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Já estava tudo combinado, eu e Leo roubariamos aquele grupo de sobreviventes. Pessoas fazem coisas piores para sobreviver, eu ficava martelando na minha cabeça que não era como invadir a casa deles,matar e se alimentar dos restos mortais depois

Íamos apenas furtar. Esse pensamento não impediu de eu me virar várias vezes no colchão pensando que faria algo errado. Meu coração e cabeça pesavam enquanto algo se remexia no meu estômago. Era um sentimento horrível que parecia me rodear. E se eles estivessem numa situação pior que a minha?

Entre vários suspiros e várias vezes que neguei com a cabeça, acabei dormindo. Cedendo pro cansaço, uma parte pouco racional minha acreditava que ficar acordada daria uma distância maior de tempo entre o agora e o amanhã.

É inegável que em muitos momentos pensei que seria muito mais fácil ser um zumbi. Não haveria certo ou errado, apenas fome, um instinto me guiando até a comida. Entretanto, toda a vez que esses pensamentos chegavam até mim, eu os afastava.Leo precisava de mim, eu não podia simplesmente desistir. O dia seguinte estava planejado para finalmente ter uma refeição decente e eu não deixaria minha ética matar eu e o meu irmão de fome.

 O dia seguinte estava planejado para finalmente ter uma refeição decente e eu não deixaria minha ética matar eu e o meu irmão de fome

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Quase todo os meus músculos praguejavam quando eu acordei. Ainda na cama me virei e suspirei. Mais um dia, caso você seja positivo.

Depois do café, Leo e eu preparamos o que achávamos preciso. O rosto do meu irmão parecia menos do pálido que no dia anterior, também havia certo brilho determinado em seus olhos. Estávamos na frente da parta de saída revisando se tínhamos pegado tudo.

- Mapa?

- Os dois já estão separados.

- Mochilas? - Leo revirou os olhos.

- Se você não está vendo esse negócio florescente na sua costa, precisa de uma ajuda bem forte.

- Só vai ser difícil encontrar ajuda... - Murmurei olhando para dentro da mochila. - Eu só to preocupada com você saindo assim...

- Eu não to tão mal, Nanda. - As sobrancelhas do meu irmão se juntaram. - Não precisa me tratar como um boneco de porcelana.

- Sim, você está.- Continuei revirando a mochila confirmando se havia realmente deixado tudo ali. As garrafinhas, as armas brancas, o isqueiro em caso de emergência, nunca se sabe quando você pode fazer um churrasquinho de zumbi.A bússola do meu pai brilhava no fundo da minha bolsa.

Voltei a mochila para trás e Leo abriu a porta, dessa vez havia alguns zumbis caminhando na rua. Meu irmão segurava outro pedaço de ferro com determinação, ele saiu na minha frente. Quase como um instinto, olho em volta procurando os zumbis da última saída, todos já havia desistido de me tornar o prato principal, da minha antiga saída só restava corpos pelo caminho. Os mortos vivos se viraram e nossa direção, Leo não ponderou em ir na direção deles também.

Combustão incompletaOnde histórias criam vida. Descubra agora