- Oi! É... – O Pedro estava sem graça.
- O que você tá fazendo aqui? – Estava surpresa com a presença dele ali.
- Ah, o seu irmão tá dando uma festa... – Eu o interrompi.
- Eu achei que a festa era pro pessoal que estudou com ele ano passado!
- É! Mas o Érick ligou pro Pedro pra marcar de sair e ele chamou a gente pra vir também...
- Ah, tá! Entendi... – O Pedro olhou para mim e eu fiquei sem graça.
Tinha acabado de perceber que eu devia estar horrível. Eu nunca me arrumava para ficar em casa, e, naquele momento, eu estava vestindo apenas um short e uma camiseta simples. Passei a mão no cabelo para tentar ajeitar e sorri sem graça para ele. Eu tinha que tirá-lo dali rápido antes que ele percebesse que eu não era tão bonita quando não estava arrumada.
- Bem, a festa é no play... – Pensei em dar um passo em direção a porta, mas nem cheguei a dar ao ouvir a resposta dele.
- É, eu sei...
- Sabe? – Sem querer demonstrei que estava surpresa.
- Sei... – Ele sorriu sem graça.
- O que você tá fazendo aqui, então? – Falei antes de pensar. Tentei corrigir para não ficar muito feio. – Quero dizer, aconteceu alguma coisa?
- Ah, não... – Ele parecia estar mais sem graça. Como ele era bem branquinho, cheguei a desconfiar que ele tinha ficado vermelho. – A gente veio pegar mais bebida.
- A gente? – Falei olhando em direção a sala e a cozinha que estavam vazias.
- É... O Paulo e o Érick subiram comigo, mas já desceram... Eu tava descendo quando esbarrei em você...
- E você veio fazer o que no corredor? – Eu estava nervosa e sabia que podia estar feia, mas eu precisava saber porque ele tinha subido com os amigos para pegar algumas bebidas e, além de não descer com eles, ele tinha ido para o lado da casa oposto à cozinha e a porta de saída.
- Eu... – Ele parecia estar pensando no que ia falar. – Eu quis te ver! – Eu abri a boca e fechei na mesma hora. Também não sabia se continuava ali ou se saía correndo. – Eu não vou mentir pra você... Eu tava com saudade de te ver de novo e não consegui me segurar sabendo que você estava a poucos passos de mim. Desculpa por ter feito isso!
- Pedro! – Eu o interrompi. – Não precisa se desculpar. Eu também gostei de te ver de novo.
- Você não tá chateada? – Ele perguntou sério.
- Não! – Eu sorri.
- E você gostou por eu ter feito isso? – Ele franziu os olhos, como se estivesse com medo da resposta.
- Sim! – Eu sorri sem graça.
- Eu espero não me arrepender de fazer isso, mas – ele se aproximou de mim – você também tem pensado em mim direto e no que poderia ter acontecido se aquela vizinha não tivesse aberto o portão justamente naquela hora? Ou sou só eu que tô assim?
- Não, Pedro. – Eu estava com a respiração pesada. – Não é só você que está assim! – Ele sorriu para mim e se aproximou ainda mais.
Me encostei na parede, ele encostou a boca dele na minha e a gente se beijou. Aconteceu exatamente o que eu já tinha previsto: o beijo não teve nada a ver com o que eu tinha dado no Leandro. Eu sentia alguma coisa pelo Pedro e ele por mim, então o beijo simplesmente se encaixou, estava sendo perfeito. Não faço ideia de quanto tempo durou o beijo, só sei que não foi um beijo rápido, e, quando o beijo acabou, a gente continuou próximo, nossas testas e narizes se encostando e os olhos continuaram fechados. O Pedro se afastou de mim e sorriu. Eu sorri de volta. Queria falar alguma coisa, mas não sabia o quê. Pela expressão dele, eu sabia que ele estava passando pela mesma situação. Quando o Pedro abriu a boca para me falar alguma coisa, antes de sair qualquer som, a porta da casa abriu com força e alguém entrou bem irritado.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O colega do meu irmão
Teen FictionAline é uma adolescente de dezesseis anos que adora ficar em casa assistindo a séries e filmes. Caio, seu irmão mais velho, adora sair com os amigos e ficar com várias meninas. Aline não gosta dos amigos do irmão e Caio é extremamente ciumento! T...