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— Você tem medo de zumbis. —

Foi a primeira coisa que Fernando me disse no caminho. Ele havia matado um zumbi de uma jovem que vinha minha direção. Eu havia ficado estática por alguns segundos. A faca pronta para dar o golpe, mas foi que eu reconheci os traços de uma amiga da minha escola, a faca continuou pronta para dar o golpe. Ela continuou lá até Fernando enterrar o machado na cabeça dela.

— Você não tem? — Eu falei caminhando na rua vazia.

— É claro que tenho. — Ele rebateu. — Mas se você estivesse sozinha estaria morta agora.

— Ela era a minha melhor amiga. — Apontei para o corpo estendido no meio da rua.

— Falou certo. — Ele falou. — Ela se transformou num cadáver carniceiro pronto a te matar.

— Eu sei. — Foi a única coisa que consegui falar.

Porque eu realmente sabia, aquela não era Larissa, a garota que me esperava impaciente no final da aula, que conversa sobre como como o preço do arroz e dos nossos medos mais profundo. Aquela não era Larissa, à esfaquear seria mesma coisa que alvejar um caixão com um morto dentro.

Mas a faca continuou parada no alto, enquanto ela se aproximava. Pronta para se alimentar da minha carne, ele tinha razão.Continuamos andando, Fernando logo tomou a dianteira o machado levantado.

— Há poucos zumbis. — Ele disse se escorando na parede de uma esquina, espiando a outra rua. — Acho que a maioria dos que estavam nesse bairro se juntaram a aquela horda.

— Quantos você consegue contar?

— Uns cinco… — Ele indo para a outra rua.

Eu o segui, ele estava certo, todos estavam no meu da rua e Fernando não fez qualquer menção em desviar deles, na verdade, ele já se preparava para esmagar a cabeça de alguns. De onde aquela família tirava toda aquela coragem? Davi parecia ter prazer em matar zumbis, inclusive.

Quatro dos cincos zumbis estavam no meio da rua, o quinto estava na calçada vindo na nossa direção. O mais próximos de nós era um garoto gordinho, sua pele estava verde escuro e havia grandes marcas de decomposição no corpo dele.

O machado atravessou a cabeça dele como uma faca atravessando um bolo, eu observava todos em nossa volta. Não seria difícil um se aproximar pelas costas. Continuamos caminhando pela rua, passamos pelo zumbi na calçada que continuava nos seguindo.

Ouvi o machado do Fernando atingindo um zumbi, dessa vez era um jovem de vinte anos que tinham deixado o crânio com uma fenda deixando o que lhe restava do cérebro exposto, a pele estava verde pálida e começando a criar bolhas de ar por causa da decomposição. Continuamos andando e eu vi alguns zumbis surgindo da rua, atraídos pelo nosso cheiro.

—Você teve que andar um pouco para chegar na minha casa, né? — Ele não tirava os olhos da rua.

— Defina um pouco.

Havia, pelo menos, dez zumbis no nos seguindo distante pela na rua. O coral chamando outros mortos vivo parecia apenas tendia a aumentar, esperando qualquer falha nossa.

— Talvez apenas chegamos perto de morrer duas vezes.

E o outro zumbi foi abatido. Dobramos outra esquina, faltava pouco para a casa da minha vó.

Senti a mão fria enrolando na minha panturrilha, os dedos apertaram contra minha carne. O grito que eu dei deve ter assustado zumbis, puxei minha mão com tudo e enfiei a faca direto na cabeça.

A minha batata parecia estar queimando, minhas pernas falharam me levando ao chão. A sensação de sujeira se alastrava por todo o meu corpo, minha respiração estava ofegante. Senti a mão de Fernando no meu braço, me levantando.

Combustão incompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora