Acordei com o despertador tocando e fiz uma cara feia. Abri só um pouquinho dos olhos e peguei o celular, vendo que eram seis em ponto. Desliguei o despertador e enfiei o rosto no travesseiro, afinal essa era uma situação desumana! Quem teve a ideia maluca de dizer que as aulas poderiam começar às sete e meia da manhã? O problema não era comigo, eu tinha certeza de que todos os estudantes estavam pensando a mesma coisa naquele momento e, justamente por isso, esse horário era uma grande injustiça! Já estava pegando no sono novamente quando senti alguém sentando ao meu lado na cama e ouvi minha mãe dizendo:
- Bom dia, Aline! Hora de acordar para o seu primeiro dia de aula este ano!
Infelizmente, além de ter que acordar cedo, esse era o primeiro dia de aula, o que era a mesma coisa que dizer que as férias tinham acabado, o que significava, no fim das contas: ninguém merece! Eu estava no segundo ano do Ensino Médio e a cada dia eu sentia que a pressão aumentava em cima de mim. Eu nunca fui uma aluna nerd, mas também nunca fiquei em prova final e nem em recuperação, então, como eu tirava notas parecidas em todas as matérias, eu ainda não tinha decidido o que cursaria na faculdade. Durante as férias, meus pais conversaram comigo e me deram até o meio deste ano para escolher uma carreira, mas eu ainda não tinha ideia de como tomaria essa decisão. O jeito era torcer para eu me destacar em uma matéria e ter um resultado claro no teste vocacional que meus pais me inscreveram para fazer. O primeiro dia de aula podia ter chegado, mas eu não estava nem um pouco preparada para ele ainda. Por isso, respondi:
- Mãe, eu acho que não vai dar pra ir... Tô me sentindo mal. – Meu rosto ainda estava enfiado no travesseiro e a voz saiu abafada.
- Nem adianta vir com essa história! Não tem chance de perder o primeiro dia de aula! – Minha mãe me deu uma sacudida.
- Mas eu não tô em condições! – Me virei para ela e tentei olhá-la, mas os olhos se recusavam a abrir.
- Ah, agora fala isso? Mas durante as férias eu sempre falava para você não se acostumar a dormir tão tarde e você nunca me ouviu!
- Mãe, eu ouvia! Só que eu tinha que colocar as séries que eu gosto em dia! Ano passado foi complicado e eu fiquei com um monte de episódios atrasados! Tive que aproveitar o tempo! – Já tinha conseguido abrir os olhos, mas piscava direto, pois a claridade estava incomodando muito.
- Paciência. Vai ter que dar um jeito agora porque a senhorita também PRECISA ir à escola! – Quando ela enfatizou o verbo "precisa", eu já sabia que não teria como fugir. Respirei fundo e levantei da cama.
Tomei banho acreditando que o sono passaria e que eu ficaria bem melhor, só que o sono era tanto que só melhorou um pouquinho, e, quando eu sentei à mesa para tomar café da manhã com os meus pais, eu não parava de bocejar.
- Se continuar assim vai dormir em cima da mesa. – Meu pai pegou no meu pé.
- Por isso eu acho que deveria ficar em casa hoje! – Eu sabia que não ia dar certo, mas não custava tentar.
- De jeito nenhum! – Ele respondeu na mesma hora e minha mãe olhou para mim com aquele olhar que diz "Não disse?!".
- Odeio ter que voltar para a escola! – Resmunguei baixinho, mais para mim do que para os meus pais, mas como a casa estava em silêncio eles ouviram.
- Não adianta resmungar! É só começar a dormir mais cedo! – Minha mãe disse.
- E quando trabalhar vai ser bem pior! – Meu pai completou, na mesma hora em que já estava se levantando da mesa e indo em direção ao banheiro para escovar os dentes. – Se quiser carona para o colégio é melhor terminar logo o café!
- Tudo bem... – Coloquei o último pedaço da minha torrada na boca quando reparei que o meu irmão ainda não tinha acordado. – Ué, cadê o Caio?
- O curso dele começa mais tarde, então ele ainda pode dormir mais um pouquinho.
- O QUÊ? – Falei um pouco alto e minha mãe me olhou feio. – Isso não é justo! Ele não passa pra nenhuma faculdade, vai estudar mais um ano no cursinho e ainda pode acordar mais tarde!?
- Filha, não é questão de justiça ou não! O horário dele só é diferente do seu.
- Não! O horário dele é melhor do que o meu! – Estava chateada de verdade.
- Vai querer a carona ou não? – Meu pai voltou para a sala.
- Já vou! – Ainda chateada, levantei da mesa e fui escovar os dentes, mas claro que, antes de voltar para sala, eu passei no quarto do meu irmão e acordei ele! Eu não ia aceitar mesmo aquela condição! Se eu era obrigada a acordar cedo, ele também ia ter que acordar!
Chegando na escola, logo descobri onde seria a minha nova sala. Assim que entrei, minha amiga acenou para mim do meio da sala e apontou para a carteira que ela estava guardando. Ficamos conversando com nossos colegas de turma até o primeiro professor entrar e descobrir que, ao longo do ano, a matéria que a minha turma teria aula às sete e meia da manhã de toda segunda-feira seria Biologia! Aproveitei que o professor estava de costas colocando a data no quadro para comentar isso com a minha amiga Carla, que concordou na mesma hora.
- Agora todo mundo fazendo silêncio pra começarmos a aula! – O professor começou a aula se virando para a turma.
Olá! Espero que gostem da história!
Esse foi o primeiro capítulo, então ainda não aconteceu muita coisa, mas garanto que nos próximos dois o novo colega do Caio vai aparecer para dar uma reviravolta na vida da Aline!
Esse livro já está completo! Prometo não demorar a publicar os capítulos!
Conto com suas estrelinhas e comentários! =)
VOCÊ ESTÁ LENDO
O colega do meu irmão
Teen FictionAline é uma adolescente de dezesseis anos que adora ficar em casa assistindo a séries e filmes. Caio, seu irmão mais velho, adora sair com os amigos e ficar com várias meninas. Aline não gosta dos amigos do irmão e Caio é extremamente ciumento! T...