Dia 1: Re: Começo

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Naquela manhã reativei o sistema e tive uma sensação diferente. Pela primeira vez desde que tinha feito minha primeira ativação, me sentia vivo.
Decidi visitar Elijah Kamski mais uma vez.
Tinha um pedido a fazer.
No caminho observava atentamente tudo ao redor. Muitas pessoas estavam deixando a cidade, temendo tudo que estava acontecendo. Ainda tinham medo de nós.
Cheguei à casa de Kamski pouco antes do horário de almoço. Não havia avisado que iria e não sabia se ele me atenderia.
Chloe atendeu a porta.
- Olá Connor. Que bom que veio. Irei avisar ao Elijah que você o aguarda.
Sentei-me no sofá confortável do hall. Mas não fiquei muito tempo.
- Connor, não esperava sua visita hoje. Na verdade não esperava sua visita nunca mais. Mas o que devo a honra?
Kamski estava sendo irônico mas sinceramente curioso.
- Sei que você não me deve nenhum favor mas, no momento, preciso de um. - falei um pouco envergonhado, enquanto o acompanhava até o escritório.
- E o que posso fazer por você? Antes gostaria de parabeniza-lo.  Conseguiu se libertar das suas amarras!
'Você não faz ideia.'
- Serei direto. Você é familiarizado com o meu modelo RK800. Modelo agente corpo formato padrão para policiais e agentes. Sei que você tem conhecimento da anatomia dos modelos HR400.
Kamski deu uma gargalhada rasgada.
- Eu não acredito! Isso saiu melhor que a encomenda! Imaginei qualquer motivo para você se tornar um divergente, mas esse, sem dúvida, não passou pela minha cabeça!
Não entendia a graça. Era um pedido simples mas que eu não podia pedir a Cyberlife.
- Temos um acordo, rapaz. Você tem tempo disponível agora?
- Sim.
Ainda rindo muito, o homem se levanta.
- Me acompanhe até o laboratório. Oh cara, isso vai ser ótimo!

Algumas horas se passaram. Kamski e uma pequena equipe trabalhou fazendo as alterações necessárias.
- RK800 ative modo diagnóstico.
- Diagnóstico concluído. Sistemas 100 por cento em funcionamento.
- Ótimo, ótimo. Acorde, RK800.

Reativei um pouco perdido. Não reconheci o local onde estava. Até ouvir a voz de Kamski.
- Como se sente, Connor?
Demorei um pouco para processar a pergunta. O corpo estava leve. A resposta surgiu de maneira sincera.
- Um novo homem!

Posso sentir o frio?Onde histórias criam vida. Descubra agora