Capítulo 9

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O barulho irritante do despertador me fez acordar. Ainda um pouco grogue sentei-me na cama e esperei minha coragem para levantar aparecer. Estava esfregando freneticamente meus olhos com as costas das mãos quando notei a hora, e percebi que havia esquecido completamente que iria viajar com Gabriel, resultado: estava atrasada. Num pulo fiquei de pé e corri para o banheiro, tomei um banho para lá de rápido, e vesti-me com tamanha velocidade que se estivesse cronometrado eu ganharia um prêmio.

Enquanto passava uma maquiagem leve nos olhos, escutei a buzina do carro de Gabriel. Já que meu apartamento era no segundo andar e eu estava sem paciência de esperar o elevador, desci as escadas praticamente pulando os degraus, e o encontrei na portaria, sorridente.

– Me desculpe - implorei - dormi mais do que deveria, sinto muito.

– Ei, calma menina, - sorriu - ainda está cedo.

– Bom, eu preciso terminar de me arrumar, vamos subir?

– Claro.

Subimos de mãos dadas. Ao chegar em meu apartamento ele sentou-se em minha cama e observou-me enquanto terminava minha maquiagem, interrompi o que fazia e notei seus olhos curiosos sobre mim.

– O que foi? - indaguei.

– Você está tão linda - sorriu, bobo.

– Mentir é feio - voltei a olhar o espelho.

Quando menos esperei, seus braços fortes enroscaram minha cintura, num abraço aconchegante, tentei deixar o momento me levar o máximo que pudesse, lembrando constantemente que deveria esquecer o passado, ou seja, Matheus.

– Eu não menti - falou, seus lábios quentes encostando em meus ouvidos e levando um arrepio a todo meu corpo.

– Vai com calma - segurei em seus braços tentando afastá-lo, porém ele continuava a me apertar.

– Estou calmo, quem está nervosa aqui é você - disse pausadamente, enquanto suas mãos passeavam livremente em meus braços, me deixando mais arrepiada ainda.

– Biel, deixa eu terminar de me arrumar, por favor ? - pedi-lhe.

– Okay - me largou.

Quando estava pronta, ele me ajudou a carregar a pequena mala que eu havia preparado. Entramos no carro e antes que desse partida me tascou um beijo na bochecha fazendo com que meu rosto corasse, e um sorriso espontâneo surgisse em seus lábios.

O percurso até a casa que aluguei, que era na praia, não foi longo e nem cansativo, para explicar melhor, não poderia ser de jeito nenhum, porquê para início de conversa quem estava ao meu lado era Gabriel, sempre disposto a me arrancar sorrisos, fossem eles bobos, vergonhosos ou simplesmente alegres. Quando chegamos no local, ele estacionou o carro em frente, e antes que saíssemos, demos um olhar nervoso um ao outro, seguido de sorrisos também nervosos.

Entramos na casa que era muito bem organizada, e totalmente aconchegante. Como ele não me deixara carregar nenhuma mala, simplesmente joguei meu corpo sobre o sofá de couro branco, bem no meio da sala.

– Eu gostei - disse ele quebrando o silêncio.

– Também - respondi sem olhá-lo.

– Algo errado? - sem tom de voz me pareceu preocupado.

– Não, só...estou nervosa, nunca fiz uma loucura dessas - sorri.

– Sou só eu, não precisa nervosismo.

– Você também está Biel, não tente esconder de mim.

– É meio difícil não ficar nervoso com a garota que eu amo bem na minha frente.

Amor sem fronteirasOnde histórias criam vida. Descubra agora