Capítulo 6

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Não falei com Khabib ainda hoje, estou chegando para a pesagem, coloquei uma roupa bem confortável para essa noite, meu velho All Star preto, minha favorita calça jeans clara com rasgos no joelho, uma blusa do UFC e com o chapéu dele, não resisti em comprar quando vi sendo vendida em uma loja perto do curso.

Nossa está uma loucura aqui dentro, os repórteres se empilhando uma a cima dos outros, tentando conseguir a melhor posição, as pessoas até mesmo na área vip, empurrando-se, com cartazes gigantes, se ficar ali com esse meio gigante tamanho não vou conseguir ver nada, por isso decidi ficar aqui no corredor ao lado, onde os lutadores entrarão para a pesagem, até o momento ninguém se incomodou com a minha presença, vou ficando por aqui então.

As pesagens começaram e todos os lutadores que passaram por aqui acabaram mexendo comigo, acho que porque estou usando o chapéu do Khabib, mas quero fazer essa surpresa para ele, espero que ele fique feliz. Ao final do corredor consigo avistar alguns membros da sua equipe, mas nada dele, seu adversário vem pelo corredor, muito magro também, quando ele passa por mim, dá meia volta e fica me encarando, faz um sinal com a cabeça e sinto alguém pegando no meu braço com força me arrasta pelas escadas subindo no palco junto com a sua equipe, olho para trás e vejo um brutamontes gigante que me arrasta pelo palco. – Hey cara, acho que você pegou a pessoa errada. Sussurro para ele tentando não chamar a atenção para mim, mas ele finge nem me ouvir.

É quando vejo Khabib subindo as escadas. Tento tirar meu braço do seu aperto, mas ele não solta um centímetro. Sinto seu olhar sobre mim, é tão quente, mas tem algum tipo de raiva que logo é direcionada ao homem que me segura. Eu não queria que ele me visse dessa maneira, não quero causar problemas para ele, queria que ele ficasse feliz ao me ver, mas não é nada disso que está acontecendo. Ele sobe na balança, tira as fotos e vem com seu corpo magro, seu rosto com todos os ossos aparente em minha direção, mas não é para mim que ele olha e sim para Mexicano.

- Parece que não tem torcida suficiente que precisa roubar a minha contra a sua vontade para você? Por que não deixa a garota em paz, isso é sobre nós?

- Achei ela muito interessante, quem sabe até nossa luta, quando chutar sua bunda para a Russia eu convença-a que sou muito melhor do que você.

Nunca tinha visto Khabib com tanta raiva, ele estava pronto para acertar a qualquer instante o cara, dava para ver suas veias saltadas e como ele estava se controlando, mostrando frieza no momento, aproveitei que o brutamontes do meu lado ficou distraído, consegui me soltar e fui de encontro a equipe de Khabib, seus irmãos me colocaram atrás deles, como se estivessem prevendo que deveriam me proteger caso uma luta acontecesse ali mesmo.

- É parece que a passarinha voltou para o ninho. Depois da luta, ninguém mais reconhecerá esse seu rosto, todos seus fãs estarão me idolatrando.

Khabib falou várias frases na sua língua, e partiu para cima do Mexicano, mas as equipes conseguiram segura-los, um de seus irmãos no momento da confusão me levou através do corredor, várias portas com o nome das equipes, viramos a esquerda e saímos por outro corredor até uma grande porta que finalmente dava nos carros estacionados, ele pediu para que eu entrasse na porta de trás de um grande carro preto. – Espere aqui dentro até que Khabib venha, vou ficar aqui fora para conter alguma mídia que apareça.

Tirei o chapéu e deixei sob o banco ao meu lado, caramba o que foi tudo isso? Vejo o irmão de Khabib conversando com alguns seguranças. Pego meu celular, quero ver se encontro alguma tradução do que ele falou naquele momento, maldita barreira de língua! Não saber o que ele falou naquele momento. E lá estava, malditos jornalistas sanguessugas, alguém já tinha conseguido traduzir o que ele falou "Nunca mais mexa com os 'meus', você será alguém morto se encostar nos 'meus' outra vez".

Não tinham conseguido nenhuma foto que daria para me identificar, eu estava com o chapéu, ficava muito mais difícil ver todo o meu rosto e por sorte ser pequena me ajudou nessa hora, ou os irmãos dele estavam na minha frente ou aqueles brutamontes assustadores ao meu redor em todas as fotos que vi. Levo um susto quando vejo a porta abrir e Khabib entrar, ele segura meu braço que o brutamontes tinha segurado, olhei também na mesma direção, vendo que ele tinha arremangado a blusa onde dava para ver uma marca vermelha das mãos do cara.

- Eu vou acabar com aquele cara e cada um daquela equipe. Tirei meu braço do seu alcance.

- Isso não foi nada, não estou sentindo nada. Eu não sei porque eles fizeram isso, talvez seja o chapéu, só queria fazer uma surpresa para você, mas acabei estragando tudo. Coloquei o chapéu no meu colo e fiquei mexendo nele, o carro entrou em movimento, saindo do estacionamento ganhando as ruas de Vegas.

- Não me importa se foi o chapéu, o que foi, eles encostaram em você, olharam para você, isso é inadmissível.

- Me desculpe, eu nem deveria ter ido lá, ter usado o chapéu, estaria tudo bem se eu não estivesse lá, eu não quero que você lute com raiva, quero você concentrado para acabar com ele, mas não por raiva, mas porque você é muito melhor do que ele, não quero ver você machucado, já basta te ver desse jeito. Uma lágrima começou a escorrer pelo meu rosto, senti sua mão limpando-a e me aproximou do seu corpo me envolvendo em seus braços.

Ficamos em silêncio até que o carro parou e percebi ser um condomínio de grandes mansões. – Onde estamos? – Na minha casa, quero garantir que você estará bem até amanhã, e como tenho que ganhar peso, não vou conseguir ir te ver, quero você aqui onde conseguirei manter meus olhos em você. – Mas, o que os outros vão dizer? Eu nem trouxe roupa ou qualquer outra coisa. – Não precisa se preocupar, minha mãe cuidará de tudo.

Amando ÍrisOnde histórias criam vida. Descubra agora