Descanso merecido

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HELLO ANJINHOS.

espero que gostem e perdoem qualquer erro <3

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A garota não poderia dizer a quanto tempo esteve apagada. Todo seu corpo doía mais do que poderia expressar em palavras, o que mais pesava era sua cabeça. Parecia que os bipes do aparelho ao seu lado pudessem lhe matar a cada bipe. Ela sabia que era seu pobre coração humano estava sendo monitorado, logo isso significava que estava em um hospital. Perto de humanos.

Os bipes ficaram mais rápidos. Por que raios estava em um hospital? Não estariam fazendo experimentos com ela, né?

Todas suas perguntas foram caladas ao sentir o toque suave em sua mão, Luana arregalou os olhos ao ver a figura ao pé de sua cama. Sua tia Demetria. Fazia tempos que não se viam, a mulher era a razão de seu coração ainda bater. Conhecia a história ao pé da letra, lembrava de sua mãe dizendo sobre como a morena ficou dias sem comer ou sair do lugar para manter as duas vivas. E agora Demi estava ali!

— Hey, anjinho — saudou, a pouco havia chegado na cidade, seu interior sabia que havia algo errado com uma de suas partes. De certo, por ter salvado Luana, um pedaço seu sempre seria carregado pela garota —, senti que precisava de ajuda. Suas mães estão falando com uma médica junto com a dona Jauregui, ao que parece os humanos são cegos.

A menor franziu com a informação.

— Eles interpretam isso que está acontecendo no seu corpo como "um câncer na medula espinhal" — imitou a voz da médica — agora estão tentando convencer a mulher a te darem alta, você não pode ficar aqui

Demetria falava a verdade. Tudo o que a garota menos precisava seria ficar na cama enquanto uma luta era travada dentro de si. O que ela precisava era de treino. Demora anos para um anjo puro controlar seus poderes, eternidades para um demônio conhecer as infinidades de seu poder e um humano jamais se conhecesse plenamente. Não seria da noite para o dia que uma adolescente conhecesse as três partes que a compõe. O demônio tinha consciência disso. As duas foram interrompidas por uma mulher morena, alta e com a expressão de incredulidade. Luna logo presumiu que aquela era sua médica, ainda mais ao ver suas mães e avó discutindo logo atrás.

— Já disse que essa garota não sai dessa cama até que eu assine a alta. Isso se ela viver porque pelo o que estão dizendo ela morrerá na mão de vocês! — Gritou. Por seus olhos em chamas, a doutora estava para chamar a polícia para tirar a guarda dela. — A senhorita Jauregui nã... — de repente, seus olhos azuis tornaram-se escuros e opacos, como se não houvessem viva

Luana direcionou o olhar para Demetria, que se encostava em seu leito.

— A senhorita Jauregui Cabello está mais do que bem para sair, e você vai assinar a alta — falou de forma entediada.

A senhorita Jauregui Cabello está mais do que bem para sair, vou assinar a alta. — A garota riu da mulher que pegou o papel e traçou sua assinatura. Ao que parece ela estava livre agora.

— Melhor irmos, antes que ela se toque do que fez — brincou a Jauregui mais velha, Clara estava ainda apreensiva, mas era sua neta ali. Foi apenas um susto, nada que sangue e soro novo não fizessem a pequena acordar.

— Aceito colo. — Lauren revirou os olhos para como a filha se parecia a copia de Camila ao fazer manhã.

— Vamos, filhote. — Pôs a garota do colo. Elas fecharam a porta do hospital olhando para todos os lados. Aquela hora não haviam quase ninguém nos corredores. As enfermeiras que estão de plantão eram facilmente persuadidas por Demetria, ou enganadas por Clara, afinal a mulher também era médica ali.

Quando chegaram no carro, Normani e Dinah que esperavam saírem de lá, arregalaram os olhos ao verem Luana no colo de Lauren.

— Acelerem antes que dê problema, não quero ser presa — a loira mais alta falou de forma assustada. Elas receberam um último aceno de Clara, antes da mulher voltar ao trabalho. O carro estava um pouco apertado, mas nada que as impedissem de chegar antes de alguém se tocar do sumiço da Jauregui menor. Sorte sua que não haviam documentos, ou arquivos sobre sua estadia ali, a mãe de Lauren fez de tudo para que isso não acontecesse.

Luana sentiu seus pés na grama macia. A relva ainda estava molhada, parecia ser muito cedo, o sol ainda se espreguiçando confirmava isso. Ainda confusa, sentiu seu corpo ser empurrado para frente por mãos desconhecidas. Uma risada gostosa se fez presente.

— Não creio que vai amarelar, Jauregui — ouviu a voz dizendo atrás de si. Ela não saberia dizer se conseguia controlar seu corpo.

— Cala a boca, piranha — as palavras saíram sem seu consentimento. Ao menos agora sabia que falava com uma garota. — Eu sou muito melhor que você, consigo pular mais alto que você.

Então as duas correram até a borda do rio que passava bem longe de seu quintal. Uma corda e pneu estavam amarrados em uma árvore. Era claro o objetivo. A Cabello nem viu quando pegou impulso e se agarrou a corda, seu corpo balançou alguns metros para lá e para cá, então pulou.

Seus olhos se abriram. Havia tido um sonho? Finalmente algo que não fosse uma visão assustadora de algo? Não haviam nem vozes, nem pessoas morrendo... Era apenas um sonho. Um reconfortante sonho que lhe aqueceu o coração. Sentia até vontade de chorar com o fato de finalmente ter paz em seu estado noturno. Com esse pensamento a garota se atracou ainda mais em Camila. Essa que estava agarrada em Lauren. As três dividiam a cama com Kiara ao pé da pequena família que eram. Finalmente a Cabello pode descansar e se permitir ficar com Lauren, e o anjo finalmente poderia dormir em paz sabendo que as duas pessoas mais importantes da sua vida estavam no mesmo quarto, com a mesma paz e sem nenhuma magoa.

As coisas estavam caminhando para o bem. Aos menos era isso que esperava acontecer. O final feliz poderia acontecer.

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Até a próxima att ^^

Demon (3 temp)Onde histórias criam vida. Descubra agora