I

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    Sabe aquele sonho que quase todo mundo já teve, de estar no auditório do colégio em cima de um palco totalmente nú e todos lhe observando? Jeonghan se sentia assim, tirando a parte do sonho ou de estar nú.

    Quem é Jeonghan? Bom, esse sou eu. Dezessete anos de vários nadas feitos a vida inteira. Não sou alguém com histórias para contar ou aventuras vividas.

    Voltando a parte onde estou sendo eternamente observado por uma escola inteira. Eu estava na entrada do Le Rosey - sim, aquele colégio interno onde apenas pessoas ricas ou alunos crânios estavam estudando - agarrado ao braço do meu fiel companheiro de vida, Seungkwan.

    O que eu estava fazendo no Le Rosey? Bom, o colégio - também interno - chamado Eton, que passei praticamente toda a minha vida estudando, havia sido fechado alegando falência, o que todos sabemos que é mentira já que eles arrancavam mensalmente uma boa grana das nossas famílias. O colégio tinha em torno de 500 alunos matriculados e tiveram que realocar cada um para os outros dez colégios disponíveis mais próximos. E um deles era o Le Rosey. E eu havia sido realocado para aquele lugar. Junto com Seungkwan, coisa que eu não reclamava.

    Claramente os atuais alunos do Le Rosey estavam curiosos com os realocados, eu também estaria se estivesse no lugar deles. O que era bem desconfortável, eram os cochichos e sussurros enquanto andávamos pelos corredores daquele instituto - que se parecia fielmente com um castelo medieval, só que limpo e nada empoeirado. Poucos de nós fomos realocados para aquele colégio, apenas eu, Seungkwan, Lisa, Jihyo, o baixinho extremamente inteligente chamado Jimin, o garoto americano tímido, Mark e o Minghao que tinha acabado de entrar para o Eton - senti um pouco de dó dele, estava passando pelo corredor da morte de um colégio pela segunda vez em menos de dois meses.

    Seungkwan ao meu lado estava sussurrando o quanto se sentiu chique quando, ao descer do carro que lhe trouxe para o instituto, um homem vestido de terno preto apareceu para levar suas malas ao seu dormitório apenas checando o nome. Havia acontecido o mesmo comigo, mas eu já imaginava algo do tipo porque, ao recebermos o livro de regras e normas do colégio, estava escrito que teríamos de ir para nossas turmas assim que chegassemos e depois, em nosso tempo livre, poderíamos procurar pelos quartos na ala dos dormitórios masculinos.

    - Eu sei que sou extremamente lindo, mas estou odiando essa atenção toda. - Seungkwan, com seu jeitinho narcisista, dizia ao meu lado enquanto eu tentava me concentrar nas salas e achar a qual nós pertencíamos.

    - Você podia parar de reclamar um pouquinho e me ajudar a achar nossa sala. - respondi-lhe depois de uma cotovelada em suas costelas. Seus olhos atentos vieram para meu rosto e sua face adotou uma expressão levemente zangada deixando-o parecido com um filhote de gatinho bravo.

    - Mais uma reclamação: por que temos que estudar mesmo? - as palavras de Kwan me fizeram revirar os olhos. Em média, ele repetia essa frase três vezes durante um dia todo. - Não revire os olhos para mim, Jeonghan.

    - Cadê o "Hanie, amorzinho" de cinco minutos atrás? - essa foi a vez dele revirar os olhos. - Respondendo sua pergunta: precisamos estudar para podermos fazer faculdade e ter dinheiro para viver. Como acha que vai bancar as viajens ao exterior que tanto sonha?

    - Para que trabalhar se eu tenho você? Posso usar seu dinheiro. - seu sorriso até poderia parecer inocente e doce para quem não o conhecia, mas eu sabia a perversidade por trás daqueles olhos brilhantes.

    - Eu não sou banco para você pegar meu dinheiro quando bem entender. - retruquei formando um bico bobo nos lábios.

    - Que amigo chato, você. - suspirou pegando o papel com nossos horários da minha mão. - Jeonghan!

Le RoseyOnde histórias criam vida. Descubra agora