Destiny - Shawn Mendes

Chapter II

Eu estava pronta esperando junto com Suzana, ela tinha falado umas vinte vezes que eu estava muito bonita, e eu nem estava usando maquiagem. Nunca soube receber elogios, então eu só agradecia e olhava para o outro lado sentindo meu rosto queimar. Eu estava normal, com um short jeans, uma blusa meio transparente preta que dava para ver meu sutiã preto, uma jaqueta jeans por cima da blusa e um par de salto preto. Nada demais.

Estávamos conversando sobre como era minha relação, nada boa, com a minha mãe quando um carro prata parou no meio fio. Uma garota saiu pela porta do passageiro, seu cabelo loiro ia até a cintura, os olhos azuis brilhantes estavam marcado por uma forte maquiagem, de repente me senti intimidada por ela. Ela estava tão produzida e era muito linda, certeza que todos os meninos ficam encantados com ela. O vestido preto dela colado cheio de paitês cintilavam com as luzes dos postes, e o salto dela com certeza faria ela voltar para casa descalça e com bolhas.

Depois percebi o motivo dela não ter tantos amigos, as meninas se sentiam intimidadas com a aparência dela. É como se perto dela, todas as meninas ficavam invisíveis e só ela existia.

-Olá. - Ela sorriu simpática, deu um abraço em Suzana e um beijo em cada lado do meu rosto. - Sou Katherine, prima da Suzana.

-Sou Kayra, estudante intercambista. - Respondi dando um sorriso de lado. Ao lado de Suzana, elas não pareciam ter parentesco nenhum. Eram simplesmente muito diferentes. Suzana era um pouco mais cheia, com cabelos negros um palmo abaixo do ombro, os olhos eram mais redondos e o nariz menos fino que o da prima.

-Hello meninas, essas informações eu já dei para as duas. - Suzana revirou os olhos. - Aqui está os ingressos, não percam pelo amor de Deus! Porque se não vai ser Deus no céu e as duas sete palmos abaixo da terra.

Eu e Katherine nos entreolhamos e rimos assim que nossos olhares se encontraram. A porta do carro bateu e um menino bem bonito veio andando até nós três.

-Por quê a demora? - Ele me encarou e eu reparei nos seus olhos tão azuis quanto os de Katherine, ele sim era bastante parecido com a menina que eu acabei de conhecer, a única diferença era o fato dele ser homem, o cabelo estar cortado com um topete pra cima e ele não estar tão chamativo.

-Esse é Philipe, meu irmão gêmeo. - Katherine murmurou apontando para o menino. - Phil, essa é Kayra.

-Prazer. - Estendi a mão, e ao invés dele apertá-la, ele a beijou me deixando com uma cara bem surpresa.

-O prazer é todo meu. - Abaixei a cabeça tentando esconder a minha vergonha e puxei minha mão devagar.

-Bom crianças, melhor vocês ir andando. - Suzana cortou o clima um pouco estranho que tinha ficado no ar.

-Já estamos indo, não precisa expulsar. - Katherine murmurou andando indo até o carro. Eu e Philipe fomos atrás dela rindo da cara de ofendida que ela havia feito.

Ela sentou no banco do carona ao lado do motorista e eu sentei atrás, durante todo o percurso eu falava só o necessário e conversava com a minha melhor amiga pelo WhatsApp, ela estava me contando sobre os preparativos da festa do filho dela e que queria que eu tivesse lá ajudando.

-De que lugar do Brasil você é? - Philipe perguntou me olhando pelo retrovisor.

-Rio de Janeiro. - Murmurei bloqueando o celular e alternando o olhar entre os dois.

-Isso é tão legal! - Katherine murmurou se virando para trás. - Fomos para lá nas férias do ano retrasado, foi tão legal. É uma linda cidade.

-Sim, eu também gosto muito de lá.

-O que fez você mudar de país? - Ela me olhava com expectativa, eu nem entendi o porquê da pergunta.

-Eu nunca achei que eu pertencesse ao Brasil, meu lugar nunca foi lá.

-E o seu lugar é o Canadá? - Philipe perguntou, e eu dei de ombros.

-Também não sei, se eu achar que não é pra mim, eu simplesmente irei para uma outra cidade, um outro país, não sei.

-Vai se mudar até achar que pertence à um lugar? - Katherine franziu o cenho e jogou a cabeça para o lado.

-Sim. - Dei de ombros, e depois disso eles ficaram na deles, pensativos.

Philipe nos deixou bem na entrada, ele fez questão de sair do carro para nos acompanhar, eu nem critiquei porque mal saímos do carro e Katherine chamou a atenção de todos que estavam por ali.

Depois de mostrar nossos ingressos adentramos ao local do show, estava lotado de pessoas e eu senti o ar dos meus pulmões querer desaparecer, mas respirei devagar. Não sei para onde a garota que estava comigo queria ir porque ela pegou na minha mão e me puxou por entre a multidão. Ed já estava cantando uma de suas músicas, mas o zumbido no meu ouvido não me deixava distinguir qual música era.

Tentando não entrar em pânico e me arrependendo amargamente de ter aceitado vir, eu respirei fundo e pensei que seria uma longa noite.