Escolho o inferno

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30/30. Só quero dizer que nada sei a não ser que estou ansiosa e triste pelo fim da fanfic. Pq assim posso trabalhar em outros projetos, e triste pq vai acabar a companhia de vcs (':

Espero que gostem <3

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Camila.

Estamos todos ansiosos. Sentados abaixo das árvores, aproveitando a brisa fresca. Demetria e Luana estava outra vez frente a frente. Dessa distância poderíamos sentir o medo da minha filha, as batalhas estavam a mantendo viva, mas cada uma delas cobrou uma cicatriz. Os nódulos de pele curada ou as casquinhas que lutavam contra as novas feridas abertas. As vezes aquilo me matava junto, arrancava um pedaço de mim.

O reflexo das adagas me desperta. Demi tem duas muito bem firmes nas mãos, presumo que as outras estejam em algum lugar entre sua cintura ou botas. Ninguém empunha a espada. Luna está com as mãos nuas de qualquer uma, a namorada de Ally quer monda-la. A custo de sangue, suor e carne.

Sinto Laur segurar minha mão, respiro fundo. É sempre torturante, porém um mal necessário. Nossa filha firma dos pés na terra, está suando de medo. A mais velha é a primeira a atacar sumindo por um estante e reaparecendo atrás da pequena, uma das facas perfura sua costa. Tremo. Todos arregalamos os olhos, menos Demetria, quando o metal é jogado para trás, nada de sangue.

— Ela vai precisar de uns bons truques pra cobrir essas cicatrizes — diz Vero, a morena tem os olhos tão focados quando minha mulher.

— Toda marca é uma prova das batalhas que você travou e venceu, eu não tiraria. — Retruca Dallas, os olhos semifechados, não está acostumada a ver tanta violência.

Volto a atenção à frente a tempo de ver uma das adagas paradas no ar, seguro a respiração junto. Luana parece tão surpresa quanto qualquer uma aqui. A paralisia não dura muito, seus poderes, ainda que pequenos, são direcionados à tia. Demetria é astuta, um antigo ser poderoso demais para uma simplória híbrida, ela não mede esforços de findar qualquer ataque. Minha filha tem muito de Lauren, a persistência em uma batalha, ou de mim, a coragem no desconhecido. Vemos alguns pedaços de terra e grama levantarem, todos a mando da pequena.

— E lá se vai o jardim perfeito — Taylor corta a tensão no ar, minha cunhada não precisa de muito para isso, tem sempre o ar cômico. Abraça minha irmã como se algo pudesse acontecer que Luna perdesse o controle.

Ao meu redor posso dizer que se Dinah realmente tivesse cumprido a promessa de trazer pipoca, todos estariam vidrados como se fosse um filme.

Demi não tem pena dela? — As vezes me esqueço da jovem Vives. Do seu dom, as vezes é como uma conversa normal, mas as vezes você é pego de surpresa. Acho que só suas mães se acostumaram com suas falas aleatórias em nossas cabeças.

Ignoro o tom irritado e deu de ombros.

— É para esgotar o lado demônio dela. Se não acontecer Luna pode ser destruída por ele — tentou responder sua pergunta ainda vendo minha filha rolar no chão. Os olhos queimando de uma raiva que só queria dizer uma coisa, ela havia encontrado seus três lados.

— Ela conseguiu! — Lolo diz empolgada ao meu lado, só posso sorrir junto.

Por mais que não tenha ganhado, Luna não perdeu. Não havia nenhuma ferida nova aberta, nenhum arranhão, osso quebrado. Havia escapado da ira de um demônio. Claro que ela e Demi saíram como se rolassem na terra há anos, mas um banho era um preso pequeno em comparação a uma fratura.

Ronronei quando Lauren afagou meu cabelo, estávamos aproveitando um tempo livre, algumas meninas estavam jogando tabuleiro lá em baixo sobrando para nós ficarmos aqui em cima. Era tão bom saber que mesmo depois de todo esse tempo ainda estávamos juntas, brinquei com o metal da minha mão esquerda. Uma peça simbólica ao mundo dos humanos, o mundo a qual eu vim. Lolo e eu estávamos ligadas pela alma, nenhum outro compromisso seria tão forte quanto isso.

Compartilhamos a mesma energia, os mesmos sentimentos, a mesma filha.

Lembro de quando me salvou, do que pensei quando a vi pela primeira vez. Aquele sorriso, os lábios carnudos e o nome eu carregaria no futuro. Nem a conhecia, mas sabia que seriamos alguém especial uma para a outra.

— No que tanto pensa, senhora Jauregui?

Sorri, era sempre tão bom ouvir meu nome assim.

— Que deveríamos descer para jogar com o resto da nossa família — resmungou, a cama parecia uma ótima opção, mas prometemos a Luna que desceríamos para jogar. Lauren mudou nossa posição para ficar por cima, tomando meus lábios de forma carinhosa.

— Só porque nossa filha é fofa, se não te arrastava para os confins do inferno — respirei fundo aquela provocação. Não era párea para Lauren Jauregui Cabello.

— Vou processar a cria Camren e a cria Vercy por roubo! — ouvimos Dinah gritar assim que as encontramos com um tabuleiro. As duas reviraram os olhos pela acusação.

— Não estamos roubando! — Retrucou a pequena Iglesias. Os braços cruzados, iguais a Lucy.

— Dizer as respostas na cabeça da sua amiga deve ser sim considerado jogar, você é a porra de um anjo! — Os olhares de repreensão não a tiraram da pose de acusadora.

— Você é uma feiticeira, pensa que não vi o feitiço revelador? — mordi o lábio para me não rir daquela briga. As vezes minha amiga conseguia ser mais infantil que as duas adolescentes.

— Crianças, parem de brigar — Sofia apareceu da cozinha com um copo fulminante, minha irmã tinha cara de tédio. Provavelmente Dallas e Dinah já estavam em uma das infinitas brigas, aquela era a primeira nossa. Ela tão bom ver minha irmã em casa, confortável. Ela teve a facilidade de se enturmar rápido e conquistar a amizade de todos. Agora era basicamente mais uma na enorme casa e família.

— Mama fica no meu time então, Al com a mamãe Laur.

Aquilo pareceu o suficiente para Dinah. Mesmo que tenha jurado matar a garota Vives se ela usasse seu dom com Lauren também. E assim se passou mais uma noite na casa. Um lugar onde demônios, anjos, humanos e feiticeiras viviam em harmonia.

Olho para Lauren e Luana. Meu anjo e minha filha. Por elas faria tudo e qualquer coisa. Se me visse diante de uma decisão pela menor. O céu, onde apenas anjos puros podem entrar, ou o inferno; certamente correria para Luana e me atiraria no inferno se assim fosse necessário. Uma ideia longe de ser suicida, apenas uma mãe protegendo seu filhote. Assim como Lauren abdicaria do seu "lugar melhor" para estar aqui. Jogando cartas com a família. Fizemos escolhas, a infinidade e caminhar junto com humanos, mas sempre as escolheríamos se isso significasse a eternidade ao lado daqueles que amo.

Minha filha, Lauren e minha família.

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É isso gente do meu coração, anjinhos da minha vida. 

Eu até poderia escrever uma dedicatória todo bonitinha, but aqui quem vos fala é uma escritora aquariana, então nada de sentimentalismo excessivo <: 

Até a próxima história <3 

Demon (3 temp)Onde histórias criam vida. Descubra agora