Na terça-feira, durante o café da manhã, contei para a minha mãe o que eu tinha feito e ela disse que já estava na hora de tomar uma atitude e esperava que tivesse sido a atitude certa, já que eu não tinha dado chance para o Pedro se explicar. Percebi que ela não tinha concordado com o que fiz, mas ela também não comentou mais nada. Já no colégio, a Carla quase morreu quando eu mostrei para ela conversa na hora do lanche:
- Você pirou? – Ela estava de boca aberta encarando o celular nas mãos.
- Por quê?
- Você agiu que nem uma louca! – Ela continuava de boca aberta, mas me encarou.
- Não agi, não!
- Agiu, sim!
- E por que você acha isso? – Perguntei impaciente.
- Eu não acho! – Ela me mostrou o celular. – Eu estou vendo! Eu tenho provas de que você enlouqueceu!
- Carla, para com isso! – A minha paciência tinha acabado. Peguei o celular da mão dela.
- Olha só, Aline... Eu entendo que você tenha ficado chateada, mas você descontou tudo em cima do Pedro! Ele tentou se explicar e você nem ligou, você nem se importou com o que ele estava tentando dizer! O garoto escreveu que gostava de você e você disse que o sentimento dele era fraco!
- E é mesmo! – Me defendi. – Ele não pode assumir na frente do meu irmão! Como vou confiar nele?
- Eu concordo! – Ela disse e eu ri de forma cínica. – De verdade! Só que você tinha que ter falado isso para ele! Você tinha que explicar que você gosta dele e que você gostaria de tentar, só que você precisa ter certeza de que ele está mesmo a fim também, porque você não quer ficar se escondendo de ninguém... Sabe, alguma coisa do tipo! Não simplesmente dispensar, fazendo todo esse drama!! – Ela estava revoltada.
- Carla, eu agradeço a sua opinião e ajuda, mas eu tenho que tomar a minha decisão e é isso o que eu acho! Eu fiz o que fiz e não me arrependo. – Meus olhos encheram de lágrimas.
- Que bom, então! Você só devia começar a demonstrar essa certeza toda, porque não é o que está parecendo. – Eu a encarei tentando segurar o choro e respirei fundo. – Vou ao banheiro. – Ela saiu e eu fiquei parada enquanto secava rápido uma lágrima que não consegui segurar.
Na hora da saída, vi que tinha uma mensagem da minha mãe avisando que não poderia me pegar no colégio. Falei com a Carla e fomos andando em direção à saída de pedestres, conversando sobre a aula de geografia que tínhamos acabado de ter. Assim que a gente passou do portão eu travei.
- O que foi? – A Carla me perguntou sem entender o que estava acontecendo. Eu estava muda e ela só ergueu as sobrancelhas esperando uma resposta. Como eu não respondi, ela perguntou de novo. – Ei! O que aconteceu?
- Eu não saio daqui enquanto a gente não conversar. – O Pedro também tinha me visto e andou na nossa direção enquanto eu estava parada.
- Ai meu... – A voz da Carla sumiu. – Eu vou deixar vocês a sós! – Ela sorriu para o Pedro e me olhou séria. – Vocês têm muito o que conversar, ENTENDEU?! – Ela enfatizou a última palavra olhando para mim e depois olhou para o Pedro. – E você tenha um pouco de paciência com a minha amiga... As vezes ela é um pouco cabeça dura mesmo!
- Carla! – Eu olhei para ela. Até aquele momento eu ainda estava olhando para o Pedro sem reação, mas a Carla já estava passando do limite.
- Fui! – Ela saiu e o Pedro sorriu.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O colega do meu irmão
Teen FictionAline é uma adolescente de dezesseis anos que adora ficar em casa assistindo a séries e filmes. Caio, seu irmão mais velho, adora sair com os amigos e ficar com várias meninas. Aline não gosta dos amigos do irmão e Caio é extremamente ciumento! T...