Depois de toda a cena que a Priscila fez a aula continuou normalmente. Foi bem chato, diga-se de passagem. O sinal pro intervalo tocou e eu esperei todo mundo sair, pra sair. Eu tinha vergonha de passar por eles. E quando estava na porta eu senti uma vontade horrível de chorar. Um nó apertava minha garganta e então lagrimas escorreram pelo meu rosto. O baldinho entornou. Eu me apoiei na porta e comecei a chorar como se não houvesse amanhã. A tia do corredor me viu e logo veio conversar comigo.
- Wendy? O que houve? ~ela sempre foi muito carinhosa comigo, sempre viu como eu fui sozinha e em como isso me afetava.
- Ta tudo bem Tia Lurdinha! É só uma cólica muito forte. ~sorri em meio as lagrimas.
- Quer que eu ligue para sua mãe? Eu tenho um remédio também, quer que eu busque minha filha? ~eu conseguia ver a preocupação nos olhos dela. Era um anjinho na minha vida.
- Ta tudo bem Tia, não precisa se preocupar e nem ligar para minha mãe, eu já tomei o meu remédio.
- Tudo bem meu amor! Tu pode ficar aqui hoje viu, mas qualquer coisa me grita eu to aqui na escada. ~ela sorriu e saiu.
Eu voltei pro meu lugar e meus passos ficavam cada vez mais pesados, como se algo me puxasse para baixo. Era uma sensação horrível.
Finalmente cheguei até minha carteira. Liguei a música e pus os fones e me afoguei nos meus próprios sentimentos. Chorei tudo que eu podia e não podia. Pus pra fora toda a dor. Era como se eu pesasse 10kg a menos.
O sinal tocou novamente e era para voltarem para a sala. Limpei as lágrimas e fingi que nada tinha acontecido. O primeiro a entrar foi o novato, que na verdade nem era mais tão novato. Já tinha um tempo que ele vinha pra escola.
- Oi! ~ele disse.
- Oi. ~ainda com a voz de choro e olhando para o chão.
- Ta tudo bem? Vi que você não saiu hoje pro intervalo. ~eu olhei pra ele pela primeira vez. Tinha os olhos puxados e pretos, cabelos lisos mas ele trançava.
- Você percebeu? ~disse um pouco incrédula.
- Sim. ~ele disse sem jeito e sorriu.
- Eu estou bem, obrigada. ~eu sorri, achei que ninguém me notava.
- Que bom! - ele sorriu e sentou-se atras de mim.
Na minha escola, por ser o último ano, as pessoas não ligava muito com a hora de entrar pra sala. Passou-se mais 5 min e alguém me chama:
- Wendy quero conversar om você depois da aula. Me manda mensagem. Este é meu número. ~ele me entrega seu número.
