GORDA [HIATUS]

Aspas

No outro dia eu fui para a escola tranquila, e em muito tempo eu não me sentia indo pro inferno. Foi nesse momento que eu descobri o poder da terapia. Pode parecer exagero, eu sei. Mas foram 3 anos guardando tudo só pra mim, eu não tinha a quem contar e quando eu tive, contei tudo que me amarrava, as tristezas, as dores. Quando me sentei o Luiz veio em minha direção:
- Onde você tava que eu te procurei ontem naquela chuva e não te achei? ~ele disse, relativamente, alterado.
-Eu me machuquei e fui ao hospital Luiz. E por que foi atrás de mim? ~disse ainda sem acreditar muito mas com uma dúvida atrás da orelha.
- Na-nada! ~ele gaguejou e saiu sem explicar ou falar algo.
Eu estranhei tanto aquilo, ele tava estranho ultimamente.
- Bom dia Wendy! Como está? Pediram pra eu te entregar isso! ~Rodrigo passou por mim e deixou uma carta, com o meu nome, na mesa.
- Bom dia Rodrigo! Estou bem e você? O que é? Quem entregou? E porque você? ~eu não estava entendendo mais nada. Pura confusão. Enchi o Rodrigo de perguntas e a única coisa que ele falou foi "eu não sei, só pedir pra te entregar!"
E assim que me virei para arrancar respostas do Rodrigo, o sinal toca e a aula começa.
A professora entra, e começa a fazer a chamada e avaliar atividades, bom, meu nome é o último então resolvi pegar a carta que o Rodrigo me entregou.
"Querida Wendy. Como estás? O dia está lindo, não?
Wendy, desde que eu te conheci eu sinto que você é diferente. Eu vacilei com você e eu peço desculpas. Mas eu quero te conhecer melhor, quero me apresentar, quero muito, juro! Mas eu tenho vergonha, espero que você entenda a minha timidez. E espere, pois, logo mais irá me conhecer! Tenha um lindo dia Wendy. E a noite, feche a janela, não posso disputar com o Peter Pan... Ele voa e tem um fada. É sacanagem!
Até mais".
Na última parte, eu soltei um risinho. Alusão à Peter Pan e Sininho é sacanagem. Eu amo. Desde que eu era pequena minha mãe contava a história, e dizia que sonhava -desde quando estudava- em por o nome da filha de Wendy. Avisava isso para todos.
Quando eu parei para pensar foi como se eu estivesse caído no chão. Alguém, aparentemente, gostava de mim.
Alguém com um perfume familiar, pois a carta tinha cheiro e eu conhecia.
Eu não entendo porque eu.

Aquele dia estava maluco. Eu confesso. Parecia um sonho lúcido.
Eu respondi a chamada e mostrei a atividade. Tudo certinho.
Um pouco tempo depois eu anotei "Carta estranha" em um caderninho, iríamos conversar sobre isso na próxima consulta. Viviane que me segure.
A aula seguiu normal, eu conversei com Rodrigo ele me contou sobre o jogo incrível, eu contei sobre o perrengue da chuva. Rimos com piadas horríveis, ele me passou o WhatsApp dele.
Ali começava uma bela amizade.
Eu não estava mais sozinha.

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Estou demorando a escrever porque está muito difícil conciliar os vestibulares, a formatura da escola e a escrita. Espero que vocês entendam e não desistam.
Obrigada por tudo, vocês são incríveis!!!
Com amor,
Liz! ♥️