seu modo de andar [ sulay ]

bebê

Junmyeon andou até elevador assim que ouviu a buzina do Honda HRV em frente ao seu prédio. Ele respirou fundo, ajeitando seus cachos castanhos no espelho e apertando o botão do térreo. Depois, conferiu seus botões da camisa social e vestiu a jaqueta rosa bebê de capuz, tendo certeza que não tinha nada amassado. Estava nervoso, como nunca esteve, mesmo sabendo que era apenas um jantar para incentivá-lo a continuar as aulas.

Despediu-se do porteiro e saiu, dando de cara com Yixing usando o celular encostado na porta do passageiro com uma calça preta colada ao seu corpo rasgada nos joelhos, uma camisa branca que o deixava incrivelmente másculo e uma jaqueta de couro. Nos olhos puxados, um delineador o deixava ainda mais atraente e seu rosto delicado como um boneco. O brilho vermelho deixando seus lábios carnudos cor de cereja. Jun ficou parado em silêncio, observando sua beleza, com vergonha de se aproximar ou dizer alguma coisa. Teria ficado ali eternamente se Yixing não tivesse desligado a tela do celular e o guardado no bolso de trás, encontrando o coreano parado em sua frente com uma distância considerável.

— Olá. – Disse, simples, mas a sua voz suave soou como música para Jun.

— O-oi. – Yixing abriu um sorriso caloroso e abriu a porta do passageiro para o menor. Jun continuou parado onde estava, acanhado.

Yixing foi até ele, segurou sua mão e o levou carinhosamente até o carro, deixando o toque frio ter um choque térmico com a pele quente de Myeon. Depois, fechou a porta para ele e entrou no seu lugar.

— Está bonito.

— Oi?

— Você. – Disse, voltando seus olhos para Jun e o olhando da cabeça aos pés, mordendo a ponta do lábio em seguida.

— Você também. – Disse, analisando o outro. — Você usa maquiagem normalmente?

— Sim.

— Não estava usando algo mais cedo...

— Eu estava numa piscina.

— É-É verdade. – Olhou para baixo, seu rosto tornando-se rubro. "Junmyeon, como pode ser tão idiota?"

Yixing deu partida e seguiu até o destino, dirigindo com uma mão só. Jun observou a luz dos postes afastando-se diante de seus próprios olhos, como numa corrida com o vento. Sentia como se os seus sentimentos estivessem numa orgia absurda sempre que estava perto de Yixing, fodendo seu psicológico. O jeito seco que o garoto tinha também não ajudava, mesmo que olhando nos olhos de Yixing ele soubesse que não era a intenção dele ser grosseiro.

Finalmente chegaram no restaurante, chamado Pieza de Pekín, um local com uma aparência chinesa aconchegante, contornado por um rio artificial com diversos peixes de água doce. Jun amava comida chinesa. Yixing o observou olhando admirado para a estrutura e beleza do lugar, desviando o olhar para sua mão.

O Zhang queria muito segurá-la. O rosto de Jun metade iluminado pela luz das lanternas budistas cintilava com a noite. A pele branca de Yixing entrava em contraste com a escuridão enquanto ele mantinha sua mão cada vez chegando mais perto da de Myeon, tomando coragem aos poucos de segurá-la, já esticando os dedos, quando Jun deu um passo a frente, fugindo do seu toque mesmo sem perceber. Yixing respirou fundo e caiu na real.

Não sabia se estava tão interessada em Jun apenas por ser seu fã desde muitos anos; tinha algo a mais ali, quando ele via Jun o olhando. O sentimento era recíproco para o coreano. Algo esquentava no seu coração a observar cada detalhe do mais novo. Suas bochechas cheias, os lábios carnudos desenhados, os olhos puxados, o cabelo negro caindo como duas ondas dividas ao meio em sua testa, mas que se tornavan adoráveis quando estavam molhadas. Talvez fosse a falta do brilho nos olhos negros de aspecto tedioso e atraente de Yixing, mas a presença de uma chama cintilante nas retinas castanhas de Myeon, que lutavam para se manterem esperançosas. Isso mostrava o quanto eles se completavam.