Você!?

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Uma semana se passou desde a a nossa chegada e o pedido de namoro de meu pai na chácara e/ou casa de praia.

Mas tivemos que voltar, pois o cliente que meu pai havia ido ver no dia em que fez o pedido, ligou e disse que precisava de seus serviços.

Tio Jessé e Vitor estavam ótimos juntos, durante essa semana os observava e pareciam se conhecer a anos, um levava comida na boca do outro, achei muito gay e clichê, mas ao mesmo tempo fofos, é eles realmente ficavam bem juntos.

Como eu estava de férias da universidade meus dias eram tédiosos, a mesma rotina sempre, acordar, higiene, café, ver tv, almoço, ver tv, cochilo, lanche, ver tv, jantar, ver tv, namorar um pouco meu pai e dormir e isso se repetia no dia seguinte e no próximo.

Bem na quarta-feira daquela semana eu resolvi fazer algo diferente, sair para caminhar um pouco, ver pessoas, ler no parquinho que ficava em frente ao prédio onde estava morando.

Fiz minha higiene pessoal seguida de um banho e logo depois um café bem farto que meu pai havia deixado na mesa. Vesti um jeans azul desbotado com alguns rasgos um pouco acima dos joelhos, uma regata branca, moletom na cor cinza e para completar, um tênis. Entrei no elevador e apertei no botão para ir rumo ao térreo. Quando a porta já estava se fechando surge uma mão dentro do elevador impedindo-a de se fechar.

Entra um cara muito esquisito, roupas em tons claros e boné na cabeça abaixo dos olhos. Por conta do boné seu rosto estava meio tampado me impedindo de o ver.

Ele não apertou nenhum botão e seguiu calado. Quando chegamos o elevador abriu as portas e logo sai dali, estava com muito medo daquele cara.

Segui meu destino, ao entrar no parquinho haviam algumas pessoas praticando exercícios, outras sentadas em bancos conversando e puxei aquele ar puro para dentro de mim e o liberei, nada comparado ao ar da chácara, pois o de lá era puro esse havia resíduos de poluição.

Sentei em uma árvore que ficava frente ao rio, encostei-me na mesma, abri meu livro e dei continuidade. Bem se passou um bom tempo, não sei ao certo quanto, mas foi o suficiente para terminar o livro que ainda estava na metade.

Peguei meu celular para ver as horas e marcavam 11:25 AM.

Levantei e segui de volta para o apartamento. Sinto meu celular vibrar dentro do bolso.

Número desconhecido.

- Alô? Atendi o telefone.

- Não faça nada, em frente ao parque tem um carro preto, placa AXW1876, entre nele e não ligue para ninguém, estou de olho em você. Disse um voz mudada por algum programa ou aplicativo de voz, a deixando mais grossa e irreconhecível.

- Me poupe né, vão a merda. Desliguei o celular e caminhei quase correndo para fora do parque, e como sempre a esse horário, estava vazio.

Com passos longos e rápidos já via o portão de saída e nenhum segurança nas guaritas.

Senti uma pancada na cabeça e logo minha visão embarcou ainda pude ouvir algo ser dito.

- Moleque burro.

E logo cai desacordado.

Acordei com uma tremenda dor de cabeça e estava jogado em algum lugar que parecia ser um sótão.

- Acordou Jose. Aquela voz era inconfundível.- Me ajude. Disse falha.

- Rafael. Confirmei ainda de costas para ele, não tinha coragem para enfrenta-lo e nem olhar em seus olhos.

- Joseph, me desamarra aqui. Dessa vez ele falou com mais clareza e então eu me virei.

Rafael estava amarrado em um cadeira, suas roupas todas rasgadas e sujas, algumas marcas de sangue e seu rosto com alguns cortes e roxo, provavelmente de socos.

- O que você está fazendo aqui, o que aconteceu com você? Perguntei tentando desamarrar as cordas de seus pulsos, com muito sacrifício eu consegui.

- Foi horrível, eu descobri que você e seu pai estavam juntos, fiquei com ódio, tirei várias fotos e ia expor vocês, passei a vigia-los e percebi que vocês ficavam bem juntos, quebrei a máquina fotográfica e estava indo deixar as fotos para você e seu pai, mas aí fui surpreendido em frente a sua antiga casa, além de mim tinham outros caras que descobriram sobre vocês e queriam, queriam não, querem acabar com vocês, eles são horríveis, são de uma facção homofóbica, sequestram e torturam as pessoas até a morte, então eles me trouxeram para cá, e desde então me torturam e me batem, eu não aguento mais. Ele falava com os olhos lacrimejantes e de cabeça baixa, logo o soltei e ele me abraçou.

- O que eles vão fazer com conosco? Perguntei um pouco assustado.

- Provavelmente nos matar, mas eu não quero ficar aqui para descobrir, Você sabe onde estamos ? Ele perguntou para mim.

- Não faço idéia. Respondi fazendo sinal negativo com a cabeça.

- Você morou sua vida toda aqui e não reconhece esse lugar?

- Estamos na minha antiga casa?

- Sim, os novos moradores são alguns da seita, um casal. Respondeu ele.

- Sério? Nem parecem, quando vieram conhecer a casa estava com meu pai e eles pareciam bem simpáticos.

- Sim, mas eles não são, então, sabe como sair daqui?

- Eu não vinha aqui no porão, então não faço idéia.

- Tem que haver um jeito.

- Mas uma dúvida, pergunta que não quer calar, por que eles me deixaram solto. Perguntei

- Eu realmente não sei, devem... ter pensado que... você já estava morto. Ele respondeu se enrolando nas palavras.

Bem para mim nada que Rafael havia me falado até agora fazia sentido algum, não engoli essa história, e ainda mais essa do casal da casa serem dessa "tal seita" algo não se encaixava.

Olhei bem no fundo dos olhos dele e pude perceber algo que eu já tinha visto hoje mais cedo no elevador, Rafael usava uma corrente igual a do cara que entrou lá.

- Foi você mais cedo no elevador. Afirmei me afastando dele.

- O que? Que elevador? Ele questionou erguendo a sobrancelha.

- Fica longe de mim. Eu me arrastava no chão me afastando dele que já estava de pé, passei minha mão por algo, virei o rosto para era o que era.

Um pedaço de madeira, peguei me levantei e ameacei acerta-lo.

- Fica longe ou eu taco isso em você. Disse tentando transparecer segurança.

- Joseph larga isso, você vai se machucar, eu realmente não... Não o deixei terminar de falar e deferi o pau em sua cabeça, e ele por sua vez logo caiu inconsciente no chão.

Eu caminhava de um lado para o outro com as mãos na cabeça, com medo de Rafael ter morrido e torcendo para que ele estivesse morto pois não sei o que ele iria fazer comigo quase levantasse dali.

Logo ouvi o barulho da porta sendo aberta e dois homens adentrarem, ambos estavam encapuzados, um deles olhou para o corpo de Rafael no chão e logo riu.

- Olha só, o viadinho soube se defender da bixinha, foi um ótimo jogo colocar o colar nele. Disse um deles rindo satisfeito com que estavam vendo.

- Subestimamos a bixinha ein. O outro se pronunciou.

- O que vocês querem? Gritei desesperado e com medo.

- Acabar com sua raça, limpar a terra dessa vergonha, bando de viado, bem você já fez um favor para nós e já eliminou aquele ali. Ele disse se aproximando do corpo de Rafael e colocando seus dedos em seu pescoço. - Sem pulso, parabéns, agora além de viado é um assassino. Ele riu se aproximando de mim, deu um soco e eu logo cai desacordado.

Amor proibido - Livro 01 (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora