Capitulo 10 - Reencontro

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    Depois da conversa com Nice, o dia seguiu normalmente

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    Depois da conversa com Nice, o dia seguiu normalmente. A rainha me relatou com mais detalhes o sistema de gestão do reino, conforme cada setor como agricultura, gestão financeira, exércitos, entre outros, possuem seus gestores próprios chamados de conselheiros, que o rei ou rainha sempre deviam escutar antes de tomar decisões importantes.

    Nice levou-me para conhecer os homens e mulheres que formavam o conselho. Como já era esperado na visita, todos estavam reunidos em uma grande sala dourada. A maioria olhou feio para a rainha, provavelmente por não estar vestindo seus trajes formais como eles, porém, ela parecia não se importar nem um pouco. Todos apresentaram-se formalmente e eu fiz questão de me apresentar como eles para causar uma boa impressão para todos os dez conselheiros. 

    Passamos algum tempo conversando sobre a gestão. Na maioria das vezes, eram apenas eles perguntando minha opinião sobre determinado assunto, mas eu não tinha problema em responder e ficar escutando-os, já que era a primeira vez que tantas pessoas pareciam realmente interessadas no que eu tinha a falar.

    Nice por outro lado parecia muito entediada, mas respondia facilmente todas as perguntas direcionadas a ela, demostrando ter um vasto conhecimento sobre tudo que acontecia no reino. Nessa parte, ela era parecida com meu pai, que mesmo sendo extremamente diferente no caráter, também sabia gerir bem um reino e, talvez por isso, ainda era o imperador de Iron City.

    - Não sei como você aguenta escutá-los por tanto tempo sem bocejar. - Nice comentou enquanto andávamos pelos corredores do castelo, após sair da sala dos conselheiros.

    Um sorriso escapou dos meus lábios - Eles só estavam me testando.

    - Eles falam demais e como são bons no que fazem, nem posso me livrar deles...

    - Então é por isso que você não se livra de mim? - A voz de Herácles interrompeu nossa conversa.

    Me virei lentamente, enquanto respirava fundo e observava o guarda real de cima a baixo de forma discreta. Ele estava trajando o uniforme completo e estava sozinho, deduzi que ele tinha se livrado dos guardas.

    Nice correu até ele e o abraçou pulando em cima do mesmo, que sorriu e correspondeu o carinho, com um sorriso que particularmente achei muito bonito. Alguma coisa nele parecia diferente, um diferente muito bom.  

    - Parece que você está bem melhor. - A rainha falou, enquanto desfazia o abraço.

    - Eu estou me sentindo melhor. - Ele sorriu e olhou para mim, o que me fez deixar um sorriso meio bobo escapar também. - Olá, príncipe Valerian...

    - Olá... - O efeito que a presença dele tinha sobre mim me assustava bastante.

    - Opa! Acho que preciso ir ali na outra sala, muitos assuntos de rainha para resolver. Até mais tarde, rapazes! - Nice falou, enquanto saía do corredor, nos deixando a sós.

    Em passos lentos e bem elaborados, Herácles se aproximou de mim, parando bem à minha frente. Desviei o olhar para o peito dele, já que não conseguia manter meus olhos na mesma linha dos seus sem ficar vermelho. Era uma coisa que me irritava bastante também, essa tamanha falta de controle.

    - Como você está? - Lembrei do que Nice havia me contado e não pude deixar de comentar. – Desculpe-me pelo meu pai.

    - Eu estou bem e não precisa se desculpar, todos nós temos aquele parente chato. - Pude sentir a compreensão na voz dele. – Então, acho que agora eu sou o responsável pelo passeio, tem algum lugar que deseja conhecer?

    Pensei um pouco e rapidamente me veio a resposta. - Eu gostaria de ver mais dessas espadas que vocês usam.

    - Sério? - Herácles perguntou surpreso.

    - Sim, sempre gostei de armas brancas. - Eu tenho um certo fascínio por esse tipo de arma, o que realmente é estranho, já que na cidade de ferro, o que predomina são as armas de fogo.

    - Então, venha comigo. - Ele começou a andar e eu o segui de perto.

    Chegamos a uma grande sala de paredes azuis e piso branco, com várias armas expostas nas paredes, armaduras de materiais diferentes, como couro e metal, bonecos de madeira e outros artefatos, que pude supor que eram para os treinos de magia.

    - Essa é a sala de treinamento dos recentes. Quando vir para cá, pode usar esse lugar diariamente. - Ele sorriu olhando para mim. - Pode pegar uma, se quiser.

    Estava muito impressionado com a quantidade e a beleza das armas. Aproximei-me das espadas e peguei uma perfurante que era leve e fácil de manejar. Fiz alguns movimentos rápidos de esgrima, colocando uma das mãos nas costas. 

    - É um requisito básico para um rei, saber lutar com, pelo menos, um tipo de espada, mas parece que você já sabe. - Ele sorri para mim mais uma vez.

    Era tão agradável quando Herácles o fazia. Apenas um simples movimento dos lábios, me fazia ficar feliz e parecia ser tão natural estar perto dele, tão natural gostar dele.  

    Entretanto, isso também me fazia pensar na minha vida. Principalmente como grande parte dela foi sem muito sentido, com medo sendo o sentimento principal e dor, a sensação. Mesmo que eu estivesse em uma situação melhor, ainda me sentia impotente. Não havia conseguido ajudar meu amigo e precisava mudar de reino para poder ter uma vida realmente boa.

    Lágrimas encheram meus olhos, que logo transbordaram, enquanto eu olhava a espada em minha mão e minha mente se perguntava, se eu era digno de ter tais coisas naquele momento. Alguém impotente merecia ser feliz?

    Um calor me fez voltar a realidade de forma instantânea. Uma confortável sensação se fez presente quando Herácles apoiou minha cabeça em seu peito, enquanto envolvia meu corpo com seus braços. Segurança subjugou os demais sentimentos, soltei a espada e o abracei com força também, apertando o tecido de seu uniforme.

    - Pode chorar, eu estou aqui agora... - Herácles falou em sussurros, enquanto passava a mãos por meus cabelos. 

    Lentamente levantei minha cabeça, já não estava mais com medo de encarar seu olhar. A visão também se fez desnecessária quando ele tocou meus lábios. Eu já conhecia a textura macia, entretanto, não era capaz de imaginar a sensação quando ele correspondia, mexendo seus lábios de forma suave. Não conseguia pensar em outra coisa, enquanto meus lábios também correspondiam automaticamente, em busca de mais.   
    Para mim, aqueles poucos segundos, foram longas e prazerosas horas. Porém, quando nossos lábios se separaram, eu ainda queria mais e, possivelmente, passaria a querer sempre. 

    - Agora o beijo está devolvido. - O sorriso dele me fez sorrir também e eu voltei ao conforto de seu peito.

Se você não está disposto a parecer um idiota, não merece se apaixonar..

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