Ruínas

33 4 0
                                    

Ainda não me acostumei com sua presença.

Eu me lembro muito bem de quando ela desabou, o meu mundo desabou também. Eu lembro de segurar sua mão até o fim, de estar ao seu lado a cada suspiro, a cada grito ou soluço, e então, ela se foi.

Mas de alguma forma ela continua aqui.

Lembro que ela era uma mulher formidável, mesmo estando em ruínas. E eu sempre admirei ruínas, sempre vi beleza na destruição, mas aí, ela se destruiu.

E eu continuei ao seu lado, cada traço seu me encantava, e ainda encanta, toda aquela inteligência que só é adquirida nos livros, aquele jeito de menina na flor da idade mesmo já sendo adulta, sua perversidade escondida no canto dos lábios e seu olhar ingênuo e profano.

Ela nunca foi um meio termo. Ela sempre se entregava muito ou não se entregava. Mas de alguma forma ela conseguia ser tudo daquilo e nada ao mesmo tempo.

Essa mulher é brilhante, eu sou seu maior fã. Deve ser por isso que ela ainda aparece para mim, com seu típico vestido branco, com os o olhos de  avelã, aquele sorriso delicioso em seus lábios, as curvas complexas que eu amo desvendar, e embora sempre mude o corte, o cabelo castanho ainda tem cheiro de maçã verde.

Eu só não posso esquecer de perguntar depois o porquê de ela ter voltado, não que eu esteja reclamando, é pura curiosidade. Ela me instiga,  e sempre foi assim, mas eu preciso saber a razão disso tudo, porque eu ainda sou um louco apaixonado.

EsquizoOnde histórias criam vida. Descubra agora