Memórias Parte III. final

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- Você? Perguntei surpreso ao ver Simone parada na porta.

- Nós. Respondeu um homem que surgiu adentrando a casa e apertando o meu pescoço.

- Pai, para. Disse Simone puxando o homem de cima de mim.

- Como assim, pai, o que está acontecendo aqui? Perguntei puxando ar e passando a mão em meu pescoço.

- Isso mesmo seu moleque, cadê os seus pais. Perguntou com fúria nos olhos e nas palavras.

- Estão viajando, mas o que vocês querem aqui?

- É o seguinte filhote de pangaré, tu engravidou a minha filha e agora vai ter que casar.

- Então não foi um sonho?

- Não, aconteceu mesmo, e agora estou grávida e a única pessoa com quem transei foi com você. Disse Simone voltando seu olhar para o chão com uma expressão triste.

- Mas precisava você vir aqui com esse troglodita? Que custo tem você me chamar pra conversar e dizer o que estava se passando. Eu entenderia e assumiria com meu erro.

- Desculpa, eu fiquei sem saber o que fazer. Disse Simone ainda de cabeça baixa.

- E é o que você vai fazer seu moleque, vai casar e assumir tua cria. Dessa vez foi o pai de Simone que disse.

- Tudo bem.

Alguns dias depois o pai de Simone que descobri se chamar Cássio entrou em contato com meus pais e falou sobre o ocorrido e logo concordam, pois eram contra o sexo antes do casamento.

No mês seguinte aconteceu a cerimônia onde reuniu alguns familiares e amigos tanto meus quanto de Simone.

Depois disso foquei ainda mais nas aulas e nas provas, queria que meu filho tivesse uma vida de rei, e diferente de mim, tivesse pais presentes em sua vida.

Logo meu filho nasceu e colocamos o nome de Joseph, tão formoso e lindo, tinha alguns traços meu, mas era a cópia fiel da mãe.

Finalmente me formei na universidade e dei uma festa na casa que ganhei, meus pais juntos com os de Simone compraram para nós. Convidei a todos incluindo o Jessé que fazia anos que não o via, e pensei que não iria. E minha surpresa foi ao vê-lo, tanto por ter ido, quanto pra seu novo visual, os cabelos que antes eram cumpridos agora foram cortados curtos, quase careca, e também estava mais forte.

A festa aconteceu tudo nos conformes algumas pessoas já tinham ido e ficaram ali apenas os amigos e alguns familiares, que mais tarde foram embora.

Jessé sentado em uma mesa com uma garrafa de Whisky e o copo cheio, me aproximei e sentei junto dele na mesa.

- Quanto tempo em irmão. Eu disse.

- Pois é. Respondeu virando de um só gole o copo que estava cheio.

- Como você está, nunca mais o vi, sumiu.

- Estou muito bem, mas por que te interessa? Ele enchia o copo novamente.

- Porque acima de tudo, você é meu irmão. Respondi pegando o copo que ele havia acabado de encher.

- Ei, pega leve, da última vez que bebeu de mais você fez filho.

Dei de ombros peguei a garrafa enchi o copo novamente e tornei a vira-lo. Não sei quanto tempo passou, mas a garrafa já estava vazia, tanto eu quanto meu irmão bebiamos e já estávamos embriagados.

- Eu te amo tanto irmão. Disse a ele segurando suas mãos e logo as puxou de mim.

- Cara te liga, você agora é pai e tem mulher.

- Eu sei, eu amo meu filho, mas não posso dizer o mesmo sobre a Simone, eu fui obrigado a me casar, não faço nada com ela porque não sinto nem um pouco de atração.

- Aí já é um problema seu, você cagou toda essa merda, agora assuma e te vira com isso aí, e mais. Ele levantou tomou a última dose que estava no copo. - Me esquece, finge que eu morri. E saiu porta a fora.
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- Eu nunca trai a sua mãe filho, mas também nunca amei. Disse segurando as mãos de Joseph.

- Então porquê tudo aquilo, por que aceitou o casamento e toda essa furada. Seus olhos estavam cheios de lágrimas.

- Por você, eu e sua mãe, embora sempre dormimos juntos na cama, mas desde a nossa primeira vez nunca fizemos nada, só levávamos essa vida, por você. Meus olhos também já estavam marejados.

- Mas você disse que meus avós deram a casa pra vocês lá na cidade perto da fazenda, como foram parar na capital?

- Assim que me formei eu vendi a casa que ganhei e comprei meu consultório que tenho até hoje, alugamos uma casa que é que a gente morava e quando você tinha lá para os 10 anos eu comprei a casa.

- Entendi, e o tio como ficaram?

- Depois da festa nos víamos nas festa da família mas não nos falávamos. Simone várias vezes me perguntava o que tinha acontecido e eu sempre desviava de uma resposta.

- Mas você ainda o ama?

- Não Joseph, quando a gente é muito magoado, não importa o tamanho da chama que seja o nosso amor, pode ser um vulcão, ou só um fogueira, mas se você não mantê-la acessa, uma hora ela apaga e foi isso que aconteceu.

- E depois que mamãe morreu, você não tentou encontrar alguém, uma mulher, um homem, afinal você estava livre desse casamento forçado.

- Não vou mentir, sai com uns caras algumas vezes, mas nada que se comparasse a seu  tio, eu estava buscando alguém que fosse como ele, o que foi onde eu errei, ou acertei.

- Como assim, acertou ? Joseph fez um olhar de dúvida.

- Porque se eu tivesse êxito na busca, talvez não estaríamos aqui agora e ainda por cima, estaríamos distante um do outro.

- Faz sentido pai. Ele abriu um sorriso de satisfação por ter ouvido aquelas palavras.

Ficamos calados por um instante apenas abraçados e aproveitando o momento, não tinha malícia, só amor e carinho.

- Pai? Joseph se pronunciou.

- Diga. Respondi acariciando seus cabelos.

- Eu te amo, te amo como pai, como homem, como namorado.

- Ei, a gente não tá namorando não viu, e eu também te amo.

Joseph se afastou de mim meio envergonhado.

- Desculpa. Disse cabisbaixo.

- Tudo bem filhão.

Joseph tinha a intenção de dormir ali, por isso já havia levado alguns sacos de dormir, nos aconchegamos e  pousamos na caverna.

Amor proibido - Livro 01 (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora