Capítulo 18

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- E aí? – O Pedro chegou com os braços para trás.

- Tudo bem! Só não posso demorar muito!

- Sem problemas! Tem uma lanchonete aqui do lado! – Ele sorriu sem graça.

- O que foi? – Parecia que ele estava escondendo alguma coisa.

- Eu não quero que você me entenda errado, tá? – Ele estava com aquela expressão de quem tinha acabado de fazer alguma coisa errada.

- Pedro, o que foi? – Estava ficando nervosa.

- Eu troquei os nossos tickets e deu para pegar isso... – Ele tirou a mão das costas e voltou com um ursinho de pelúcia pequeno que era um chaveiro.

- Não acredito! – Eu sorri e olhei nos olhos dele.

- Não vai ficar chateada comigo e nem vai deixar de sair comigo de novo, né? – Eu ri. – Se não eu jogo fora! – Ele andou para perto da lixeira.

- Não! – Falei um pouco alto, mas para a minha sorte não tinha ninguém por perto. Me aproximei dele e peguei o ursinho. – Eu quero ele! Vou guardar com muito carinho! – Fiz carinho no ursinho e sorri para o Pedro. – Obrigada! – Ele só balançou a cabeça.

- Vamos lanchar? Não quero que você passe muito do seu horário!

- Vamos!

Fomos para a lanchonete e continuamos a conversar enquanto comíamos. Estava tudo maravilhoso até o celular dele começar a tocar direto. Quando tocou pela quarta vez seguida, eu não aguentei:

- É melhor você atender... – Falei um pouco incomodada.

- É melhor não... – Ele desligou a ligação.

- Por quê? Não pode falar na minha frente? – Quando percebi eu já tinha falado.

- Aline, não é o que você tá pensando... – Ele tentou se explicar.

- E o que você acha que eu tô pensando?

- Que é uma garota me ligando... – O celular tocou de novo.

- Pedro, desculpa, mas eu não quero isso, tá? – Eu já ia levantar quando ele me mostrou o celular e eu vi o nome de quem estava ligando para ele: Caio.

- É o seu irmão.... Não sei porquê, mas ele tá me mandando mensagem desde que a gente saiu. Você falou alguma coisa para ele?

- Claro que não! – Falei surpresa.

- Bem, então não sei porque ele tá desconfiando, mas ele me mandou várias mensagens a tarde até eu responder que estava em um encontro de família...

- Foi para ele que você respondeu, então? – Perguntei me sentindo uma boba por ter desconfiado de que era alguma menina.

-Isso. – O telefone começou a tocar de novo.

- É melhor você atender... Eu conheço o meu irmão muito bem! Ele não vai te deixar em paz até conseguir falar com você!

- Alô. – O Pedro atendeu o telefone. – Foi mal não atender antes... Como eu disse eu tô num compromisso... – Ele olhou para mim. – Onde eu tô? – Eu comecei a balançar a minha cabeça negativamente. – Eu tô na casa dos meus tios... Reunião de família. – Após um tempo, ele continuou. – Pô, cara, não vai dar pra sair hoje, não... Não sei até que horas vai... Sabe como são esses encontros de família, né? – O Caio falou mais alguma coisa. – Pois é. Mas aproveita com pessoal, outro dia a gente marca. Eu preciso desligar agora. Tchau! – Ele desligou.

O colega do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora