Cap. 14 No meio do mato

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Foram longos e duradouros 3 meses está minha recuperação, a polícia descobriu que o responsável pelo atentado foi um desconhecido para mim e para meu pai, descobriram também que o mesmo fazia parte de uma facção homofóbica, foi surpresa para nós dois, e as cartas e mensagens que recebemos vieram dele, o que não fazia sentido algum, o tempo pensamos ter sido Rafael o responsável por tudo, e agora mais que nunca o nosso medo aumentou, meu pai decidiu alugar o imóvel que morávamos e procurar um apartamento para nós, pois estaríamos mais seguros.

O tempo passou, recebi alta do hospital, fiz fisioterapia e ja retornei às minhas atividades normalmente, com poucas seqüelas, algumas cicatrizes aqui, outras ali, meu disse que não mudou nada, minha beleza e perfeição corporal continua a mesma, até melhor, pois o que antes era um corpo magro estava sendo trocado por um mais definido, pois a fisioterapeuta recomendou atividades em uma academia para poder desenvolver meus movimentos e após o fim do tempo dado pela mesma decidi continuar, como disse antes, é uma nova vida, um recomeço.

Meu pai entrou se deu férias no escritório e eu estou na última semana de aula, já já é natal e decidimos ir para a chácara onde tudo começou. Comentei sobre o sonho que tive com meu pai e coincidência ou não ele disse que teve o mesmo sonho, mas ele estava no meu lugar. Em uma conversa chegamos a conclusão de que era porque estávamos pensando muito no que estávamos fazendo e no quão errado aquilo era, e isso levava a sonhar coisas do tipo. Fez muito sentido e então decidimos falar tudo um para o outro. Tudo corria perfeitamente bem mas vez ou outra pensava em Rafael, ele havia sumido do mapa, nem sequer aos pais dava notícias, mas isso não me importava mais, todo recomeço precisa de um começo, de um início e Rafael era passado...

As aulas encerram e eu estava frente à faculdade lendo um livro da escritora Zibia Gasparetto - Um encontro Inesperado, livro esse que se trata de três irmãos que perderam os pais em um acidente de carro, um dos irmãos era casado e a mulher dele era muito mimada e depressiva e os pais dos 3 estava indo até o filho e a esposa que estava tendo uma crise quando o acidente aconteceu um ótimo desenvolvimento de história e desfecho fantástico. Estava muito distraído lendo o livro que nem vi meu pai estacionado na minha frente olhando fixamente para mim. - Joseph. Ele gritou em vão, pois os fones de ouvidos estavam no máximo, e então ele buzinou tamanho foi o susto, dentro do carro ele ria. - Agora você ouviu né mocinho, à horas eu chamo você. Ele ria.

- Desculpa Alexandre, estava distraído com o livro e a música alta na ajudou muito. Ri junto com ele.

- Está pronto para a viagem?

- Pai, não briga comigo, mas eu ainda não arrumei minhas malas, passei a maior parte do tempo lendo ontem à noite e acabei caindo no sono.

- Eu percebi quando fui pegar as malas no seu quarto, mas eu coloquei em minha mala roupas suficiente para nós dois, quase nem vamos usar roupas mesmo, se é que me entende. Ele riu com safadeza, mudou a marcha do carro e deu partida.

- Não vamos? Perguntei com sarcasmo e safadeza.

- Sabe que não, desde o incidente que aconteceu não fazemos nada e não aguento mais bater punheta vendo estes vídeos de pornô que são sempre a mesma coisa. Ele fez desdém.

- Eu sei paizinho, e irei recompensar por isso, por ter sido paciente e não ter ido pegar uma ou um qualquer na rua. Ri.

- Sabe que não, entreguei-me de corpo e alma pra você, desde aquele fim de semana você se tornou alguém que vai muito além de um filho pra mim, eu amo nossa cumplicidade, nosso romance, a vontade que tenho é de gritar para todos que eu amo você, quando meus amigos perguntam se irei ficar encalhado para sempre, mandam eu superar a morte de sua mãe, minha mente grita e meu coração se corrói para falar que já tenho. Meu pai ficou sério, coloquei a mão em sua perna, e ele suspirou fundo.

Amor proibido - Livro 01 (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora