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- Eu estou com medo! ~disse enquanto  brincava com aquelas areinhas sobre a mesa.
- Mas por que está com medo ? ~Viviane perguntou calmamente.
- Medo dele fazer aquilo de novo! ~disse um pouco triste.
- Você não disse que no dia ele ficou triste?
- Sim, mas se não queria que  vessem por que ele filmou?
-Wendy você já pensou no por que ele é assim? Ou por que a Priscila o fez fazer isso?
- Pra ser sincera eu não sei. No dia do meu aniversário de 15 anos a Priscila chegou um pouco atrasada e uns outros amigos brincaram com eles sobre isso. Eu estava com um sapato horrível que machucava meu pé então quando eles chegaram eu os abracei sentada. Eles se isolaram, eu chamei para se sentarem comigo -ela e o namorado(que não era o Luiz)- mas não quiseram. ~ao lembrar disso meu coração se apertou e o nó na garganta começou a se formar. Dei uma pausa no que dizia para evitar o chororo.
- Wendy, não precisa esconder a dor, aqui é o seu lugar, pode chorar, gritar, esperniar. Aqui é o seu momento. Se permita sentir essa sentimento.
-E depois  desse dia ela nunca mais conversou comigo, e começou a inventar coisas e me ofender. ~eu chorei ~ me desculpa, eu não queria chorar.
- Tá tudo bem Wendy.
- Eu não entendo o Luiz, ele parece gosta de mim mas também fica sempre do lado dela. É tão estranho.
- E se ele gostar mesmo de você?
- Eu já te descrevi como o Luiz é?
- Popular, loiro, olhos claros, não é?
- Sim Doutora.
- E você acha que é impossível alguém como ele gostar de você?
- Sim!
- A relação que temos com nós mesmos é muito baseada no exterior. Por exemplo, alguem como ele não pode gostar de você por que só é retratado em filmes, que só gente magra fica com caras bonitos e padrão. Mas não é verdade. A gente é muito mais que o exterior. Tu é incrível Wendy!
- E como eu não vejo isso? ~eu chorava.
- Wendy isso não é do dia para a noite. E pelo que me contou hoje, você está mais forte a casa dia. A Wendy do dia da "zuação" teria respondido a Priscila daquele jeito? ~ela me perguntou com um sorrisinho.
- Não! ~disse limpando as lágrimas.
- Hoje, você é mais forte do que semana passada, é uma linda evolução. E eu sinto muito orgulho de você!
Eu só levantei e a abracei. Agradeci e fui embora.
Eu saí de lá pensando nisso, eu realmente tô evoluindo e sou muito grata a ela e a terapia.
Fui andando e pensando nas mudanças.
"Wendy, chego na sua casa em 10 min! -Luiz" ~ pra que perguntar se ele pode aparecer do nada né?
"Luiz, eu não estou em casa. Chego em 30 min."
"eu não ligo. Chego em 10 min."
Nunca me escuta. Muleque!
30 minutos depois eu cheguei em casa. Não vi um sinal do Luiz do lado de fora. Entrei tranquilamente em casa, quando entrei em casa e ouvi um cochicho fui de ponte pé.
Era o Luiz e a minha mãe.
- A eu gosto muito da Wendy mas ela me trata feito um monstro! ~ não conseguia sentir verdade em suas palavras. Eu só trato ele,  como ele merece.
- Gosta como meu filho ? ~disse minha mãe.
- Queria ser amigo dela sabe? ~ disse em tom de brincadeira.
- E por que não é? Você teve um bom tempo para isso!
- Com todo respeito, mas, a Wendy não é bem o tipo de garota que querem por perto. ~disse sem jeito.
-Como assim?
- Ela é.. não a acham bonita e eu preciso manter o status.
- Meu filho, status passa e quando passar o que te sobrará? A Wendy é uma menina maravilhosa, se não fosse você não estaria aqui né?
- Eu estou feliz com minha namorada, pretendemos casar. Eu a amo!
Nisso, caiu por terra outra teoria de quem seria o autor.
Eu dei uns passos para trás e bati a porta, como se estivesse chegando agora.
Entrei a na segunda sala, estavam eles, mamãe e Luiz.
- Tá bem atrasada ein Wendy, tem relógio não? ~ele disse rindo.
- Tem desconfiômetro não? Eu disse que chegaria em 30 min. Veio mais cedo por que quis! Oi mãe! ~disse com raiva e passando para o meu quarto.
- Oi filha! Como foi a consulta?
- Muito bem! ~gritei do meu quarto.
- Não tá com fome filha?
- Não mãe! Tô de dieta.
- Pois tá precisando mesmo! ~disse o Luiz, se intrometendo.
- Só que ninguém te perguntou nada seu imbecil! ~passei pela porta gritando ~ eu não gosto de você Luiz, mas o Bruno me pediu e só por ele eu tô fazendo isso, então, larga a mão de ser cuzão. Vamos fazer essa merda de trabalho ou não? ~eu disse e já tava morrendo de raiva.
- Se vocês ficarem nessa falta de respeito como vão se entender? ~minha mãe disse.
- E quem disse que eu quero me entender! ~eu e Luiz dissemos ao mesmo tempo.
Minha mãe respirou fundo e soltou um risinho.
Fomos para o meu quarto fazer o trabalho.

GORDA [HIATUS]Onde histórias criam vida. Descubra agora