Velhas juras de amor

61 14 0
                                    

Já peço desculpa desde já sobre qualquer erro :3

Hello, anjinhos. Olha eu aqui de novo.

Aproveitem o capítulo <3

---

Quando o sol resolveu dormir, Camila soube que algo estava mais do que errado. Todos na casa, em algum momento, haviam transitado por ali, entretanto se faziam pelo menos doze horas que ninguém possuía informações sobre Lauren. Esse fato preocupava a latina. Não ter conversado sobre aquele assunto estava a matando por dentro. Camila conhecia a realidade, havia machucado a mais velha, era sua missão pedir desculpa pelo o que havia quebrado. Entretanto, não se pode quebrar um copo de vidro e pedir desculpa, ele vai continuar quebrado. Pedir desculpa é necessário, porém não é o essencial. Você deve pedir desculpas, concertar o que fez e nunca mais fazer, ou lugar para que não acontece novamente.

Com isso, a latina de levantou, estava decidida a encontrar a morena. E ela possuía uma noção de onde ela estava.

— Estou saindo — falou para ninguém em especifico. Luana estava com pessoas de confiança, deixa-la aos cuidados das amigas por um tempo não iria matar alguém. Com esse pensamento a mulher saiu apenas com um casaco na mão e os bolsos sem o celular que jazia ao lado da filha.

Aquilo não era muito comum para Camila, afinal após a luta na floresta, ela quase abdicou de todos os seus poderes. Não tocava ou falava sobre nada que pudesse lhe lembrar da época traumática, não saber do bebê, acordar depois de muito tempo, a dor que o veneno fazia ao entrar em suas veias. Não, a Cabello havia feito o bem em tentar se desligar das lembranças, mas agora eram necessárias suas asas. Ao menos poderia admitir que sentia falta daquela brisa e do gosto de liberdade ao voar.

Ela buscou um pouco de ar fresco, o vento era refrescante. Batendo as asas brancas, de aparência macias, Camila rapidamente sobrevoou Aspen. Alguns minutos depois, a mulher pousava graciosamente no chão. Os castanhos observaram o amor da sua vida, encolhida em uma das pedras que davam vista para a cidade iluminada. Aquele era o cantinho delas, o dia em que Lauren mostrou suas asas, a borboleta azul. Camila ainda se lembrava da lenda. Das juras trocadas ali.

— A borboleta está em sua mão, depende de você.

O corpo encolhido se assustou repentinamente, não esperava ver ninguém por um longo tempo, e lá estava Camila. Se sentia estupida por não conseguir se controlar ao lado daquela mulher, a imortalidade e a maternidade só caiu melhor na Cabello. Como havia sido tão sortuda em topar com aquela garota quanto iria falar com Normani? Ah, havia aquele fato, havia estragado tudo, essa constatação a fez voltar para seu estado original. A outra suspirou de forma indecisa, não sabia ao certo por onde começar a se desculpar.

— O que eu quero dizer é, o destino de cada um é traçado conforme a pessoas quer, até porque ele está em nossas mãos. — começou incerta, Lauren sentiu o calor da mais nova o seu lado, entretanto nenhuma das duas se olhavam. Apenas a cidade a frente como testemunha daquele momento. — Eu disse aquelas coisas horríveis, sei disso, mas a verdade é que — pôs seus castanhos flamejantes junto aos verdes. Queria ter certeza de estar olhando para a mulher amada. —, alguém só fica em algum lugar ou com alguém porque quer. Se eu não te amasse, acha que estaríamos aqui? Poderia ter ido quando quase morri, ou quando fui atacada, mas eu decidi estar aqui. Porque quero, e não há nada no mundo que me faça mudar de ideia sobre minhas ações no passado.

Poderia não ser humana, mas seu coração batia no peito de forma tão rápida que a fazia ofegar. Aquela sensação que enche o tórax, que aquece qualquer coração, que lhe conforta. É como a brisa de verão, serve para lhe mostrar que as flores estão brotando. Era exatamente isso que acontecia no coração de Lauren, as flores desmaiadas no sol estavam recebendo água, estavam recebendo amor. Ainda incapaz de manter o olhar com Camila, o direcionou para a grama abaixo de si.

— Me desculpa — ouviu um murmúrio baixo, quase imperceptível. As duas respiraram juntas, uma sincronia assustadora, talvez porque compartilhavam a mesma alma, o mesmo amor, o mesmo coração.

— Não consigo viver longe de você por muito tempo mesmo — Lauren disse com aquele despretensioso sorrisinho.

Antes que alguma palavra voasse de seus lábios, Camila sentiu os braços lhe rodeando. Zeus, como sentia falta de qualquer contato físico! Seu corpo respondia aos mínimos toques que poderia receber, mas já eram o suficiente para faze-la querer se fundir naquele abraço. De olhos fechados ela aproveitou o tempo abraçadas, aquilo parecia água gelada após uma caminhada de dois dias no deserto. É claro que se aproveitando da brecha, a mais nova tratou de matar toda a sede, provando daqueles lábios ainda trêmulos do choro.

---

Alguns minutos depois, quando a lua cantada junto as estrelas, as duas adentraram a casa, o que não esperavam era Dinah Jane com os braços cruzados e com a face de quem mataria o primeiro que achasse, que no caso eram elas.

— Onde vocês estavam? — A frigidez e lentidão que aquela frase saiu as assustou. A menor iria abrir a boca para explicar quando os passos apresados de Normani cortaram sua linha de pensamento.

— Já chamamos a senhora Jauregui, ela disse que é melhor leva-la para o hospital! — Disparou para a cozinha, as duas paradas na porta não deixaram de notar o sangue na camisa da feiticeira. Naquele instante seus corpos gelaram, suas mentes apagaram para entrar no modo protetor.

— Luna teve um ataque, ela parecia bem até um tempo, mas reclamou de dor de cabeça, quando vimos estava desmaiada, havia sangue por todo lado. Onde estava a porra do celular de vocês? — Gritou a última parte.

Mas as duas nem lhe ouviam mais. Subiram as escadas em disparada, seu bebê estava com problemas. No quarto da filha, as duas travaram ao verem a adolescente deitada naquela casa enorme demais para seu corpo. Ally tentava limpar os filetes do líquido vermelho que saia por todos os lados, ouvidos, nariz. Como um corpo tão pequeno poderia ter tanto sangue? Pensou a loira. Camila abafou o grito de espanto, como aquilo estava acontecendo.

— Precisamos ir com ela, agora! — Ordenou Normani ao chegar no quarto. Um dos malefícios de ser alguém imortal e invisível na sociedade era que se algo muito grave acontecer, você não pode simplesmente ir até um hospital e se consultar. Até porque você supostamente tem um corpo de vinte, com problemas de cem anos e nenhum documento que comprove que você está vivo. Até porque você não está.

— Precisaremos torcer que a parte humana dela seja o suficiente para ninguém desconfia de nada. — Divagou Taylor. Era decidido que apenas algumas poderiam ir, a Jauregui ficaria ali com a Cabello mais velha. Apenas Normani, Ally, Lauren, Camila e Dinah iriam encontrar com Clara no hospital. A médica faria de tudo para ajudar a neta, mesmo que isso pudesse custar seu diploma. 

---

Espero que tenham gostado. Adoraria saber oq vocês estão achando <3

Até a proxima att

Demon (3 temp)Onde histórias criam vida. Descubra agora