Memórias

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Movido pelo desespero e sem saber o que fazer, já era a segunda vez que eu fazia merda, tudo em um dia só. Fui atrás de Joseph e dessa vez não o perdi de vista, ele caminhava furioso com passos longos e rápidos, eu gritei em vão.

- Espera aí Joseph. Me aproximei e o puxei pelo ombro mas o meu maior susto foi sentir uma dor no canto da boca, Joseph havia pousado seu punho fechado em rosto, um suco tanto forte para alguém como ele.

- Eu te odeio, eu te odeio com todas as minhas forças. Ele falava isso enquanto acariciava a mão por conta do soco e com a voz chorosa.

- Se machucou? Eu dava um passa pra frente e ele pra trás.

- Não chega perto de mim. Não aguentado mais desabou em choro. - Por que você fez isso com a mamãe, comigo, com a gente?

- Filho é complicado, mas eu juro que vou te contar tudo. Continuei com andando até ele com passos lentos.

- E quem me garante que você vai está falando a verdade, eu não confio em você pai, não mais.

- Deixa eu te dizer, aí fica a seu critério levar como verdade ou mentira. Finalmente cheguei perto o suficiente para segurar em seu ombro e abraça-lo.

- Eu não quero ouvir, eu odeio você.
Disse enquanto acomodava sua cabeça em meu peito.

Não sei ao certo quanto tempo ficamos daquele jeito no meio do mato, mas com o tempo Joseph se acamou e seu choro logo cessou, permanecemos mais um tempo naquela abraço caloroso, e eu sabia que enquanto meu filho quisesse eu seria o seu abrigo, seu refúgio, mas aquela altura nem sei se ele ainda iria querer olhar em minha cara, eu já havia dito e feito algumas coisas duras a ele, mas nada comparado aquele dia. Joseph se afastou de mim e saiu andando e eu segui seus passos, já um pouco distante fez um sinal "vem" com a cabeça e continou a andar, e eu o segui, andamos um pouco sem trocar nenhuma palavra. Chegamos em um lugar que não sei definir o que seria, havia uma enorme montanha e um entrada nela, uma caverna, deduzi, Joseph adentrou e eu continuei a segui-lo, ao entrar mais a fundo pude perceber uma fogueira acessa lá dentro.

- Como você encontrou esse lugar? Perguntei admirando o quão lindo era ali dentro.

Suas paredes tinham alguns desenhos pré-históricos, e no fundo havia gotas de água que caiam do teto da caverna em um poço, aquele lugar era um espetáculo, como nunca tinha ido ali, já anda ao redor disso tudo quando criança mas nunca tinha encontrado esse lugar.

- Depois que deixei você e o tio conversando com andar um pouco e acabei vindo parar aqui, fui lá na casa, peguei um isqueiro e voltei para cá, juntei alguns pedaços de pau e fiz essa fogueira, assim como você fiquei admirado com tanta exuberância. Mas não te trouxe aqui para falar do local, quero ouvir o que tem para me dizer, se é que realmente tem algo. Suspirei fundo e comecei.

Meu corpo doía da surra que acabei de levar dos moleques mais velho da escola e no meu rosto havia um enorme sinal que eu tinha apanhado muito, um garoto de 11 anos contra 4 de 14 não tinha a menor chance de sair sem o olho roxo, a verdade é que eu taxado de esquisito, quatro olhos, retardado entre outros nomes que prefiro não citar, ao chegar em casa meu irmão Jessé ficou surpreso ao ver meu olho com aquele hematoma roxo, logo sua feição virou puro ódio.

- Quem fez isso com você? Ele perguntou com olhar cheio de ódio e de punho fechado.

- Castro, Dilson, Grego e o Sebastião, falei olhando para o chão.

- A mais ele vão me pagar. Jessé disse isso vindo com tudo em minha direção.

- Não Jessé deixa eles, deixa isso para lá. Meu irmão era 5 anos mais velho que eu, enquanto eu estava com meus 11 ele ja ia fazer 16.

Amor proibido - Livro 01 (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora