Uma Rosada, Um Apaixonado e Um Fura-olho.

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"A paixão queima, o amor enlouquece e o desejo trai" – Luiz Fernando Veríssimo.

Quando o rapaz de olhos escuros entrou na cafeteria da universidade de Konoha, já sabia o que vinha por ai.

Uchiha Sasuke ajeitou a alça da mochila no ombro esquerdo antes de passar pelas portas de vidro e caminhar pelo ambiente com cheiro de pão e café fresco.

Mais cedo o rapaz de cabelos espetados recebeu uma mensagem no Whatsappcom os dizeres:

"Urgente! Café. Agora!"

Ele sabia: coisa boa não vinha por ai. O amigo de longa data estava com problemas e se não fosse... Ah, aquele Usuratonkachi iria pagar por fazê-lo perder os tempos de aula.

― Eu já vou avisando, é melhor que seja algo muito urgente por que você sabe como o Ebisu-sen... – calou-se, ao ver o ser que estava sentando à mesa erguer os bonitos olhos claros para si, agora, com enormes bolsas embaixo dos olhos.

Ou Uzumaki Naruto havia passado a noite toda acordado, ou havia chorado demais. Sasuke desconfiava que fossem os dois.

― O que aconteceu? – A preocupação correu pela sua voz e ele quis se encher de pancadas por isso. Mas não teve culpa, não era comum ver o amigo loiro daquela forma. O Uzumaki era sempre alguém que o Uchiha até se cansava de ver com um sorriso no rosto, não com aquela expressão de quem acabara de sair de um velório.

O loiro sorriu, tentando parecer apresentável, mas um sorriso forçado não enganaria alguém a quem o conhecia tão bem quanto o moreno.

― Eu não posso chamar um bastardo para tomar um café comigo? – questionou, erguendo e abaixando os ombros de maneira despreocupada. Sasuke estalou a língua nos dentes com irritação.

― Se você não abrir essa boca, eu me viro e saio por aquela porta sem nem ao menos esperar para saber o que te fez virar a noite como uma coruja chorona – ameaçou.

Os lábios de Naruto formaram um bico de chateação. Sasuke era o único que o entendia como um livro aberto, essa era uma das desvantagens de tê-lo como amigo.

― Foi a Sakura–chan! – declarou de uma vez, não aguentando mais. Precisava desabafar, e quem melhor para lhe dar um conselho do que... Bom, Sasuke não era a pessoa certa para lhe dar conselhos, mas ele não se sentia a vontade de conversar sobre isso com seu pai, menos ainda sua mãe.

Sasuke soltou um riso, como se soubesse desde o inicio. Era obvio. A namorada desconhecida do Uzumaki, aquela por quem o amigo esteve se martirizando durante meses.

― De novo? – questionou, com um meio sorriso. As mãos do Uchiha puxaram a costa da cadeira de madeira e a afastou da mesa. O moreno jogou sua mochila em uma das duas cadeiras livres que descansavam nas demais extremidades da mesa. O rapaz de tez pálida sentou-se e fitou o rosto do loiro que o olhava com a sobrancelha erguida.

― Como assim "de novo"? – imitou o tom de voz rouco do moreno, falhando miseravelmente. – Eu reclamei dela para você alguma vez?

― Tirando os sete dias da semana passada? Ou as vezes que você me ligou no dia que passou na casa dos pais dela? – questionou, repousando o braço sobre a mesa.

― Argh! Teme! Você não está me ajudando! – retorquiu. – Aqueles dias não contam. Dessa vez é sério!

― Ok, me diz: o que houve dessa vez. – debochou da fala do loiro. O Uzumaki fez um bico de desgosto e o moreno quase pensou que o Uzumaki fosse desabar em um choro bem ali na frente dele.

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