Posso sentir o frio?

Novamente o frio

Corro pela rua sem saber bem para onde estou indo. A neve caindo lentamente sobre o meu rosto e cabelo. Respirar começa a ficar difícil.
Por que coisas como essas precisam acontecer? Por que somos tão destrutíveis? Por que odiamos o que não entendemos?
Sinto frio.
As ruas próximas a praça estão interditadas. Muita movimentação de policiais porém poucas pessoas pelo local. Tento me aproximar mas sou barrada por um cordão de isolamento.
- Você não pode passar, moça.
Um dos policiais se aproxima de mim com um scanner de calor. Imagino se ele atiraria em mim.
- Tudo limpo!
Agora moça volte para casa. Aqui não é seguro.
- Um amigo meu está ali!
O policial me empurrou.
- Não tem nenhum humano ali!
Nesse momento outro policial se aproxima deles.
- Novas ordens! Vamos reagrupar na base operacional.
- Estão nos mandando recuar?!
Vou saindo se fininho. E discretamente passo pela faixa e tento me aproximar da praça.
Consigo ver o carro velho do tenente. Ele deve estar por aqui.
Observo as tropas militares se afastando da praça.
'Estão recuando mesmo! O que será que aconteceu?'
Senti medo. Não conseguia ver o que estava acontecendo. Mas consegui ver o tenente Anderson.
- Tenente!
Ele me olhou e espalmou a mão na própria testa.
- Não adianta falar com você!
- Sabe o que está acontecendo? Eles estão bem? E o Connor?
O velho policial parecia preocupado.
- Não sei bem, garota! Mas acho que no final vai dar tudo certo.

'Everything will be all right.'

Vejo uma multidão se aproximando do centro da praça. Estão todos vestindo branco. Mas o que?

Algum tempo se passou. Os militares deixaram o local e apenas algumas viatura de policia permaneceram. Acompanhei Anderson até próximo ao pequeno grupo formado no centro da praça. Haviam varios fotógrafos e pessoal da imprensa.
Conseguimos no aproximar por causa do tenente.
O jovem líder fazia um discurso, porém eu não conseguia ouvir nada.

'Será que eles conseguiram o que queriam?'