14 horas em ponto ele chega na minha casa.
- Wendy, atende o interfone ai! ~minha mãe gritou.
- To ocupada maaaaaae! ~gritei de volta enquanto terminava de arrumar meu quarto. Esqueci completamente da hora.
Ela atendeu e eu ouvi um ''ela ta no quarto, pode entrar!''.
- Quem é mãe? ~eu sai do meu quarto e no corredor dei de cara com o Luiz. - Ah! É você!
- É né! Eu sou pontual. ~deu um sorrisinho.
- Pelo menos isso. ~Eu rolei os olhos.
Ele passou na minha frente e entrou no meu quarto.
-Nossa! Que incrível Wendy! ~ele disse surpreso.
- Obrigada! ~eu estava meio sem jeito por ter alguém no meu quarto ainda mais ele, que eu nunca tinha nem conversado e que sempre zomba de mim.
- Oi querido, você aceita alguma coisa? Um suco? Uma água? ~minha mãe entrou no meu quarto.
- Eu aceito uma água por favor! ~ele sorriu.
- Vem Wendy, vem pegar uma água pro seu amigo. ~minha mãe disse e me puxou.
Saímos do quarto e ela já começou falando que ele era lindo e muito educado, mal sabia ela que ele e a corja dele fazia meu mundo um inferno. Peguei a água e antes de entra no quaro ela fala:
- Ele é o tipo de garoto que você tem que namorar minha filha.
Eu juro que eu quis ri, mas eu entendi que ela só queria meu bem e pra ela o Luiz era um bom menino. Eu sorri de lado, fiz um carinho no rosto dela e entrei no quarto.
- Então, vamos fazer ou não? ~eu perguntei.
- Vamos! ~tomou da minha mão , a água. ~Senta ai na cadeira Wendy.
-Tem certeza que não quer sentar aqui? É melhor pra quem vai digitar. e~disse e sorri.
- Não. Pode sentar!
E então, eu sentei. Antes não tivesse sentado. Assim que eu sentei na cadeira ela caiu e ''quebrou'' e eu entrei em desespero. Eu sabia que eu jamais conseguiria quebrar aquela cadeira só sentando nela mas eu não pensei nisso. Quis chorar mas eu não ia me mostrar tão fraca na frente dele. Quando me levantei eu o vi rindo pra caramba, meu sangue ferveu de ódio. Mas eu respirei fundo, limpei a única lagrima que escorreu. Sentei na cama e falei:
- Essa cadeira tava meio velha mesmo, precisava trocar~falei isso e ri um pouco, meio sem jeito.
- Certeza que foi ''a velhice da cadeira'' e não o seu peso kkkkkkkkk ~ele riu como se não houvesse o amanhã.
Eu fui na sala e peguei uma cadeira. Sentei nela antes de levar para o quarto.
-Vamos fazer? ~perguntei.
- Beleza. ~ele falou parando de ri.
Fizemos o trabalho, ou melhor, uma parte dele. Muito difícil fazer algo com alguém que a gente mal conversa, sem contar que tudo que eu mais queria era chorar.
- Eu preciso ir no banheiro. ~disse e sai do quarto.
Quando eu entrei no banheiro eu vi meu mundo desmoronar, eu cai no choro. Em meio as minhas lágrimas eu ouvi, vindo do meu quarto :
- Eu sei lá Priscila, ela ta no banheiro. Eu já fiz o que você pediu, mas isso não. ~ era o Luiz.
Eu demorei entender mas eu percebi que eu não tinha quebrado a cadeira, ele tinha afrouxado os parafusos. Então, eu limpei meu olhos, joguei um pouco de água no rosto e sai do quarto. Quando entrei ele estava de costas, ainda conversando com Priscila. Sentei ao lado dele e esperei a conversa acabar.
- Já acabamos? ~perguntei.
- Já sim Wendy. ~ele disse e sorriu.
- Não precisa sem simpático comigo, eu sei o que fez com a cadeira. Você poderia por favor ir embora? ~disse isso já com lágrimas nos olhos.
- Desculpa. ~ele disse.
- Não tô nem ai pra suas desculpas Luiz. Agora, por favor, vai embora !!! ~eu não gritei, disse calmamente. E assim que ele saiu do meu quarto, eu me tranquei nele. E passei o resto do dia lá. Dormia, chorava, dormia, chorava. E nesse ciclo, que não parecia ter fim, eu peguei no sono.
