Quando Louis entrou no apartamento, sentia-se vazio por dentro, mas não poderia colocar um dedo sobre o assunto. Sabia que esta noite não ficaria sozinho, Harry o disse que não tinha planos para sair á noite. Isso era o que queria há muito tempo, o que só lhe trouxe mais perguntas.
Talvez ele se sentisse vazio, pois a única coisa que lhe encheu o estômago foi a água que bebeu o dia inteiro para evitar o estômago roncando enquanto estava perto de seus amigos. Louis tinha certeza que eles o fariam comer se ouvissem algum barulho vindo de seu estômago. Ninguém o questionou sobre ele não ter comido quando houve um lanche na pausa dos ensaios, e estava orgulhoso de si mesmo por ter o gerenciamento de não comer, mesmo estando ciente de que esta não é a forma correta de perder peso.
Ou talvez, o que seria mais provável, era porque Harry estava lá, mas não da forma que Louis gostaria. Ele não iria envolver seus braços em torno de seu corpo enquanto assistiam algum filme, ele não iria deixar um beijo suave em sua cabeça quando estivesse quase dormindo, mas o pior seria que ele não iria beijá-lo de maneira gentil e amorosa da forma que sempre imaginava enquanto estava deitado em sua cama durante á noite.
Harry estaria lá como melhor amigo de Louis, enquanto o rapaz de cabelos encaracolados era muito mais que um melhor amigo para o outro, mas isso ele não sabia e não havia planos para que ele soubesse. Por medo de perder o último pedaço de amizade restante entre eles.
Louis soltou um enorme suspiro e chutou os sapatos, observando-os pousar no canto da sala, não se preocupando em pegá-los e levá-los para o seu quarto. Ele entrou na sala e se jogou numa poltrona enquanto Harry entrava na sala.
Seus olhos seguiram cada movimento do garoto, vendo-o se sentar no sofá em sua frente, apoiando os braços nas pernas e um sorriso escapou dos lábios incrivelmente beijáveis, fazendo com que Louis tivesse problemas em desviar o olhar para longe dos lábios do garoto.
– E aí, o que quer fazer hoje pela noite? Eu sou todo seu – disse Harry, fitando os olhos azuis do garoto que corou imediatamente ao pensar que seus olhares foram percebidos, mesmo não sendo assim.
Eu sou todo seu. Essas palavras ecoaram pela cabeça de Louis, fazendo-o perder o foco em dar uma resposta ao amigo, o que o levou a ficar mais nervoso. Silenciosamente se questionando se seria uma boa idéia ficar sozinho com o garoto.
–Você quer assistir algum filme? Podemos pedir alguma coisa, estou com vontade de comida chinesa, mas se quiser italiana por mim tudo bem. O que você acha? – Harry questionava na tentativa de quebrar o silêncio e Louis apenas assentiu com a cabeça, preferindo não confiar em suas próprias palavras no momento, recebendo um sorriso do amigo.
O rapaz alto empurrou-se do sofá e saiu da sala, em segundos retornando com alguns folhetos na mão, sorrindo para Louis.
– Italiano ou chinês? – Perguntou com sua voz grave e rouca, e o garoto jurava que Harry podia ouvir seus batimentos cardíacos.
Era quase ridículo o quão nervoso aquele garoto de olhos esverdeados conseguia o deixar, e não havia explicação para isso, apenas acontecia.
Louis odiava essa sensação porque ele sentia como se o amigo pudesse ver através dele, como se fosse feito de vidro, mas ele não conseguia parar de agir assim. Não foi útil, porque ás vezes se sentia incapaz de falar e apenas fitava o melhor amigo e o ódio em si mesmo ia aumentando á cada momento.
– Eu, hm... – Louis começou, mordendo o lábio inferior – Chinês, acho que um pouco do asiático vai bem agora.
Harry entregou o folheto ao amigo, que o pegou em mãos trêmulas e suadas. Assim que seus olhos sobre as refeições, ele percebeu que tinha cometido um erro enorme em concordar com comida chinesa.
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Rescue Me
RomanceA vida de Louis não se torna perfeita apenas por fazer parte da maior boyband do mundo, na verdade, não chega nem perto disso. Em consequencia, Louis procura a dor para se distrair. Louis apenas deseja um motivo para ser feliz.