PANDORA.

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Andando por aí como se carregasse o mundo nos ombros, e tal feito não pesasse mais que duas penas de alguma ave qualquer. Costumo pensar que ela caminha como se o mundo fosse seu, apenas mais um brinquedo de um gatinho entediado, e vai ver o mundo realmente lhe pertence.

Ela que tem convicção que todos os males do mundo são sua responsabilidade, usa esse esdrúxulo argumento para se fechar em sua caixa. Mesmo que costume dizer que não possuí sentimentos, um bom leitor pode ler as entrelinhas e ver o quão infinita a mesma é, acontece que ela sente demais, sente tanto que é como se vivesse em uma constante tempestade de emoções e sentimentos, uma batalha que luta contra sí mesma todos os dias, sozinha.

Eu, como o bom observador que sou, tento desvenda-la diariamente. Consigo ver sempre que sua máscara de garota má cai e da lugar a quem ela realmente é, e vejo também que de certo modo é bom ela estar dentro da caixa, porque lá dentro ainda tem esperança.

Ela presa a quem acha que deve ser, carregando um fardo que não lhe pertence,
Um fantoche nas mãos de seres inconstantes,
Presa na caixa que um dia abriu,
Carregando o mundo e gozando disso.
Eu aqui fora,
Admirando e esperando pelo dia em que ela irá se libertar,
Para enfim, tomar o mundo por inteiro para sí.

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