Capítulo 17

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Procurei um jogo em que eu tivesse alguma probabilidade de vencer, até encontrar um em que o objetivo era apenas o de estourar o maior número de bolhas que aparecessem em uma tela touchscreen. Eu sempre fui melhor que o meu irmão em jogos de agilidade no computador, então achei que seria a minha melhor oportunidade e avisei ao Pedro que já tinha escolhido.

- Tá falando sério? – Ele perguntou surpreso.

- Sim. Por quê? – Perguntei curiosa.

- Você não acha que esse jogo é mais pra criança? – Ele tomou cuidado ao falar, provavelmente para eu não achar que ele estivesse me chamando de criança.

- Não! – Me defendi. – Eu acho que é um jogo de agilidade! E eu costumo me dar muito bem nesses tipos de jogos!

- Ok, então! Vou torcer por você! – Ele imitou como se estivesse falando com uma criança e eu o metralhei com o olhar.

- Olhe e aprenda! – Passei o cartão e o jogo começou.

Aquele jogo não podia ser para crianças. No início até pareceu ser um jogo fácil demais, só que logo começaram a aparecer bolhas em toda a tela e eu estava perdida, sem saber mais onde apertar. Quando acabou, sabia que eu tinha deixado passar muitas bolhas sem estourar, por isso fiquei surpresa quando os tickets começaram a sair da máquina e parecia que não iam parar mais.

- O que é isso? – O Pedro não parava de olhar para a máquina que ainda estava colocando ticket para fora.

- Não disse? – Peguei no pé dele.

- Você foi bem! MAS, - ele pegou no meu pé também – essa máquina deve estar com algum defeito... E esse jogo é bem fácil!

- Ah é? – Os tickets tinham parado de sair e eu arranquei. – Vai você então!

- Eu não vou num jogo de criança!

- Tá fugindo? – O encarei.

- Tá me desafiando? – Ele perguntou com a sobrancelha levantada.

- Sim! – Respondi na mesma hora.

- Então tá bom!

Ele passou o cartão, me entregou para segurar, me olhou, e o jogo começou. Eu não conseguia parar de rir... No início, assim como tinha sido fácil para mim, ele estava indo bem, só que quando as bolhas começaram a aparecer aos montes, ele começou a se confundir e ainda na metade do jogo ele já estava reclamando e dizendo que o jogo estava mais difícil para ele e que aquilo não podia estar acontecendo. Quando acabou, não saiu nem a metade dos tickets que eu tinha conseguido e eu ri mais ainda.

- Vai ficar rindo mesmo de mim? – Ele estava segurando o riso e a surpresa por ter ido tão mal.

- É só porque eu achei que você ia melhor do que eu... – Pisquei para ele. – Então... Eu ganhei de você! Tem que me falar as minhas qualidades...

- Vamos lá... – Ele me encarou – Você é simpática, engraçada, muito bonita, decidida e arrasou nesse joguinho maluco aqui! – Eu fiquei envergonhada.

- Ei, vocês dois! É a minha vez! – Um menino que estava atrás da gente na fila, reclamou.

- Desculpa! – O Pedro falou para ele enquanto nos afastávamos um pouco e começou a rir.

- Acho que ele ficou bravo. – Falei baixo para o Pedro, tentando tirar da cabeça que ele tinha acabado de dizer que eu era muito bonita.

- É... Vamos ver como ele vai se sair... – Ele falou baixo também e nós fomos para trás do menino, entrando na fila de novo.

O colega do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora