Capítulo 15

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– Ora, ora, o que vejo aqui? Olha só os sorrisos das garotas - falei levantando meu óculos de sol até o topo de minha cabeça, enquanto cumprimentava Thamires e Bruna em frente ao spa.

– Até parece que você não está sorridente - rebateu Bruna em meio à um abraço.

– Calada - brinquei enquanto abraçava Thamires.

– Sim, senhora - respondeu Bru batendo continência.

– Ela é sempre assim? - indaguei com uma careta.

– Como? Lesa? Ah, sempre - falou Thamires revirando os olhos.

– Parem de picuinhas e vamos entrar logo, estou precisando relaxar - reclamou Bruna.

Entramos no tal spa e fomos muito bem recepcionadas pela atendente, que nos guiou até uma sala de massagem. Após trocar nossas roupas por roupões de seda, deitamos cada uma em uma espécie de maca muito confortável enquanto se seguia uma massagem divina em minhas costas.

– Mas então, Brubs, porquê precisa tanto relaxar? - Thamires perguntou.

– Acho que é meio óbvio, afinal passei o dia inteiro de ontem planejando seu jantar romântico.

– Bem lembrado, Bruna. Como foi? Conte pra nós, Mires - pedi-lhe animadamente.

– O.k - respondeu ela com um sorriso gigantesco brindando seu rosto - Nós tivemos um jantar incrível, aliás, obrigada...

– Tá tá continua - Bruna ordenou impaciente.

– Continuando, então depois de nos divertimos à beça, o garçom fofinho sugeriu que fossemos andar no gramado e...

– Fofinho? A idéia era você achar Carlos fofinho, e não o garçom - interrompi-a.

– Posso continuar? - indagou, fazendo com que eu levantasse as mãos em rendição - Daí Carlos foi super romântico, me levou até uma parte do gramado que estava bem iluminada pela lua, pegou a cesta de piquenique que o garçom nos deu e estendeu uma daquelas toalhinhas que se usa nos piqueniques. Ele se abaixou para me pegar em seus braços e me colocar sentada na toalha. No momento em que ergueu meu corpo da cadeira eu desequilibrei um pouco e segurei em seu pescoço. Ficamos nos olhando por um tempo até que senti seu nariz frio encostar-se ao meu, mas é lógico que a besta aqui ficou com vergonha e se afastou. Ele deu um pigarro envergonhado e finalmente me colocou no chão sentando-se ao meu lado abraçando as pernas. Ficamos em silêncio por um breve momento, apenas olhando o céu estrelado e a majestosa Lua que brilhava lindamente.

– Você também em Thamires... - falou Bruna.

– Cala a boca - respondi.

– Eu me deitei e ele também, e logo que o fez eu pedi desculpa por me afastar daquele jeito. Encarei-o enquanto ele me dizia que não era necessário fazer aquilo sem que eu quisesse.

– Carlos é muito amor - suspirei.

– Eu fiquei morta de vergonha, mas finalmente toquei seu ombro, olhei em seus olhos e admiti que aquilo era o que eu mais queria, mas que tinha vergonha. Ele então sorriu e disse "Mas quem deveria estar com vergonha era eu, afinal, o privilégio de estar ao lado de alguém tão especial é meu". Ao ouvir isso fiquei mais sem graça ainda e baixei a cabeça, daí ele segurou meu queixo e devagar me beijou, tão doce... - concluiu ela, delirando em seu momento.

– Awwwwwwwn - Bruna e eu comemoramos em uníssono.

– Hmmm tá aprendendo, não é amiga? - indagou Bruna.

– Calada - repreendeu Thamires.

– Perfeito - bati palminhas - E você Bru? O que fez depois que saímos do jantar romântico?

– Fui para casa - respondeu ela dando de ombros.

– E teve uma visitinha, não foi? - continuou Thamires com um sorriso malicioso.

– Visitinha? - indaguei, sem entender nada.

– Você em Thamires - Bruna revirou os olhos - É, Lucas foi lá em casa - completou.

– Ah, conta isso direito, porque você não para de sorrir feito uma bobona desde ontem e até agora ainda não me falou nada - Thamires disse.

– Se eu não te contei nada, como sabe que eu tive visitas? - indagou Bruna com as sobrancelhas arqueadas.

Nesse momento, as massagistas entraram na sala, então Bruna ficou mais vermelha que pimentão, mas continuou a história.

– Eu vi o carro de Lucas saindo do estacionamento quando estava chegando com Carlos - respondeu naturalmente.

– Continua - bufei.

– Tá bom - Bru revirou os olhos - Depois que eu cheguei em casa toda porca como estava, tomei um belo de um banho e fiz carreira para o sofá, louca para assistir um filme. Enquanto procurava algum que me agradasse na pilha de dvds, meu celular tocou e eram Lucas, perguntando se podia ir lá em casa ficar comigo...

– Hmmmmmmmmm - interrompeu Thamires.

– Então, quando ele chegou todo arrumado e eu estava de pijama, deixei ele na sala e fui colocar uma roupa mais decente...

– E aí deixou a porta aberta sem querer? Me diz que você não fez a coisa mais clichê desse planeta! - eu disse sorrindo sarcástica para Bruna.

– Cale a boca, Kat. Continuando, quando eu estava apenas de roupas íntimas Lucas entrou no quarto, eu corri para me cobrir, óbvio - revirou os olhos - Mas ele continuou se aproximando de mim, e eu pedia para ele sair do quarto enrolada no lençol da cama...

– Pedia mas não queria que ele saísse - Thamires e eu falamos em uníssono, logo depois começamos a gargalhar.

– Parem de mungir, suas duas vacas, parecem até que estão no cio - reclamou ela se remexendo sob a massagista, que deveria estar morrendo de rir.

– Termina logo - ordenamos em uníssono novamente.

– Daí, ele chegou perto de mim, tirou o lençol das minhas mãos, jogou longe e começou a me beijar, mas não foi um beijo como os de antes...

– Esse foi mais quente? - indaguei, lembrando do que fizera com Biel naquela manhã.

– Isso, e quando me dei por mim já estávamos eu e ele sem roupas, ofegantes, e cobertos com o mesmo lençol que ele tirou de mim.

– SAFAAAAADA - Mires gritou.

Depois de Thamires brincar muito às custas da vergonha de Bruna, e das duas me obrigarem a contar a maldade que fiz com Gabriel, fomos para o salão de beleza, onde eu havia planejado fazer uma mudança radical, pintar meu cabelo de louro. Em meio aquele barulho de secadores de cabelos, atendi uma ligação de Matheus praticamente ordenando que ao sair dali, fossemos todas para a casa dele, onde teria aquela costumeira roda de amigos.

No caminho para a casa de Matt as meninas não paravam de falar como eu estava linda. Na entrada da grande casa que eu tanto amava, Diego nos recepcionou com aquela gentileza de sempre. Ao me verem, cada um que tentasse escancarar ainda mais a boca, surpresos com a transformação. Gabriel me beijou, enquanto Thamires e Bruna eram recepcionadas da mesma forma por seus pares, e Matheus junto com Diego faziam caretas inusitadas.

Amor sem fronteirasOnde histórias criam vida. Descubra agora