Amando Íris

Capítulo 3

A primeira imagem que vejo é  um borrão, parece que um homem está tentando falar comigo, mas eu não compreendo, não é português, a sim, agora estou conseguindo compreender, é inglês com um sotaque bem carregado, mas ele também fala outra língua com outras pessoas que não consigo decifrar, onde eu estou mesmo? A sim, eu desmaiei, no parque, por culpa minha, deveria ter trazido água.

 Água, água é o que sinto na minha boca agora, é tão bom, fecho os olhos e só desfruto da água molhando minha garganta seca, gelando todo o caminho até o meu estomago, nossa como água é bom, pego a garrafinha de água do homem que está me ajudando, e amasso ela tomando o máximo de água que eu consigo, até me afogar. Sinto mãos quentes massageando as minhas costas de maneira carinhosa, falando para eu ter calma, que tudo irá ficar bem, abro meus olhos e as imagens ao meu redor vão se tornando claras.

Primeiro vejo um grupo de homens que eu já vi antes, sim, a equipe de Khabib, seus irmãos, Zamir que me segurou, então olho para meu lado e vejo Ele ali do meu lado, tão próximo, ajoelhado me apoiando em seus braços, era ele quem está fazendo carinho nas minhas costas, não só pode ser um sonho, a qualquer momento vou acordar.

- Íris você está melhor? O que está sentido? Sabe o que aconteceu?

Meu Deus, isso não é um sonho. Arranho minha garganta para conseguir falar e já sinto meu rosto ficar quente de vergonha. Onde eu fui me meter.

-Sim, eu estou bem agora, me desculpe de novo, por aparecer no caminho de vocês, eu fui irresponsável, sair para correr, e esqueci de trazer minha garrafinha de água, não pensei que o dia poderia estar tão seco a essas horas da manhã, estava procurando por um bebedouro, quando desmaiei, muito obrigada por me ajudarem.

Já fui levantando, iria agradecer novamente e sair dali antes que morresse de vergonha de vez. Khabib me corta.

-Acho melhor te acompanhar até a sua casa, para ter certeza que não irá desmaiar novamente e chegará em segurança.

-Não precisa Khabib, não irá acontecer, já tomei água o suficiente e minha casa não é tão longe.

-Eu faço questão, por favor, não ficarei tranquilo em saber que está sozinha.

Lamir, Duna, Tarti, vocês vêm comigo, nos encontramos na Academia. Falou olhando para o restante da equipe. Vamos, meu carro está ali no estacionamento.

Fomos em silêncio até o carro, eu andando ao seu lado, sentindo a sua presença, como uma aura em torno de mim, e aquele frio na barriga que não passava. Meu "Jesuisinho" que ajude nesses minutos nesse carro.

Chegando no estacionamento ele vai direto num carro preto gigante, que não faço a mínima ideia de que marca ou modelo seja, mas que parece muito com aqueles carros de filme blindados onde os caras malvados andam, ele abriu a porta do carona e fez sinal para que eu entrasse, me ofereceu sua mão como apoio para que eu conseguisse subir, porque o primeiro degrau era quase da altura do meu quadril, tá eu só me senti mais baixinha nesse carro, depois que entrei ele fechou a porta e entrou do lado o motorista, o banco era de couro tão confortável, que poderia dormir ali sem problemas nenhum, vi ele colocando o cinto e fiz o mesmo, ele ligou o carro e com isso começou a tocar uma música, acho que árabe.

-A idioma dessa música é sua língua materna?

-Não, é árabe, minha língua materna é o russo, mas sou fluente em duas línguas árabes também.

-Nossa, e eu aqui sofrendo com o Inglês, e você fluente em 4 idiomas, a eu esqueci de te passar o endereço né, tudo bem que está indo na direção certa, sabe o Boulevard?