Depois de tudo que tinha acontecido eu jurei, de novo, que não iria me importa. Mas, confesso é bem difícil , bem mais do que parece.
Assim que acordei no dia seguinte, tinha um post -it e uma florzinha no móvel ao lado da minha cama. ''Você brilha mais que o sol la fora!'' eu sorri sem perceber assim que li . Confesso que esses recadinhos me faziam feliz. O que eu posso fazer né? Eu guardei a florzinha e o post-it e sai.
Os dias naquele inferno passaram mas devagar do que se possa imaginar. Luiz veio tentar conversar comigo, mas eu fugi como se não houvesse amanhã. Eu não sou obrigada. Desde aquele dia eu fiquei mais na minha quanto a isso. Ele andava para a direita e eu para a esquerda. A única coisa boa daquilo tudo foi minha reaproximação com o Rodrigo, que assim que soube quis bater no Luiz. Eu ri. Dei um sermão nele, pois nada se resolve com violência, mas ri depois.
- Mas Wendy, isso não pode ficar barato ~ele dizia indignado.
- Relaxa Rô, nada se resolve com violência, eu já te falei. ~eu disse alisando seu cabelo.
Ele demorou mas aceitou que eu sou contra violência. Respiramos fundo e encaramos o resto dos dias, JUNTOS.
Na volta para casa, eu subi rapidinho para o ônibus. E me sentei ao meio.
- Senta comigo, a gente precisa conversar. ~Luiz disse com uma voz grossa e rouca.
- Não, brigada. ~eu disse sem olhar para ele.
- Por favor Wendy! ~ele disse deixando a voz um pouco mais manhosa.
-Já disse que não! E mais, você não estava de carro?~eu disse levantando a voz.
- Eu deixei com meu tio para que pudéssemos conversar.
-Só lamento. ~eu disse sorrindo para ele.
Ele pegou a mala e saiu do ônibus, assim que passava pela saída esbarrou em Rodrigo, que franziu a testa ao vê-lo no ônibus.
Rodrigo se sentou comigo, enquanto Jennie e Pedro ficaram juntos. Nos últimos dias eles estavam mais próximos que nunca, e eu amei isso. Jennie era um amor de pessoa e Pedro também.
A ida foi bem melhor que a volta.
Assim que chegamos minha mãe já estava me esperando no ponto.
Ela perguntou como tinha sido a viagem e eu fiquei com um pouco de medo de contar pra ela, mas contei. Manter uma amizade com ela e ter sua confiança é a melhor coisa que eu já fiz.
Ela me abraçou e em uma tentativa de me animar ela disse:
-Sabe aquele professor que você gosta? Então eu chamei ele para jantar lá em casa amanhã ~ela disse sorrindo.
-COMO ASSIM MÃE? ~minha voz saiu mais alta do que eu desejava, e ela se assustou.
-Me respeita menina! ~ela disse mas com um tom de brincadeira.
- Desculpa mãe. ~disse envergonhada.
-Então, ele é um velho amigo. ~ela disse eu olhei confusa~ Ha uns anos eu estudei um ano aqui e la eu conheci seu professor.
-Então é você a menina que disse que queria colocar o nome da filha de wendy! ~disse animada, me lembrando do que ele tinha me dito.
-Sim! ~disse sorrindo.
- Que mundo pequeno! ~disse.
Assim que chegamos em casa ela começou a falar o que iria fazer para o jantar, e a tempos eu não via minha mãe tão animada. Fiquei feliz por ela.
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Enquanto eu saia do ônibus senti meu sangue ferver de ódio e tristeza. Eu só queira contar pra ela. Assim que entrei no carro bati a porta com tanta força que meu coração doeu, eu amo meu carro. É isso que essa menina faz comigo.
-Virou cancela não Luiz. ~meu tio gritou quando bati a porta.
_ Não enche. ~eu disse ainda com raiva.
- O que você ta fazendo aqui moleque? Não ia no ônibus?
-O motivo pelo qual eu ia, não me quis lá ~eu disse com dor.
- Você e a Priscila precisam se acertar logo, meu Deus!
- Não é ela. ~eu disse e ele se assustou.
-Como assim? Vocês jovens trocam de namorado(a) mais que de roupa.
- Não é assim...~disse rolando os olhos.
- É assim, sim! Esses dias você tava tão deprimido pela Priscila que a Wendy teve que ir te buscar e agora essa outra, a Wendy nem sempre estará aqui para te consolar quando levar um pé na bunda... Depois de ver como você age com ela, acho que você deveria valoriza-la, um dia ela vai embora. ~ele disse dando partida no carro.
- É.. Eu percebi isso..
-Mas então quem é a nova garota?
- Wendy.
-Finalmente tu percebeu que gosta dela, demorou pra caralho.. meu santo Deus. achei que eu teria que escrever na sua testa.
-Como assim? ~eu perguntei ainda sem entender.
-Eu te conheço Luiz... Sempre que você saia com ela voltava com um sorriso enorme, gastava seu dinheiro com ela e você é pão duro.. Pra comprar pão la em casa é um desespero ~ele disse rindo.
- Eu não sou pão duro..~revirei os olhos.
-Sem contar que quando você foi levar ela na casa do Rodrigo, eu consegui ouvir você resmungando. E mais, no seu quarto não tem nenhuma foto com a Priscila mas quando abri seu guarda roupa eu vi a polaroide dela.
-Mas infelizmente eu a perdi...
-Não me surpreende, você sempre a tratou mal, só tratava bem quando estavam sozinhos...
-Não precisa esculachar né tio..
-Estou sendo realista. Você foi um idiota. Talvez dê tempo de consertar, TALVEZ...
Após essa fala um silencio se instaurou no carro e eu pude ir pensando no que ele havia me dito... Eu realmente fui um completo idiota. Como eu não percebi antes?
A Priscila foi minha primeira namorada, minha única namorada.O jeito que ela me ensinou a amar foi assim.
''Se eu te proíbo de sair com seus amigos é porque eu te amo Luiz''
Desde que eu perdi meus pais e fui morar com meu tio, eu tive medo de ficar sozinho e era isso que me mantinha perto da Priscila, mas quando eu vi o que ela fez com a Wendy foi como se algo tivesse dando um estalo... Aquele dia deveria ser perfeito para que eu tivesse certeza que a Priscila era a mulher pra mim, mas ela se mostrou uma completa idiota e me provou que a Wendy era a minha pessoa...
Por um momento eu deixei todos os meus interesses e sentimentos e me importei so com a Wendy. O medo que eu tinha de ficar sozinho não chegou nem perto do medo que eu tinha de vê-la sofrer e de perder.
Eu tenho um plano em jogo e preciso que ele dê certo pra ela não me abandonar....