Fuga e esconderijo.

5.9K 534 216
                                    

Louis p.o.v:

Quando o toque de recolher foi ouvido de todo o território vejo diversos coelhos correndo para suas casas.

Eu não entendo por que tanto medo, o mundo a noite era tão lindo, tão fascinante, queria ver as fadas e as sereias nos lagos.

-Louis! Entre. - Escuto me chamarem e vou pisando firme no chão, odiava ser mandado.

Entro dentro da pequena casa e fico sentando olhando as fadas aparecerem nos campos, era tão lindo.

Olho para dentro da minha pequena casa que dividia com outro coelho e reviro os olhos, eu queria mais do que isso e teria.

----------

Quando a noite passa e o dia chega, Louis sai correndo de sua casa para olhar os últimos rastros de magias que as criaturas da noite tinham deixado.

Louis vai até a clareira e olha para as pegadas de outros seres, pareciam lobos, talvez lobisomens.

Ele cheira o ar e vai até a fronteira sul, aonde ficava o lago das sereias, ele não podia chegar perto, somente os coelhos não podiam, isso era uma injustiça na cabeça do coelhinho.

Louis lembra da fronteira norte, ele sempre observava luzes e ouvia barulhos vindos de lá, ele sabia que tinha uma cidade, os vampiros que viviam naquela área eram mais evoluídos que eles.

A noite cai e novamente o toque de recolher é ouvido, porém desta vez Louis não entra em casa.

----------

Louis p.o.v:

Vai ser hoje!

Hoje vou fugir deste lugar, vou até a fronteira do Norte, os vampiros só tomavam sangue humano, não iam querer nada com um coelho.

Acabo dando de ombros e saio escondido de arbusto em arbusto, escuto um barulho perto de mim e temo ser os líderes dos coelhos.

Resolvo correr, corro o máximo que dá, até minhas pernas não tocarem mais o chão.

Espera! Não tocar mais o chão?

Olho para baixo e vejo mãos me segurando e me levantando, começo a me debater e escuto um riso baixo no meu ouvido.

-Achava que os coelhinhos eram fofos e obedientes. -Sua voz rouca em meu pescoço fez minhas grandes orelhas abaixarem, estava sendo sequestrado ou algo do tipo?

-E....eu me perdi. -Tento olhar para trás para saber quem era meu sequestrador que estava me prendendo, mas não conseguia.

Sinto o aperto diminuir e me solto dele tentando correr novamente, mas logo sou prendido contra uma árvore e quando ele me vira para si eu vejo seus olhos vermelhos.

Um vampiro.

-Você é um vampiro! -Meus olhos brilham e digo animado, levo minhas mãos para sua boca, logo a abrindo para olhar suas presas, ele faz algumas caretas e me solta, começo a olhar ele, puxo sua camisa que estava meio aberta e eu fico cara a cara com ele, seus olhos vermelhos com leves pontos verdes eram tão lindos e suas presas estavam me fascinando, ele tinha muitos músculos e ele estava tão tenso, sentia seu músculo duro na ponta dos meus dedos, contínuo passando minhas mãos pelos seus braços até que ele fala novamente comigo.

-Ei ei ei coelhinho, vamos parando por aí. -Ele fala e se afasta de mim com as mãos em sinal de rendição. -Achei que vocês eram mais assustados. -Ele olha para o lado coçando a nuca e eu faço uma cara brava para o mesmo que quando olha para mim sorri, ele tinha covinhas.

-Meu nome é Louis! E não sou assustado, acho ridículo acharem isto dos coelhos. Não sou como os outros. -Digo e levanto meu nariz para ele, cruzando os braços, sabia que muitos achavam isto dos coelhos e não gostava nada.

-Notei que não é. Então vou te levar de volta, aqui não é lugar para você. -Ele me puxa pelo braço e eu o mordo me soltando novamente. -Você me mordeu?

Ele parecia indignado com o fato de tê-lo mordido, mas não podia fazer nada, não ia voltar.

-Não vou voltar e nem tente ou te mordo novamente. -Digo ameaçador com as orelhas baixas e ele ergue uma sobrancelha para mim.

-Você não vai durar um dia do lado de fora do seu território. Não sem ajuda. -Ele me olha de cima a baixo e eu fico confuso, um arrepio passa por minhas costas e eu ignoro.

-Ajuda? De quem? -Pergunto desconfiado pois sabia que não podia confiar em qualquer um.

-Posso te ajudar, tenho uma casa aqui perto. -Ele fala e sai andando esperando que eu o seguisse.

Fico em dúvida, eu não sei seu nome ainda e nem sabia se ele não ia me levar de volta, acho que não me mataria, talvez.

Começo a andar atrás dele e resolvo conversar mais para tentar entender o porquê dele me ajudar.

-Então.... Você ajuda muitos híbridos por aqui? -Falo olhando para os lados vendo algumas coisas passarem muito rápido por nós.

-Só os bonitos. -Ele fala e dá uma risadinha que eu fico mais desconfiado ainda, com certeza ele não me mataria.

Quando chegamos na casa que era bem aconchegante e bem escondida eu resolvo perguntar seu nome.

-Qual seu nome? -Pergunto e ele se vira para mim com seus olhos agora totalmente verdes.

-Você seguiu alguém que nem sabia o nome? E se eu te matasse? -Ele fala e eu abaixo minhas orelhas que antes estavam levantadas para ouvir os barulhos da floresta. -Meu nome é Harry.

Suspiro e faço beicinho olhando para ele, duvido que ele me matasse agora.

-Assim eu não aguento coelhinho. -Ele abre a porta e dá espaço para mim entrar.

Quando entro na casa eu observo tudo ao meu redor e vejo uma lareira quase apagada na sala, vou até ela e começo a colocar lenha, sempre fui fascinado por fogo, conhecia todos esses móveis pelos livros que tinha na casa dos líderes dos coelhos.

Minhas orelhas agora em pé escutam Harry chegando perto de mim e eu me viro ainda agachado para ele que estava ao meu lado de pé.

Olho para cima e vejo seu sorriso de lado novamente, ele está sorrindo muito.

-É verdade que os coelhos são conhecidos por sua reprodução? -Ele me pergunta e eu me levanto me sentando no sofá, ele vem ao meu lado e se deita se atirando no mesmo e eu fico quase no meio de suas pernas.

-Como assim? -Pergunto realmente confuso, não sabia aonde ele queria chegar com aquela história de reprodução, era óbvio que os coelhos tinham muitos filhotes, eu tinha seis irmãos, mas não sei se quero ter tantos.

-Vocês devem gostar muito de sexo ou não conheceram os preservativos ainda. -Ele fala e solta uma gargalhada.

Eu fico indignado com a ousadia dele e lhe dou um tapa na perna, porém em um movimento rápido Harry me puxa para o seu colo e fico deitado encima dele.

Aquela noite ia ser longa.

My BunnyOnde histórias criam vida. Descubra agora