passou um bilhete e quando eu li era uma lista de expulsão do Gabriel da escola, por ser apenas gay. Eu fiquei com puro ódio, amassei o papel e chamei o Asher eu estava marcando vermelho seu livro todo pois boiava no assunto.

--Queima -- ele pegou o papel e nas suas mãos o papel virou cinzas, acabei com aquela palhaçada.

O sinal tocou e fui para o banheiro, ouvi alguém chorando na última cabine e sabia quem era.

--Gabriel está tudo bem?

--Estou ótimo, sorrindo de alegria! -- Seu tom aumentou e me senti condenado.

--Posso entrar?

--Vai embora! -- sua amiga entrou no banheiro ignorando que era o masculino foi até seu amigo mas quando olhou para mim quase me atravessou apenas com os olhos.

--Cara está fazendo o que aqui? Sai! Pelo menos não abaixei a cabeça e fingi que isso não está acontecendo. Você foi covarde sai! -- aquelas palavras dela foi quase balas que me acertaram, sai as pressas do banheiro e sai da escola corri até a floresta e joguei minha mochila no chão, lágrimas caíram dos meus olhos e subi na árvore mais alta que achei e escalei ela quase até o topo, e aquele sentimento me esmagava, palavras que me feriam, eu podia ser a coisa mais forte do mundo mais ainda sim eu era feito de papel, eu era apenas um humano, o que minha mãe faria?

--Desce daí, não aguento mais esses barulhos --Theo estava lá em baixo me vendo chorar e ele sorria -- Você nunca chorou por que agora?

--Por que sou apenas um humano, não sou feito de metal -- me segurei em um galho e pulei lá de cima aterrisando no chão como cisne -- Como ajudo ele?

--Bom... isso não é fácil para mim também, mas acho que deveria parar de mentir e lutar pelo que quer. Se quer fazer isso parar, sei lá, vá a diretoria... -- Ele disse pondo as mãos nos meus ombros, logo sabia o que fazer.

--Vou dizer a verdade nem que ela doa -- Eu disse orgulhoso mas sabia que falar era fácil, abracei-o e ele logo deu tapinhas nas minhas costas. Corri de volta para a escola, e por sorte deu tempo de chegar antes das aulas começarem.

Eu estava acumulando o máximo de coragem que eu tinha, eu suava frio durante a aula e já podia imaginar do pior.

--O que ouve cara? -- Peter sussurrou da cadeira ao lado meio confuso por me ver tenso.

--Vou ter que fazer algo que talvez me arrependa amargamente -- digo de forma direta.

--Relaxa, qualquer coisa eu te ajudo -- ele sorriu meio fraco mas voltou a sua atenção a professora.

🌙

Eu ia ficar quase o dia todo de aula então tivemos um outro intervalo. Gabriel estava com sua amiga em um canto do refeitório, cabisbaixo e isso me torturava. Tomei coragem meus amigos olharam fixamente para mim assim que fiquei em pé na minha cadeira.

--Atenção todos! -- gritei e todos do refeitório e da escola me olharam sem um pio -- Sei que rolou uma foto pela escola do Gabriel e de mais outro garoto, a cada dia vejo babacas cretinos se metendo com ele, e não aguento, ver essa merda -- respirei fundo -- o garoto da foto era eu... -- O silêncio reinou -- se tiverem que lançar sua homofobia em alguém,podemos conversar. Eu não tenho medo de mostrar quem sou -- alguns começaram a rir outros jogaram comida em mim mas eu não me defendia minha mente gritava. Eu via o lua olhando para mim batendo palmas e sorrindo com orgulho. Eu não esperava mas Asher se levantou.

--Eu também sou, então se quiserem podem me zombar.

--Eu também -- Uma garota se levantou e as risadas pararam.

--Eu também -- um outro garoto se levantou e ambos os dois ficaram a meu lado, um por um algumas pessoas se levantavam e ficavam ao meu lado, eu sabia até quem não era gay estava ao meu lado me ajudando e comecei a sentir uma grande alegria por isso. Alguns dos idiotas pararam de rir e saíram do refeitório quando viram que estavam derrotados, tinha até alguns amigos deles que estavam ao meu lado. Pulei por cima das mesas e fui até Gabriel que sorria para mim puxei ele pela mão ele subiu na mesa e pude envolver meus braços na sua cintura e beijar seus lábios como nunca enquanto todo mundo batia palmas, pareceu que eu tinha pedido ele em casamento.

Eu finalmente me abrir para escola, na maioria dos casos as pessoa se assumem para a família depois a escola fica sabendo por si só, mas o meu foi um processo invertido, até Bianca estava ao meu lado.

Levei Gabriel para casa nas minhas costas, ele era pesado mas dava para carregar.

--Gostei muito quando você disse aquilo para todo mundo -- ele disse beijando minha nuca, coloquei ele no chão quando estávamos perto das nossas casa.

--Foi difícil acredite -- ele me beijou e foi até sua casa olhando para mim com aquela cara fofa de neném que só ele faz. Quando me virei para ir para casa meu pai estava na porta me olhando encostado na parede, minha cor chega sumiu da pele, fiquei tão branco.

--Pai.. -- Eu disse meio sem força para falar, ele apenas se recompôs e entrou na casa me deixando perdido naquele mar de paranóias.


                         (Peter)

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                         (Peter)

O Escolhido Da Lua (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora